HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Finantial Times
Portugal é "história de sucesso
do socialismo na Zona Euro"
Num artigo publicado esta terça-feira, o periódico britânico distribui méritos pelo anterior e actual governos da saída de "lixo", mas diz que Costa teve a sorte de ter as "estrelas alinhadas" quando chegou ao Governo, o que lhe permitiu manter o ritmo da consolidação orçamental e distribuir benefícios.
O filho pródigo à casa torna. É com uma expressão mais ou menos neste
sentido que o Financial Times caracteriza a retirada de Portugal do
nível de investimento especulativo por parte da Standard & Poor's na
sexta-feira passada.
Num artigo publicado esta terça-feira,
19 de Setembro, o jornal britânico diz que a decisão tomada por uma das
maiores casas de rating do mundo, depois de o país ter saído de um
processo de ajustamento com um resgate de 78 mil milhões de euros e
reduzido o défice orçamental, coloca Portugal como uma "raridade na Zona
Euro: um governo liderado por socialistas que realizou uma consolidação
orçamental com a popularidade em alta".
Em
resumo, o trabalho do Governo resultou também porque as "estrelas
económicas internacionais estavam alinhadas" quando Costa chegou a São
Bento e porque o Executivo teve a "boa sorte" de não ser "cilindrado
pelas políticas impopulares de um governo em tempos de crise".
A sustentar
fundamentalmente a melhoria da situação do país estiveram, defende, as
boas perspectivas para a Zona Euro e para a economia global, que
permitiram reforçar as exportações e estimular o investimento.
.
Mas
também há contributos que vêm de trás: "Os socialistas estão também a
beneficiar dos frutos das reformas dolorosas no mercado do trabalho do
anterior governo de centro-direita," defende o texto assinado pela
jornalista Mehreen Khan.
Ao Executivo de António Costa é
reconhecido o mérito pela implementação de leis para estabilizar o
sector bancário e a manutenção da linha de consolidação orçamental
"apesar de uma série de aumentos do salário mínimo," salvaguarda. Já o
controlo do défice, permitindo sair do procedimento dos défices
excessivos, valeu aplausos de Bruxelas, nota.
Aqui chegados, o
que tem Portugal a ensinar aos partidos do centro-esquerda e socialistas
que ficaram intimamente ligados às políticas de austeridade nos últimos
anos na Europa? "A principal ideia a reter pelos partidos socialistas
invejosos que olham Lisboa de Paris a Berlim? É que o 'timing' é tudo,"
argumenta a correspondente do FT em Bruxelas.
O jornal termina a
escrever que os últimos meses colocaram a confiança dos portugueses num
patamar tão elevado que já se espera que o país apresente a candidatura do ministro das Finanças, Mário Centeno, à liderança do Eurogrupo. A ideia foi assumida na sexta-feira por António Costa. E este domingo Centeno deixou a porta aberta à possibilidade.
* - Oh sr. Passos Coelho onde raio pára o diabo?
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