20/10/2017

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HOJE  NO 
"OBSERVADOR"
“Muitas inverdades”, diz presidente da Proteção Civil na carta de demissão

Joaquim Leitão justifica a sua demissão com "muitas inverdades" que puseram em causa o "bom nome" da Proteção Civil e levaram à falta de "condições necessárias" para se manter no cargo.

O presidente demissionário da Autoridade Nacional da Proteção Civil justifica a sua demissão com as “muitas inverdades” ditas “ao longo dos últimos meses” e com a falta de “condições necessárias” para se manter “como presidente desta nobre casa”.

A carta de demissão de Joaquim Leitão, a que o Diário de Notícias teve acesso, data de quarta-feira, dia 18, e está dirigida à ex-ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa — recorde-se que a governante pediu a demissão na terça-feira.
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Joaquim Leitão explica que aceitou o cargo, que desempenha desde o dia 24 de outubro de 2016, “por amizade e consideração” ao secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e ao primeiro-ministro, António Costa, com quem trabalhou, acrescentando que admira “as suas capacidades de abnegação, trabalho, empenho e lealdade”.

“Não posso deixar de sentir as tragédias ocorridas no país nos últimos meses“, refere o presidente demissionário, sublinhando contudo ter-se “empenhado em projetos que visavam a modernização e maior eficácia da proteção civil em Portugal” e que estes não foram iniciados “por motivos alheios” à sua vontade.

Os motivos para a sua demissão prendem-se com as “muitas inverdades” ditas “ao longo dos últimos meses” e que põem em causa o “bom nome” da Proteção Civil: “Porque foram ditas muitas inverdades ao longo dos últimos meses sem que fossem criadas as condições para as desmentir, tendo assim sido posto em causa o bom nome da Autoridade Nacional de Proteção Civil e em especial o dos profissionais da sua estrutura operacional, aos quais aqui reconheço publicamente o seu valor e sentido de dever”.

Joaquim Leitão destaca ainda a falta de condições para se manter no cargo. “Porque, apesar do espírito de missão e de serviço ao interesse público que me motivaram a aceitar este desafio, sinto que não se encontram reunidas as condições necessárias para que me mantenha como presidente desta nobre casa.”

“Pelas mesmas imposições de consciência de dever para com o país, venho, (…), requerer a cessação da minha comissão de serviço, com efeitos imediatos”, conclui o presidente demissionário.

* O termo inverdade serve para esconder a mentira onde provavelmente se está embrulhado.

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