HOJE NO
"OBSERVADOR"
ACT impediu tripulantes estrangeiros
da Ryanair de fazer voos portugueses
Duas tripulações vindas de Itália para substituir trabalhadores grevistas em Portugal foram retidas no aeroporto do Porto pela Autoridade para as Condições de Trabalho, revela sindicato ao Observador.
Duas tripulações da Ryanair com origem na Itália foram impedidas de
voar pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), pelo menos até
à meia-noite, avançou ao Observador Bruno Fialho, diretor do Sindicato
Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
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No terceiro
dia de greve dos tripulantes da Ryanair, a ACT realizou inspeções nos
aeroportos nacionais para verificar se existiu alguma violação do
direito à greve, nos termos em que está previsto no artigo 535.º do
Código de Trabalho. Na terça-feira, a Ryanair tinha admitido recorrer,
se necessário, a aeronaves e tripulação de cabine de outras bases fora
de Portugal. Terá sido esta situação que levou a que estes oito
tripulantes vindos de Itália ficassem retidos.
Contactada pelo Observador, fonte oficial da ACT confirma que o
organismo esteve estava quarta-feira nos aeroportos de Lisboa, Porto e
Faro onde levou a cabo uma ação inspetiva com vista a averiguar alegadas
violações do direito à greve, designadamente, a substituição de
trabalhadores em greve por outros, em violação do artigo 535º do Código
do Trabalho.
“A ação ainda está em curso, sendo de referir que a
mesma não se esgotará no dia hoje e que decorrerão nos próximos dias as
demais diligências inspetivas consideradas adequadas”.
Esta
quarta-feira, e até às 17 horas, tinham sido cancelados 15 voos da
Ryanair com partidas de bases portuguesas, disse Bruno Fialho. O
sindicato informou o Observador que não estava prevista a saída de mais
nenhum voo com origem numa base portuguesa naquele que é o último de
três dias de greve na companhia low-cost.
Esta manhã, o sindicato
tinha informado que até às 7h30 tinham sido cancelados 11 dos 17 voos
previstos para esse período. A companhia falava em que “apenas oito de
entre os primeiros voos do dia foram cancelados”.
O dirigentes sindical explicou que na aviação civil são
contabilizados como voos a saída de um avião de uma base, por exemplo,
Lisboa, até ao regresso a essa mesma base — independentemente de por
quantas bases passe o avião antes do regresso. Assim,
Lisboa-Londres-Lisboa ou Lisboa-Londres-Paris- Madrid-Lisboa contam,
cada um, como um voo.
Bruno Fialho acrescentou ao Observador que
estavam previstos 46 voos para esta quarta-feira e que 15 tinham sido
cancelados. Em comunicado, a Ryanair falava em 170 voos de e para
Portugal. Mas estes voos incluem partidas de outras bases, logo com
tripulações pertencentes a essas bases, esclareceu o sindicalista.
Os
voos que foram realizados podem ter recorrido aos 5% de trabalhadores
da Ryanair que não fizeram greve e a trabalhadores estrangeiros violando
o direito à greve, disse Bruno Fialho. Por seu lado, a companhia
afirmou que “a grande maioria” dos “tripulantes de cabine em Portugal
estão hoje (quarta-feira) a trabalhar dentro da normalidade”.
* A Ryanair é um subproduto da aviação comercial e os seus funcionários ainda mais explorados do que nas companhias mais importantes.
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