HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Portugal acima de média de suicídios
em todo o mundo, diz OMS
País registou, em 2015, uma taxa de 13,7 mortes por cada cem mil habitantes
Portugal
está acima da média global de suicídios, apresentando uma taxa de 13,7
por cem mil habitantes em 2015, face a uma taxa mundial de 10,7, segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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Perto
de 800 mil pessoas suicidam-se todos os anos, o que significa uma
pessoa a cada quarenta segundos, de acordo com os dados publicados hoje
no site da OMS, que defendeu que a comunicação social deve noticiar
estas mortes de forma responsável.
A OMS diz também que a Europa foi a região
do mundo com a mais alta taxa de suicídio (14,1 por cada cem mil
habitantes), à frente de África (8,8), Américas (9,6), Sudeste asiático
(12,9), Mediterrâneo Oriental (3,8) ou Pacífico Ocidental (10,8).
Dentro
da região Europa, Portugal está ligeiramente abaixo da média europeia
mas acima da média global, tendo registado, em 2015, uma taxa de 13,7
mortes por suicídio por cada cem mil habitantes, o que significa, tendo
em conta os cerca de dez milhões de habitantes, que cerca de 1.370
pessoas ter-se-ão suicidado.
De acordo
com a organização, o suicídio é um fenómeno global, apontando que, em
2015, 78% dos casos ocorreu em países com baixos e médios rendimentos.
A propósito destes números e tendo em
conta que no próximo domingo se assinala o Dia Internacional da
Prevenção do Suicídio, a OMS aproveitou para atualizar o seu guia com
recomendações para os órgãos de comunicação social.
Em
conferência de imprensa, citada pela agência espanhola EFE, Alexandra
Fleischmann, do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substancias,
apontou que a OMS considera que os jornalistas podem "melhorar ou
dificultar os esforços de prevenção", apontando que os meios de
comunicação social têm um papel importante no momento de informar de
forma responsável as mortes por suicídio.
Para
a responsável, é importante trabalhar a prevenção com os meios de
comunicação social e não só falar do que podem ou não fazer, para que os
jornalistas transmitam a mensagem de que o suicídio não é um tabu e que
"pode-se falar dele e procurar ajuda".
O
guia da OMS recomenda que se forneçam dados corretos sobre onde se pode
procurar e encontrar ajuda, dar a conhecer histórias pessoais sobre
como fazer frente a situações difíceis da vida ou a pensamentos suicídas
e ter uma especial precaução quando se noticia suicídios de pessoas
famosas.
A OMS também recomenda que
haja cuidado na hora de entrevistar familiares ou pessoas próximas de
alguém que se suicidou, já que podem ser boas fontes sobre como educar
outros sobre as realidades destas mortes, não esquecendo que estão numa
situação de dor que se deve respeitar.
O
guia pede aos meios impressos e digitais que não coloquem em destaque
nas suas páginas as notícias sobre suicídios e às televisões e rádios
que não abram os seus blocos informativos com este tipo de informação.
Além
disso, a OMS considera que os jornalistas não devem usar uma linguagem
sensacionalista ou que banalize o suicídio, nem que o mostre como uma
solução para possíveis problemas.
Defende
também que é melhor não descrever explicitamente o método usado para
cometer o suicídio nem o local da morte, acrescentando que deveria
evitar-se o uso de fotografias, vídeos ou links digitais.
Alexandra
Fleischmann apontou ainda que os principais fatores de risco para o
suicídio são a depressão e as desordens associadas ao consumo de álcool,
as drogas, a violência, os traumas, as perdas e situações de conflito,
bem como o 'bullying' escolar.
* Não é só um problema humano, reflecte o desrespeito de bastantes políticos portugueses.
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