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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Ilha de lixo do Pacífico é
16 vezes maior do que se pensava
Desastre ambiental flutuante tem o tamanho da zona económica exclusiva marítima de Portugal
Uma
ilha gigantesca de plástico a flutuar no Oceano Pacífico entre a
Califórnia e o Havai detém até 16 vezes mais detritos do que se pensava
anteriormente. Esta massa de lixo representa uma ameaça significativa à
cadeia alimentar, concluem os cientistas no relatório publicado na Nature na quinta-feira.
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Ao combinar imagens aéreas e de navios, descobriu-se que a massa de lixo é muito mais densa, até 16 vezes mais, do que a estimada anteriormente.
"É
chocante", disse Joost Dubois, porta-voz da Ocean Cleanup Foundation,
da Holanda, que liderou a equipa de investigadores de sete países.
Redes de pesca, recipientes de plástico, embalagens e cordas formam este desastre ambiental que tem entre 45 e 129 milhares de toneladas, ou 1,1 a 3,6 biliões de peças de plástico.
Dubois disse que o lixo é tal que podia encher 500 aviões jumbo.
O plástico oriundo de países asiáticos, mas também do Norte e do Sul da América, acumulou-se em massa devido às correntes, dizem os cientistas. Agora ocupa uma área de 1,6 milhões de quilómetros quadrados, o equivalente à zona económica exclusiva marítima de Portugal e quase 18 vezes a área do país..
Cerca de 200 países assinaram no final do
ano passado uma resolução das Nações Unidas para eliminar a poluição do
plástico no mar, uma medida que alguns esperam abrir caminho para um
tratado juridicamente vinculativo. Mas até lá, e por se encontrar em
águas internacionais, só a ação de grupos como a Ocean Cleanup
Foundation, poderá travar esta ameaça.
"É
uma bomba-relógio de material grande", disse Dubois. "Temos de obtê-lo
antes que se decomponha num tamanho pequeno demais para se conseguir
apanhar e demasiado perigoso para a vida marinha."
Produto feito a partir do petróleo, o
plástico desintegra-se lentamente. Prejudica a vida marinha ao matar
criaturas como tartarugas e golfinhos que o ingere, e prejudica os seres
humanos ao entrar na cadeia alimentar na forma de microplásticos. No
ano passado o consumo de plástico atingiu 320 milhões de toneladas.
"Estamos a envenenar a nossa própria comida, especialmente para aqueles que dependem de peixe para a nossa dieta", disse Dubois.
* O planeta Terra não morre, os homens sim!
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