SÁBADO NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
PCP não abdica de ser comunista
e está orgulhoso do seu papel
O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantiu, este sábado, que o
partido não abdica de ser comunista e está "consciente e orgulhoso do
seu papel", considerando que a "superação do capitalismo" precisa de um
PCP "forte e reforçado".
Na
abertura da conferência do "II Centenário do Nascimento de Karl Marx",
que decorre até domingo, em Lisboa, Jerónimo de Sousa defendeu que
comemorar esta data é "erguer todas as capacidades para cumprir as
tarefas da luta" que travam "em defesa dos interesses dos trabalhadores.
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"Foi
no processo mundial de alargamento da difusão do marxismo que, em 1921,
foi fundado o Partido Comunista Português. Um Partido Comunista que não
abdica de o ser, consciente e orgulhoso do seu papel, firme no seu
ideal e na afirmação do seu projeto transformador e revolucionário de
luta pela construção do socialismo e do comunismo", enfatizou.
A
"superação do capitalismo", que na opinião do líder comunista se assume
com crescente importância, "precisa de um Partido Comunista forte e
permanentemente reforçado, assumindo o seu papel de vanguarda em
estreita ligação à classe operária, aos trabalhadores e ao povo".
Jerónimo
de Sousa citou por diversas vezes Karl Marx ao longo do seu discurso de
quase meia hora, considerando que, como o filósofo anteviu, o
capitalismo refinou "a sua natureza exploradora, opressiva, agressiva e
predadora".
Para o secretário-geral do
PCP, este refinamento está claro "na última grande crise cíclica do
sistema capitalista, desencadeada em 2007, 2008 e que estende até ao
presente".
"Uma crise que se traduziu
num pesado fardo de programas de ajustamento para as costas dos
trabalhadores e dos pobres, no agravamento das condições de exploração
do trabalho, ao mesmo tempo que se ofereciam recursos abissais ao grande
capital, particularmente para o sistema financeiro", voltou a criticar.
O
capitalismo, criticou Jerónimo de Sousa, tenta "contrariar os efeitos
da crise estrutural através da baixa salarial, da redefinição do
trabalho no sistema produtivo e da liquidação dos direitos económicos,
sociais e culturais".
O líder do PCP
citou Marx e Engels para deixar um aviso claro sobre o presente: "os
comunistas são, na prática, o setor mais decidido, sempre impulsionador,
dos partidos operários de todos os países".
"O
proletariado, mesmo constituindo a grande massa da população do
planeta, só terá condições de levar a cabo o seu papel histórico
elevando a sua organização", alertou.
Jerónimo
de Sousa voltou a usar a história para referir que "aqueles que,
perante as trágicas derrotas do socialismo no findar do século XX,
procuram descredibilizar o marxismo-leninismo e o próprio Marx deveriam
saber que o pensamento marxista sempre se desenvolveu tirando lições das
experiências positivas e negativas do movimento operário, das vitórias e
derrotas da luta emancipadora dos trabalhadores e dos povos".
"Os
comunistas não têm medo da verdade por mais dura que seja", afirmou,
considerando que "o marxismo é uma teoria que, afastada da realidade
social e desligada das massas," definha.
O
líder do PCP referiu ainda que aqueles que veem "nos clássicos um
catálogo de respostas prontas a usar para os problemas concretos da luta
revolucionária" estão enganados, uma vez que esta "só pode ser
encontrada na análise concreta da realidade de cada país".
* Não nos apetece confundir Jerónimo de Sousa homem íntegro e generoso com o líder que defende o capitalismo monopolista de estado, as ditaduras chinesa e norte-coreana, as ditaduras em África, a ditadura venezuelana.
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