HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Abuso sexual, racismo e violência:
19 700 denúncias
A Linha
Alerta recebe denúncias e apoia as autoridades a remover conteúdos
ilegais da internet, como pornografia infantil e racismo
Nos
últimos 10 anos a "Linha Alerta" recebeu 19 700 denúncias de abuso
sexual, apologia de racismo e de violência. São estes conteúdos ilegais o
alvo desta linha telefónica, criada em 2007, que trabalha com as
autoridades policiais e as entidades de apoio à vítima.
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Num balanço da década, os responsáveis deste serviço, operacionalizada pela Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), indicam que 14% destas denúncias (2800 casos) foram "validados", ou seja tinham matéria suficientemente sólida para serem comunicados às autoridades competentes, como a PJ ou os provedores dos serviços de internet, para que esse material fosse removido. Os conteúdos de abuso sexual de menores representaram 99% dos casos validados e reportados aos organismos de investigação criminal.
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Num balanço da década, os responsáveis deste serviço, operacionalizada pela Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), indicam que 14% destas denúncias (2800 casos) foram "validados", ou seja tinham matéria suficientemente sólida para serem comunicados às autoridades competentes, como a PJ ou os provedores dos serviços de internet, para que esse material fosse removido. Os conteúdos de abuso sexual de menores representaram 99% dos casos validados e reportados aos organismos de investigação criminal.
"Casos
de apologia ao racismo e da violência (inclui o terrorismo) têm sido
muito raros", sublinha ao DN Sofia Rasgado, a coordenadora do Centro
Internet Segura, onde é gerida esta Linha Alerta e a Linha Internet
Segura, esta com a missão de esclarecer todas as dúvidas sobre uma
utilização segura da internet (ver texto ao lado). Esta responsável
adianta que, no caso da apologia do terrorismo através da internet, que
está criminalizado por lei desde 2015, "não foi reportado nenhum caso". O
centro esteve atento a um alerta da Associação Europeia que coordena
estas hotlines (linhas de alerta), que deu conta de estarem a ser
utilizadas plataformas de jogos online para recrutar jovens para
integrarem o exército do Estado Islâmico na Síria. "Felizmente em
Portugal não foi detetada nenhuma situação semelhante", confirma Sofia
Rasgado. Os casos de denúncia de racismo foram "essencialmente
relacionados com comentários em caixas de comentários de artigos online
de jornais", acrescenta.
A grande fatia
das denúncias é, sem dúvida, a utilização de imagens ou vídeos de
menores para pornografia. Este crime, conforme o DN já noticiou,
representa grande parte dos inquéritos que são investigados pela PJ, da
média anual total das 1000 queixas que são reportadas a esta polícia.
A zona cinzenta do erotismo
Na pornografia infantil, os responsáveis deste centro têm uma nova preocupação, uma espécie de "zona cinzenta" destes conteúdos que não é diretamente pornografia, mas que indiretamente promove o erotismo das crianças. "Começámos a detetar estas situações desde o final do ano passado", sublinha Pedro Marques, psicólogo que integra o Centro Internet Segura, dando como exemplo "simples fotografias de crianças que são publicadas nas redes sociais, em ambientes do dia-a-dia, mas que são daí retiradas, descontextualizadas, e utilizadas na deep web em sites de pedofilia e pornografia".
Na pornografia infantil, os responsáveis deste centro têm uma nova preocupação, uma espécie de "zona cinzenta" destes conteúdos que não é diretamente pornografia, mas que indiretamente promove o erotismo das crianças. "Começámos a detetar estas situações desde o final do ano passado", sublinha Pedro Marques, psicólogo que integra o Centro Internet Segura, dando como exemplo "simples fotografias de crianças que são publicadas nas redes sociais, em ambientes do dia-a-dia, mas que são daí retiradas, descontextualizadas, e utilizadas na deep web em sites de pedofilia e pornografia".
Pedro
Marques recorda que, "houve um alerta de casos de fotos retiradas em
páginas abertas do Facebook e utilizadas em contexto erótico,
acompanhadas por comentários obscenos". Este responsável nota que
"infelizmente a legislação não tem acompanhado estas situações, que se
encontram na chamada zona cinzenta, por não estar bem definido por lei a
sua ilegalidade". Os operacionais do Centro, entretanto, receberam
formação para saberem identificar estas situações.
Segundo
Sofia Rasgado "nos últimos três anos têm aumentado as denúncias à Linha
Alerta", facto que atribui "a um maior controlo da sociedade, mais
informada relativamente às matérias" que são alvo desta linha. Foi
também notório "algum crescimento" das denúncias da apologia do
terrorismo, logo após os atentados de Paris, em novembro de 2015, mas,
assinala esta coordenadora, "sem expressão, relativamente aos conteúdos
de abusos sexuais de menores". "Os portugueses estão tão alerta para
este tipo de conteúdos ilegais como a generalidade dos cidadãos dos
outros países europeus, onde também existem estas linhas de alerta",
declara Sofia Rasgado.
No seu balanço, o
Centro Internet Segura salienta que "a melhoria do trabalho
desenvolvido, o reforço da da cooperação entre as várias Linhas Alerta,
bem como a colaboração com os provedores dos serviços de internet
(ISP"s), têm contribuído para a rápida remoção dos conteúdos de abusos
sexuais de crianças ou da apologia do racismo e da violência".
* É a falta de educação que alimenta a sordidez das pessoas.
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