HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Portugal está a estudar decisão dos
EUA sobre jovens indocumentados
O Presidente da República escusa-se, para já, a comentar a decisão
de Washington de terminar o programa que protege jovens indocumentados,
mas apontou que a questão está a ser estudada em Portugal, pelas
prováveis implicações para a comunidade portuguesa.
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“Nós estamos a
estudar isso em Portugal, porque temos um movimento muito grande
tradicionalmente em relação à comunidade portuguesa. Para já não queria
tomar posição”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à agência Lusa, em
Legrena, Grécia, onde participou na cerimónia comemorativa do 10.º
aniversário da Organização Europeia de Direito Público (EPLO, sigla de
European Public Law Organization), à qual Portugal aderiu no corrente
ano.
Um número indeterminado de jovens portugueses, que pode
chegar às várias centenas, está em risco de deportação depois de o
Presidente norte-americano, Donald Trump, ter decidido terminar com um
programa que protege pessoas levadas para os EUA de forma ilegal em
crianças.
Os EUA não divulgam o número de beneficiários por país
do ‘Deferred Action for Childhood Arrivals' (DACA), mas organizações que
prestam apoio a imigrantes portugueses em Rhode Island, Massachusetts,
Nova Iorque, Nova Jérsia e Califórnia garantiram à Lusa que foi um
programa muito popular nas suas comunidades.
Já hoje, o Governo
indicou que está a acompanhar pelos canais diplomáticos e a avaliar as
implicações da decisão dos Estados Unidos de acabar com o programa que
protege 800 mil jovens indocumentados.
Em declarações à agência
Lusa, o secretário de Estado das Comunidades, José Luis Carneiro,
afirmou que Portugal está a “acompanhar a situação” e que o embaixador
português está a “procurar perceber quais são as implicações que esta
lei terá e os contornos do anúncio que foi feito”.
O governante
sublinhou, quanto a esta matéria, que este tipo de decisão abrange
várias comunidades estrangeiras e que as alterações às leis de imigração
estão a acontecer por vários locais, não só os Estados Unidos, dando
como exemplo a França.
José Luis Carneiro lembrou ainda que o
problema dos cidadãos indocumentados - parcialmente, uma vez que muitas
vezes têm documentação da segurança social e finanças, faltando apenas o
relativo aos serviços de imigração - também ocorre noutros países como a
Suíça e o Reino Unido.
“É um problema complexo e global, não se pode apenas focalizar nos Estados Unidos”, acrescentou.
A
Casa Branca anunciou na terça-feira que vai terminar de forma gradual
com o programa que protege 800 mil jovens indocumentados que chegaram
aos EUA quando eram crianças, dando um prazo de seis meses para o
Congresso encontrar uma solução legal para as pessoas protegidas pelo
programa.
* Trump, como qualquer selvagem capitalista que se preze faz tudo para criar clivagens na sociedade americana, dividir para reinar.
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