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As mulheres fazem o dobro que os homens nas tarefas domésticas
O dado foi conhecido na sessão levada a cabo na CMF e que assinalou o Dia Municipal da Igualdade
O
Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal congregou esta tarde na sua
grande maioria várias mulheres, que compareceram em peso para assinalar o
Dia Municipal da Igualdade.
Numa problemática que diz respeito
aos dois géneros, foi o sexo feminimo que mereceu um maior olhar por
parte dos oradores. Madalena Nunes, vereadora com os pelouros da
Educação, Habitação e Desenvolvimento Social, presidiu a sessão
alertando para a estratégia municipal para a igualdade.
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IGUALDADE DE GÉNERO |
Segundo a
autarca, desde 2014 que a estratégia está montada com diferentes eixos
de intervenção e trabalho e “se analisarmos com cuidado”, vemos que a
preocupação da CMF “foi estabelecer parcerias, a nível interno e
externo”.
Madalena Nunes realçou que trabalhar esta problemática
“internamente é muito importante”, pois confere outro tipo de
“sensibilidade” para estas questões, desmistificando “muitas ideias que
estão feitas e interiorizadas em cada um de nós”.
Estabeleceu-se
também uma parceria com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de
Género (CIG), “que ajudou bastante” para a “formação” dos trabalhadores
da CMF. Houve também ao longo destes quatro anos a preocupação em
trabalhar problemas transversais, mas que digam respeito à igualdade,
por exemplo, no turismo, onde foram criadas várias aplicações móveis
para as famílias que utilizam carros de bebé, com mobilidade reduzida ou
até para os mais idosos. Estas pessoas podem assim realizar o percurso
mais conveniente de acordo com as suas condicionantes.
Números que têm vindo a crescer
No
primeiro ano de implementação do projecto contra a desigualdade, em
2014, a Câmara Municipal do Funchal trabalhou de perto com 95 pessoas.
Em 2015 o número subiu para as 520 e em 2016 cresceu ainda mais: 861.
Este ano os dados até Março contabilizam 626 pessoas, sem contar, como é
óbvio, com esta iniciativa.
“O grande segredo tem sido as
parcerias. Juntas de freguesia, instituições ou Polícia de Segurança
Pública ajudam no raio de acção e isso é muito bom”, constatou Madalena
Nunes, realçando que agindo “sozinhos não somos nada”, isto porque a
desigualdade “é um problema de toda a gente”.
Nas questões de
igualdade a vereadora acha que “ainda falta muito a fazer”, destacando o
prémio Maria Aurora, que tenta debater soluções para esta temática.
“Arranjamos um prémio municipal que tem um valor de três mil euros”,
incentivo que se tem mostrado “apelativo em termos de participações”,
informou Madalena Nunes, adiantando que “este ano foi o que teve mais”
concorrentes.
Lei da Paridade não foi aplicada nas últimas legislativas
Outra
das presentes nesta sessão foi a deputada na Assembleia Regional da
Madeira pelo Partido Socialista, Mafalda Gonçalves, que é também
presidente do Departamento Regional das Mulheres Socialistas da Madeira.
A
professora começou por congratular a CMF que “foi pioneira no
tratamento destas questões”, sendo esta “uma boa alergia” que espera
“contagiar outros municípios”. Mafalda Gonçalves acredita que a mudança
de mentalidades que ainda é necessária fazer na nossa sociedade só lá
vai com duas vias: educação e legislação.
No primeiro ponto, e
“porque tudo começa na educação”, a escola desempenha “um papel
fundamental”, onde num primeiro momento “é necessário fazer-se um
trabalho para a eliminação da linguagem sexista”.
Em relação à
segunda mudança, esta prende-se com questões com a punição e
acompanhamento dos agressores em casos de violência doméstica, sendo
necessários, no parecer da deputada regional, programas de reabilitação
que aqui na Região “não são implementados”, pois implica um grande
investimento “que tem de ser feito”.
A socialista mostrou-se
igualmente crítica em relação à Lei da Paridade que não foi cumprida nas
últimas eleições legislativas na Madeira, considerando mesmo “um
escândalo” que esta premissa não tenha sido cumprida.
Para quem
não sabe, esta linha estabelece que as listas para a Assembleia da
República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais são
compostas, de modo a assegurar a representação mínima, por 33% de cada
um dos sexos.
As mulheres fazem o dobro que os homens nas tarefas domésticas
Em
representação da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) esteve
Joana Martins, que começou por congratular todos os presentes pela luta
que têm travado a favor do feminismo.
Desta parceria
desenvolvida com a CMF, esta associação realizou um diagnóstico social
pela igualdade de género, onde através de 500 questionários anónimos,
abrangendo todas as faixas etárias e várias localidades da capital
madeirense, puderam identificar onde estão as maiores desigualdades.
“A
nível da partilha de tarefas domésticas, as mulheres fazem o dobro que
os homens e estão também mais desprotegidas socialmente, com assédio
sexual e a violência doméstica e de género”, disse Joana Martins,
evocando a sigla pela qual o movimento da UMAR se rege: ‘Somos
diferentes com os mesmos direitos’.
Outras questões foram também
abordadas pela porta-voz do núcleo regional desta associação como a
desigualdade salarial para o mesmo cargo e a dificuldade de acesso às
mesmas funções laborais.
* "As mulheres fazem o dobro que os homens nas tarefas domésticas" e a custo zero
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