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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Assad acusado da morte deliberada
de civis e de ataque com gás sarin
Regime de Damasco está a praticar "crimes contra a humanidade" e é responsabilizado por ataque com armas químicas em abril.
A
situação no subúrbio oriental de Damasco, sob controlo das forças da
oposição desde 2012, é de "emergência humanitária", estando em curso "a
morte deliberada pela fome de populações civis, o que constitui uma
clara violação do direito humanitário internacional e pode constituir
crime contra a humanidade e/ou crime de guerra". A advertência foi feita
ontem pelo alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos,
Zeid Ra'ad al-Hussein num comentário às condições de vida da população
na localidade de Al-Ghouta, a 15 quilómetros da capital síria.
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Segundo
Al-Hussein, mais de 350 mil civis estão cercados em Al-Ghouta, tendo o
mais recente comboio de ajuda humanitária chegado a esta localidade há
mais de um mês, no passado 23 de setembro, com alimentos e medicamentos
para 25 mil pessoas. As forças de Assad não só estariam a dificultar a
passagem da ajuda humanitária como estariam a exigir o pagamento de
elevadas taxas aos comerciantes que tentam ainda abastecer o enclave sob
controlo da oposição. Como sucedeu noutros pontos do conflito, as
forças de Assad e seus aliados procuram tornar insustentável a situação
das populações nas áreas sob domínio dos grupos da oposição, para as
forçar a passarem para território sob controlo do regime de Damasco ou
abandonarem o país.
A situação
deteriorou-se desde maio, quando as forças fiéis ao regime de Bashar
al-Assad conquistaram alguns bairros e destruíram túneis que permitiram a
passagem de alimentos e outros bens essenciais para Al-Ghouta, atacada
com gás sarin a 21 de agosto de 2013, alguns meses após as forças da
oposição terem assumido controlo da área em meados de 2012. As forças de
Assad, apoiadas pelas milícias do movimento xiita libanês Hezbollah,
cercam Al-Ghouta desde abril de 2013. Em julho, foi assinado um acordo
que pôs fim aos ataques aéreos e barragens de artilharia das forças de
Assad, mas intensificaram-se os combates terrestres nesta área de
população maioritariamente sunita. O regime de Assad assenta na minoria
alauita, uma denominação do xiismo.
A advertência de Al-Hussein para as
difíceis condições de vida em Al-Ghouta e para a penúria generalizada
que aqui se vive - estando a ser reutilizado, por exemplo, material
médico que, em condições normais, seria usado apenas uma vez - coincidiu
com a divulgação de uma outra notícia crítica para o regime de Assad.
Um relatório da comissão conjunta da ONU e da Organização para a
Proibição das Armas Químicas (OPAQ) sobre o ataque com gás sarin a 4 de
abril de 2017 em Khan Sheikhoun, nas mãos da oposição, conclui que este
foi levado a cabo por forças fiéis a Assad. Esta ação, na origem de mais
de 80 mortos e em que Damasco negou qualquer papel, levou a uma
retaliação dos EUA três dias depois, com o lançamento de mais de 50
mísseis Tomahawk sobre a base aérea de Shayrat, de onde teriam partido
os aviões envolvidos no ataque.
"Falta de consequências"
No
relatório daquela comissão pode ler-se que "A República Árabe Síria
[designação oficial do país] é responsável pela lançamento de gás sarin
em Khan Sheikhoun a 4 de abril de 2017". O mesmo texto sublinha que,
"apesar da proibição internacional" o uso de armas químicas "se não for
travado agora, a falta de consequências será um incentivo" para novos
ataques. A Rússia, o principal aliado do regime de Assad em paralelo com
o Irão, já ameaçou vetar a renovação do mandato da comissão conjunta
que finda em novembro.
O regime de
Assad reagiu de imediato, rejeitando "a forma e a substância" do
relatório, classificando as conclusões como uma estratégia para
"aumentar a pressão política" sobre aquele.
No
passado, a comissão já denunciou ataques de Damasco com substâncias
químicas em 2014 e 2015. Isto, após o regime de Assad se ter
comprometido, no quadro de um acordo assinado em 2013, a destruir o seu
arsenal químico.
O que não terá
acontecido na longa guerra civil que entrou já no sétimo ano de
existência. Com o número de mortos e de deslocados, internos e no
exterior, a não cessar de aumentar. Segundo o site I AM SYRIA,
que acompanha a evolução do conflito, referia recentemente que mais de
13,5 milhões de sírios (numa população total de 21 milhões em 2011)
foram afetados pelos combates, que provocaram um total de nove milhões
de deslocados, dos quais 5,2 forçados a deixarem o país.
O número de vítimas mortais não pára, igualmente, de aumentar, estimando o I AM SYRIA que já perderam a vida 480 mil pessoas.
* Assad é simplesmente um criminoso.
* Assad é simplesmente um criminoso.
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