ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
Há 16 escolas que inflacionam
as notas dos alunos
O colégio que ficou em
primeiro lugar do 'ranking' geral é uma das 16 escolas que inflacionam,
sistematicamente, as notas dos seus alunos, segundo dados do Ministério
da Educação analisados pela Lusa
Desde
2012 que 16 escolas secundárias dão sempre notas mais altas do que
seria esperado, segundo dados do Ministério, que revelam ainda que há
mais duas escolas com este procedimento em relação ao ano anterior.
.
Os
colégios são quem mais inflaciona as notas: das 16 escolas, 13 são
privadas e três são públicas, um procedimento que pode permitir a um
aluno passar à frente no acesso ao Ensino Superior.
Tal como no
ano anterior, as escolas privadas situam-se todas no norte do país, com
destaque para os concelhos do Porto, onde se encontram quatro colégios, e
os de Gondomar e Braga (ambos com dois).
A maioria das privadas
está no ‘top 50’ das escolas com melhores médias nacionais nos exames,
destacando-se o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que voltou a
liderar o ‘ranking’ das melhores médias nacionais.
Naquele
colégio portuense registou-se, no ano passado, uma diferença de 2,36
valores entre a nota média dos alunos pelo trabalho realizado ao longo
do ano na escola (17,38) e as notas nos exames.
Existem outras
três privadas que aparecem sempre muito bem classificadas nos ‘rankings’
e que, no ano passado, atribuíram mais de dois valores do que a média
nos exames: o Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, que ocupa o 5.º lugar
do ranking geral e deu notas 2,8 valores acima da média do exame; o
Colégio Luso Francês, no Porto, (13.º lugar do ranking) e o Colégio Novo
da Maia (17.º lugar).
Mas o caso mais gritante passa-se no
Colégio de Lamego, onde a diferença entre as duas notas foi de 5,44
valores numa escala de zero a 20: a média nos exames do ano passado foi
de 10,29 valores e a média interna foi de 15,73.
O Externato
Ribadouro, no Porto, que este ano aparece em 15.º lugar, o Colégio
Terras de Santa Maria, em Santa Maria da Feira, (19.º lugar), o
Externato Liceal Paulo VI, em Gondomar (27.º), o Colégio da Trofa (32.º)
e o Colégio do Minho, em Viana do Castelo (54º lugar), também fazem
parte da lista.
Entre os privados que sistematicamente
inflacionam as notas estão também o Externato Carvalho Araújo, em Braga,
o Externato Camões, em Gondomar, e o Colégio D. Duarte, no Porto.
As
três escolas públicas que inflacionam as notas desde 2012 são a Escola
Secundária de Fafe, a Escola Secundária de Monção e a Escola Secundária
Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia.
Nos
últimos anos, as suspeitas de inflação de notas levaram a que fossem
levantados inquéritos por parte da Inspeção-Geral de Educação e Ciência.
Todas as escolas em causa foram objeto de recomendações e tiveram
várias intervenções de acompanhamento, por parte da IGEC, segundo
informações do Ministério.
Existe um outro grupo de 21 escolas
que, desde 2012, têm vindo a dar sistematicamente notas abaixo do
expectável e, neste caso, as escolas são quase todas públicas (16) e
situam-se maioritariamente na região Área Metropolitana de Lisboa e no
centro do país.
Em cada um dos distritos de Lisboa, Cascais e
Sintra há três escolas nesta situação: em Lisboa são as escolas
secundárias do Restelo, Rainha Dona Amélia e D. Pedro V; em Cascais são
os Salesianos do Estoril, a Escola Básica e Secundária Ibn Mucana e a
Secundária de São João do Estoril e, em Sintra, são a Escola Básica e
Secundária Gama Barros e as escolas secundárias de Santa Maria e de Mem
Martins.
Em Loures há também duas escolas que sistematicamente
dão notas abaixo do esperado: o Colégio Bartolomeu Dias e a Escola
Secundária Dr. António Carvalho Figueiredo
Em Mafra, a Escola
Secundária José Saramago e o Colégio Santo André também deram notas
abaixo do esperado nos últimos cinco anos.
A Escola Secundária
Gago Coutinho, em Alverca do Ribatejo, e a Escola Secundária de
Cacilhas-Tejo, em Almada, também se destacam nesta lista das 16 escolas
públicas.
* A mentira das notas inflacionadas pelas sanguessugas do ensino privado.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário