ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
Jantar da Web Summit no Panteão teve de ser autorizado por organismo do Estado
O que diz o despacho que abre a porta a eventos sociais em monumentos nacionais e que o atual Governo está a usar para responsabilizar o anterior?
O primeiro-ministro António Costa e o ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes responsabilizaram este sábado o anterior Governo
pela lei que permitiu a realização do jantar final da Web Summit no
Panteão Nacional, mas o despacho citado por ambos, aprovado em 2014 pelo
Governo de Passos Coelho, é claro quanto a quem cabe aprovar eventos
deste tipo.
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No número um do artigo segundo, sobre
competências, pode ler-se que “compete à Direção da DGPC [Direção-Geral
do Património Cultural] decidir, após parecer dos Serviços Dependentes,
da oportunidade e interesse da cedência, bem como das respetivas
condições a aplicar”, acrescentando-se, no número dois do mesmo artigo,
que “a Direção da DGPC reserva-se o direito de não autorizar o aluguer
ou a cedência de espaços”.
Este organismo pertence à
administração central do Estado e é responsável pela gestão do
património cultural em Portugal continental, sob a esfera do Ministério
da Cultura.
No artigo terceiro do referido despacho,
que determina os princípios gerais, refere-se ainda que “todas as
atividades e eventos a desenvolver terão que respeitar o posicionamento
associado ao prestígio histórico e cultural do espaço cedido”, ficando
expresso que “serão rejeitados os pedidos que colidam com a dignidade
dos Monumentos, Museus e Palácios”. É uma avaliação que deve ser feita
para cada proposta, portanto, pertencendo a decisão final à DGPC.
O ex-secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, que exercia funções no anterior Governo à data da aprovação do despacho (8356/2014, de 24 de junho de 2014),
já repudiou, em declarações ao Expresso, a posição de António Costa
sobre o assunto, classificando-a de “lamentável e triste”. “A decisão é
de 2017 e não de 2014”, sublinhou, fazendo notar que o despacho "não autoriza nem deixa de autorizar a cedência de um determinado espaço”, uma vez que "cabe sempre em cada momento aos decisores aprovarem ou rejeitarem o pedido”.
* António Costa deu um tiraço no pé, o ministro da Cultura é redondo, não tem ponta por onde se lhe pegue!
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