12/06/2018

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Eurofound avisa que retoma económica não chegou a todos na Europa

A Fundação que monitoriza as condições de trabalho na Europa diz que 2017 foi um bom ano, mas que nem todos beneficiaram. O desafio é requalificar 40 milhões de europeus que estão fora da população empregada.

O emprego superou as expectativas no ano passado. Nunca houve tantas pessoas empregadas e activas no mercado de trabalho europeu. As conclusões são da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) que, no entanto, deixa um alerta: os frutos da recuperação económica europeia ainda não chegaram a todos os cidadãos. 
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O aviso consta do relatório "Living and working in Europe - Yearbook 2017" divulgado esta terça-feira. A Eurofound argumenta que é preciso ir além dos indicadores principais para saber exactamente o que está a acontecer no mercado de trabalho actualmente e porquê.

Nessa análise, a Eurofound diz que existem cerca de 40 milhões de cidadãos europeus que estão desempregados, involuntariamente em part-times ou inactivos mas com vontade de trabalhar. E que esse número é superior à oferta de emprego que existe no mercado de trabalho, mas não o será por muito tempo.

A previsão da Eurofound é que, com as mudanças demográficas dos próximos anos, a oferta da força de trabalho vá comprimir. "Isto provavelmente aumentará as oportunidades para os subaproveitados trabalharem o número de horas que desejam trabalhar e, em muitos casos, que têm de trabalhar", refere o relatório. Contudo, será preciso mais do que esse efeito.

A Fundação aconselha os Governos a promover a reintegração dos inactivos que têm vontade de trabalhar. Isto porque "não é sustentável" manter 40 milhões de europeus fora da força de trabalho. A Eurofound admite que este é um "desafio especial para as políticas activas do mercado de trabalho" dos países europeus.
A solução, segundo a Eurofound, passa pelo investimento público em programas específicos, especializados e individualizados para "reorientar pessoas inactivas para o trabalho". Os desempregados de longa-duração e os desencorajados são os que causam maior preocupação à Fundação uma vez que correm o risco de serem "excluídos de forma permanente" do mercado de trabalho.

Sendo 2017 o ano em que foi acordado o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, a Eurofound conclui que a melhoria da qualidade de vida não foi transversal a todos os Estados-membros nem a todos os grupos sociais. Isto confirma que "a Europa ainda não está a ser totalmente o instrumento de convergência social" que pretende ser, remata.

* A União Europeia é o mais expressivo  polo de divergência social.

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