HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Farmacêuticos dizem que uso
.da canábis é "uma não solução"
A Ordem dos Farmacêuticos considera que o
cultivo e uso da planta da canábis é “uma não solução” e representa
“deixar os doentes abandonados à sua sorte”.
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Félix Carvalho, do grupo de trabalho da Ordem dos Farmacêuticos sobre a canábis para fins terapêuticos, disse hoje no parlamento que “não se pode dizer [aos doentes] para cultivar plantas em casa como uma suposta mezinha”.
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Félix Carvalho, do grupo de trabalho da Ordem dos Farmacêuticos sobre a canábis para fins terapêuticos, disse hoje no parlamento que “não se pode dizer [aos doentes] para cultivar plantas em casa como uma suposta mezinha”.
“Não é
essa a forma de tratar os doentes em Portugal”, afirmou Félix Carvalho,
frisando que a planta da canábis pode ainda “agravar a doença de quem
se pretende tratar”.
Félix
Carvalho adianta que o que tem sido estudado é a eficácia dos
canabinoides em medicamento, não havendo adequadas avaliações de risco e
benefício para a planta da canábis.
O
representante do grupo de trabalho da Ordem dos Farmacêuticos considera
inadequado propor o auto cultivo da planta da canábis, adiantando que
“é uma não solução [e] é deixar os doentes abandonados à sua sorte”.
“Vemos
com muita preocupação que se pretenda usar o auto cultivo de plantas
para soluções que já existem com medicamentos que estão no mercado”,
indicou.
Graça
Campos, também membro do grupo de trabalho que está hoje a ser ouvido no
parlamento, considera que o cultivo da planta da canábis em casa não
confere “controlo de qualidade sobre nada”.
“E
pode-se acrescentar contaminações de fungos ou possível contaminação de
metais pesados se a terra estiver contaminada. Posso acrescentar
situações à doença daquela pessoa”, afirmou.
Também
Hélder Mota Filipe, antigo dirigente da Autoridade do Medicamento,
corroborou no Parlamento que “existem medicamentos canabinoides que
fizeram todo o percurso para avaliação em termos de qualidade e
segurança”, o que não acontece no caso da planta da canábis, que tem
centenas de compostos e muitos deles nem se sabe a sua atividade.
“Estas a discutir o uso da planta em vez do uso destes medicamentos é estar a retroceder”, considerou Hélder Mota Filipe.
Na
audição na comissão parlamentar de Saúde, a deputada do CDS Isabel
Galriça Neto considerou que esta é “uma matéria científica” e que “não é
seguramente política”, entendendo ainda que “há terapêuticas
alternativas que fundamentadamente são opções para o tratamento
sintomático” para os doentes.
“Temos
todas as reservas às questões que envolvem o uso da planta e do auto
cultivo”, considerou a deputada, que é médica, indicando ainda que para o
CDS esta questão “não é uma premência social”.
* A presidente do INFARMED, Maria do Céu Machado, manifestou-se firme contra o auto cultivo de canábis, por não haver segurança, em entrevista dada ao "DN" a 15 deste mês, pode lê-la nesta página.
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