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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Leão de Ouro para Souto de Moura
."Estou contente pela
."Estou contente pela
arquitetura portuguesa"
O júri distinguiu a obra de recuperação e transformação de uma unidade hoteleira de um antigo monte alentejano, em São Lourenço de Barrocal
Eduardo Souto de Moura foi distinguido este sábado na Bienal de Arquitetura de Veneza com um Leão de Ouro.
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O
arquiteto português considera o prémio "o reconhecimento do valor e do
nível da arquitetura portuguesa", que "cada vez é mais reconhecida nos
sítios que exigem mais qualidade".
"É
mais uma [distinção], estou contente pela arquitetura portuguesa, que
cada vez é mais reconhecida nos sítios que exigem mais qualidade",
afirmou Souto de Moura em declarações à agência Lusa após ter sido
distinguido na 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de
Veneza, que abriu hoje ao público.
Considerando
que "o pavilhão de Portugal [na exposição] era dos melhores, com um
conjunto de arquitetos que não é fácil encontrar", Souto de Moura encara
esta nova distinção como "o reconhecimento do valor e do nível da
arquitetura portuguesa".
"Isto tudo vem
de uma tradição do Siza [Vieira], do [Fernando] Távora e de outros
arquitetos", sustentou, salientando que atualmente "a arquitetura
portuguesa é muito bem vista" e tem "uma qualidade superior à da maior
parte dos países europeus".
"E já não é de agora, estamos fartos de ganhar prémios, o que para mim é uma vaidade, ficamos orgulhosos", acrescentou.
O júri distinguiu o complexo turístico de
São Lourenço do Barrocal, a recuperação de um monte alentejano e a sua
adaptação a hotel.
Souto de Moura disse
que foi "um projeto muito difícil, porque não é radical": "Já fiz
outros projetos mais modernos, mais antigos, este era a procura de um
tom que não destruísse o ambiente do edifício e da paisagem. É um
projeto de risco porque estava quase no limite do pastiche [obra em que
se imita abertamente o estilo de outros artistas], era uma imitação do
antigo", explicou.
Muito otimista
quanto à nova geração de arquitetos em Portugal - que descreve como
"excecional, quer no Porto, quer em Lisboa", e que começa agora a
recuperar do período mais difícil vivido com a crise económica --
Eduardo Souto de Moura diz que o que falta hoje à arquitetura é "tempo".
"A arquitetura cada vez está mais difícil,
está a mudar. Os clientes pedem os projetos para ontem, não há tempo, e
a falta de tempo é um convite à mediocridade", sustentou.
"Portanto
-- disse à Lusa - gostava que este projeto [do Barrocal], que demorou
algum tempo, o tempo justo, servisse de receita a outros projetos que
pedem a uma velocidade que não é possível fazer".
A
distinção máxima da Bienal de Arquitetura de Veneza foi para o
arquiteto português "pela precisão do emparelhamento de duas fotografias
aéreas, que revela a relação essencial entre arquitetura, tempo e
lugar", refere a organização na rede social Twitter.
A 16.ª Exposição Internacional de
Arquitetura da Bienal de Veneza abriu hoje ao público, na cidade
italiana, com a participação de Portugal através da exposição "Public
Without Rethoric".
O certame dedicado à
arquitetura - cujo prémio máximo é o Leão de Ouro - recebe 65
participações nacionais, divididas entre os pavilhões históricos do
Giardini, do Arsenale e do centro histórico de Veneza.
Souto
de Moura foi um dos 100 arquitetos convidados pelas curadoras da Bienal
da Arquitetura de Veneza, Yvonne Farrell e Shelley McNamara, do Grafton
Architects, para a exposição principal, espaço expositivo além dos
pavilhões nacionais.
Doze
edifícios públicos criados por arquitetos portugueses de várias
gerações, nos últimos dez anos, e filmes de quatro artistas constituem a
representação de Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza, intitulada "Public Without Rethoric", a inaugurar hoje.
O
projeto, apresentado em abril último pelos curadores, Nuno Brandão
Costa e Sérgio Mah, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, está instalado no
Palazzo Giustinian Lolin, sede da Fundação Ugo e Olga Levi, junto ao
Grande Canal, em Veneza, entidade com a qual a Direção-Geral das Artes,
organizadora da representação portuguesa, assinou um protocolo de
utilização para este ano.
André Cepeda,
Catarina Mourão, Nuno Cera e Salomé Lamas foram os quatro artistas
convidados a criar filmes sobre os edifícios selecionados.
Os
12 edifícios de arquitetos portugueses incluídos na exposição
dividem-se pelo país e pelo estrangeiro, com três localizados nos
Açores: Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande
(João Mendes Ribeiro e Menos é Mais - Cristina Guedes e Francisco Vieira
de Campos), Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
(Inês Lobo) e Centro de Visitantes da Gruta das Torres, no Pico (SAMI -
Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira).
De
Lisboa estão incluídos na lista o Teatro Thalia (Gonçalo Byrne e Barbas
Lopes Arquitetos, Diogo Seixas Lopes e Patrícia Barbas) e o Terminal de
Cruzeiros (João Luís Carrilho da Graça).
Do
Porto, são vários os edifícios que vão constar da representação
portuguesa: I3S - Instituto de Inovação e Investigação em Saúde (Serôdio
Furtado Associados - Isabel Furtado e João Pedro Serôdio), Molhes do
Douro (Carlos Prata), Pavilhões Expositivos Temporários, "Incerteza
Viva: Uma exposição a partir da 32.ª Bienal de São Paulo", Parque de
Serralves (depA - Carlos Azevedo, João Crisóstomo e Luís Sobral, Diogo
Aguiar Studio, FAHR 021.3 - Filipa Fróis Almeida e Hugo Reis, Fala
Atelier - Ana Luísa Soares, Filipe Magalhães e Ahmed Belkhodja e
Ottotto, Teresa Otto).
A lista de obras selecionadas inclui ainda
o Hangar Centro Náutico, em Montemor-o-Velho (Miguel Figueira), e o
Parque Urbano de Albarquel, em Setúbal (Ricardo Bak Gordon).
Fora
de Portugal encontram-se o Centro de Criação Contemporânea Olivier
Debré, em Tours, França (Aires Mateus e Associados - Manuel e Francisco
Aires Mateus), e a Estação de Metro Município, em Nápoles, Itália
(Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura e Tiago Figueiredo).
A 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza estará patente ao público até ao dia 25 de novembro.
* Apenas um Grande Homem Português.
* Apenas um Grande Homem Português.
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