HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Parlamento recomenda ao Governo
que aborte negócio entre Santa Casa
e Montepio
Apesar dos votos contra dos socialistas, o BE, o PCP e Os Verdes abstiveram-se nos diplomas da direita para que o Executivo ponha um travão na entrada da Misericórdia de Lisboa no Montepio. Ganhou a oposição ao negócio, que o Governo diz ver com bons olhos.
O Parlamento vai recomendar ao Governo que coloque um ponto final no
investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na caixa económica
do grupo Montepio. Isto porque a esquerda absteve-se na votação dos
diplomas da direita, a que só o PS se opôs.
.
"Foi
aprovado este projecto de resolução do PSD com os votos contra do PS, a
abstenção do BE, PCP e Verdes e a favor das restantes bancadas",
anunciou o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro
Rodrigues, na votação do diploma dos sociais-democratas que pede ao
Governo que proíba o negócio.
A mesma divisão de votos
ocorreu em relação ao projecto de resolução do CDS-PP, que recomenda ao
Executivo tomar "todas as diligências que legalmente lhe estão
atribuídas para impedir a entrada da Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa no capital da Caixa Económica Montepio Geral".
Neste
momento, a Misericórdia, cujo provedor é Edmundo Martinho, tem em cima
da mesa a possibilidade de investir 18 milhões de euros para a aquisição
de 1% do capital da caixa económica, actualmente detida na sua
totalidade pela associação mutualista.
José Vieira da Silva é o
ministro da Solidariedade e Segurança Social, tendo a tutela tanto da
Santa Casa como da associação Montepio, pelo que é a si que a
recomendação é digirida. O Governo é livre de não respeitá-la.
Além
dos dois projectos de resolução para colocar um travão ao negócio,
foram a votação outros dois diplomas, um do CDS outro do BE, para
colocar limites à autonomia da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no
que diz respeito aos seus investimentos. Ambos foram aprovados.
O
projecto de lei do CDS, que quer submeter a administração da Santa Casa
à opinião da tutela em relação a grandes investimentos, foi aprovado
pelas bancadas, com o voto contra do Partido Socialista, baixando à
comissão para ser trabalhado.
Já o do BE, com a abstenção
do CDS e o voto favorável das restantes bancadas, recebeu luz verde do
Parlamento. Neste caso, está em causa a colocação de critérios de
prudência à gestão da carteira de investimentos.
O PCP, que nas questões sobre a banca se afasta do PS e do Governo, vai apresentar uma declaração de voto sobre estas votações.
* É raro alguma intenção da direita portuguesa ser boa, excepções servem para confirmar a regra.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário