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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DINHEIRO VIVO"
Eugénio Rosa:
Aumento de impostos do PSD-CDS
foi duas vezes maior que o do PS
Em três anos
de governo, PSD-CDS aumentou IRS em "3.463 milhões de euros". PS, com
apoio da esquerda, vai reduzir 553 milhões, também em três anos.
O
aumento de impostos aplicado pelo governo PSD-CDS nos três anos que vão
de 2012 a 2015 foi o dobro da subida prevista para o triénio de 2015 a
2018, marcado pelo governo do PS (apoiado pela esquerda, PCP e BE), diz
um estudo do economista Eugénio Rosa, divulgado este sábado, que ataca
os dois partidos da direita por tentarem "fazer esquecer o enorme
aumento de impostos que realizaram".
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O trabalho elaborado pelo economista do
PCP, com data de 1 de dezembro, conclui que “entre 2012 e 2015, as
receitas fiscais totais aumentaram 19,9% (6.509 milhões de euros),
enquanto que, entre 2015 e 2018, aumentarão 10,1% (3.949 milhões de
euros)”. O aumento percentual aplicado pela direita é praticamente o
dobro do que será aplicado pelo PS, assumindo as previsões de coleta que
constam do novo Orçamento do Estado para 2018.
O antigo deputado comunista diz que “um dos
ataques mais frequentes do PSD e CDS ao atual governo, com o objetivo
de virar a opinião pública contra ele, é que a carga fiscal tem
aumentado muito com o governo PS”.
Eugénio Rosa refuta totalmente esta ideia.
A carga fiscal é dada pelo
peso das receitas no produo interno bruto (PIB). De acordo com os seus
cálculos, “entre 2012 e 2015, ou seja, com o governo PSD/CDS, a carga
fiscal aumentou de 19,4% para 21,8% do PIB“.
“Em 2016, já com o governo PS, ela aumentou para 22,1% do PIB, mas em
2017 já diminuiu para 21,9% e, em 2018, prevê-se que diminua novamente
para 21,6%, portanto uma percentagem inferior à de 2015.”
Analisando a evolução das receitas de IRS, “um imposto pago
fundamentalmente por trabalhadores e pensionistas (tenha presente que
mais de 90% do rendimento declarado para efeitos de IRS são rendimentos
do trabalho e pensões)”, Rosa conclui que, entre 2012 e 2015, pela mão
do PSD-CDS, as receitas “aumentaram 3.463 milhões de euros, enquanto
que, entre 2015 e 2018, com o governo PS com o apoio dos partidos de
esquerda, a receita de IRS diminuirá 553 milhões de euros”.
Eugénio Rosa não o refere, mas durante os anos do PSD-CDS Portugal tinha
um défice orçamental muito elevado (7,4% do PIB em 2011 e 5,7%), com
uma dívida de quase 130% do PIB, e estava sem acesso aos mercados de
crédito. Daí também “o enorme aumento de impostos” decretado na altura
pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
Alívio do IRS financiado com mais impostos indiretos
Mas nem tudo no estudo permite defender o PS e o governo. O economista
diz que se pode criticar a política fiscal do governo do PS não por
estar a aumentar a carga fiscal, “como afirma a direita”, mas porque “o
desagravamento fiscal do IRS está a ser compensado com o aumento dos
impostos indiretos (+19,1% entre 2015 e 2016)”.
Estes impostos — o mais pesado em termos de receita é o IVA, logo
seguido do ISP — “são injustos porque não atendem ao rendimento do
contribuinte, quando devia ser feito com impostos sobre as grandes
fortunas (a desigualdade de rendimentos tem-se agravado fortemente em
Portugal) e sobre centenas de milhões de euros de dividendos
transferidos todos os anos para o estrangeiro sem pagar impostos, no
lugar de serem investidos em Portugal para criar emprego e riqueza”,
argumenta o autor.
No debate sobre o OE2018, Hugo Soares, o líder parlamentar do PSD,
chegou a dizer que “tudo o que o Governo apresentou ao país foi de um
eleitoralismo primário em relação ao Orçamento de Estado” e que este
trouxe “aumento de impostos, invenção de novos impostos e aumento brutal
de impostos para os trabalhadores independentes, a recibos verdes”.
O parlamentar chegou a dizer que o OE é um ataque brutal à classe média e
que “é injusto do ponto de vista social porque continua a agravar
impostos indiretos”, no fundo, a mesma crítica que é feita pelo
economista do PCP.
* Sabemos de certeza que a carga de impostos sobre os portugueses é brutal, porque nem governos, nem capitalistas portugueses deixam de olhar para o próprio bolso.
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