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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Retaliação da China chegou:
tarifas em 106 produtos com impacto
de 50 mil milhões de dólares
A China foi rápida a responder. Depois da lista de 1.300 produtos chineses que vão passar a ter tarifas adicionais para entrar nos EUA, o Governo chinês respondeu com uma lista de apenas 106 produtos, mas de igual valor.
A resposta chinesa às tarifas impostas pela administração Trump já
chegou. Esta quarta-feira, 4 de Abril, o Executivo chinês revelou uma
lista de 106 produtos norte-americanos que vão ser sujeitos a tarifas
adicionais para entrar no mercado da China.
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O número de produtos é
bastante inferior à lista de 1.300 bens apresentada pelos Estados
Unidos, mas o alcance no valor das importações pretende ser idêntico: 50
mil milhões de dólares. A informação está a ser avançada pelas agências
de notícias Xinhua e Bloomberg.
Ambas
as agências citam uma declaração do ministro das Finanças chinês,
adiantando que as tarifas adicionais nos 106 produtos norte-americanos
listados serão de 25%. A Xinhua refere que há 14 categorias de bens, que
incluem produtos como soja, automóveis e químicos. A Bloomberg
corrobora esta informação, somando que estão também incluídos na lista
aviões.
A data de implementação destas tarifas vai depender da
chegada ao terreno das tarifas impostas pela administração Trump, de
igual valor, nos produtos chineses.
Numa
declaração publicada também esta quarta-feira, Zhang Xiangchen, o
representante chinês junto da Organização Mundial do Comércio,
classificou os planos dos Estados Unidos como "uma violação intencional e
grosseira dos princípios fundamentais da OMC de não discriminação e
limitação de tarifas".
"Os Estados Unidos têm esta intenção
viciosa de estrangular a inovação de alta tecnologia da China", acusou
também Wei Jianguo, ex-vice-ministro do Comércio chinês e actual
presidente de um think tank dedicado a trocas comerciais, ligado ao
Executivo, em declarações à Bloomberg. "A China não se vai submeter ao
bullying dos EUA. As nossas contra-medidas vão atingir os seus pontos
fracos", prometeu.
Pelo seu lado, os EUA argumentam que a escolha
dos produtos justifica-se pelo facto de os sectores em causa
beneficiarem de subsídios estatais, que consideram injustos. Da lista da
administração Trump fazem parte bens da indústria aeroespacial,
tecnologias da informação e comunicação, robótica, maquinaria. Há também
satélites, componentes de aço para televisões, aparelhos médicos,
máquinas de lavar louça, entre muitos outros.
A lista de bens
estará em consulta pública durante 60 dias, podendo ser submetidas
propostas de alteração até 11 de Maio. A 15 de Maio haverá uma audição
pública para debater os contributos.
* Administrações americana e chinesa são parecidas e antropofágicas.
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