08/07/2017

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  HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Sexo oral está a ajudar
.a espalhar bactéria superresistente

Os antibióticos prescritos para dores de garganta, quando há um mau diagnóstico, podem aumentar a resistência, criando superbactérias

A resistência aos antibióticos está a tornar a gonorreia, uma doença sexualmente transmissível, muito mais difícil de tratar, por vezes mesmo impossível de tratar, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS). "A bactéria que causa a gonorreia é particularmente esperta. De cada vez que usamos uma nova classe de antibióticos para tratar a infeção, a bactéria evolui para se tornar resistente", explica Teodora Wi, da OMS.
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Estima-se que todos os anos 78 milhões de pessoas sejam infetadas com gonorreia - a bactéria Neisseria gonorrhoeae pode infetar os genitais, reto e garganta e é transmitida através do sexo vaginal, anal e oral. E é esta ultima infeção que mais preocupa as autoridades de saúde, diz a BBC, uma vez que os antibióticos prescritos para dores de garganta, quando há um mau diagnóstico, podem aumentar a resistência, criando superbactérias.

"Nos Estados Unidos, a resistência [aos antibióticos] surgiu nos homens que têm sexo com homens por causa da infeção da faringe", explicou a médica. O declínio na utilização de preservativo, sobretudo no sexo oral, também é uma das causas apontadas para a transmissão da doença - no auge da epidemia VIH/sida a utilização era mais comum.

Assim, a organização está a encontrar relatos de resistência generalizada aos antibióticos mais antigos e mais baratos - dados de 77 países mostram que o problema é generalizado. E nos países mais ricos, onde a rede de vigilância funciona melhor, há mesmo casos de infeções que resistem a todos os antibióticos - foram detetados três casos no Japão, França e Espanha. Wi teme que esta seja apenas a ponto do icebergue, uma vez que nos países em que esta rede funciona pior a gonorreia é mais comum.

Em comunicado lançado esta sexta-feira, a OMS lembra que a gonorreia pode ser prevenida através de um comportamento sexual mais seguro, nomeadamente pela utilização correta de preservativo, sendo necessário mais e melhor educação para o sexo seguro.

A não utilização de preservativo, um aumento da urbanização e da mobilidade das populações, combinadas com as baixas taxas de deteção da doença e tratamentos inadequados ou falhados contribuem para o aumento.

A OMS salienta ainda que como "o desenvolvimento de novos antibióticos não é muito atrativo para a companhias farmacêuticas comercias", há apenas três novos candidatos para o tratamento da doença, em diferentes estágios de desenvolvimento.

* O mais alarmante desta notícia é de que a indústria farmacêutica não está interessada em criar novos antibióticos, é preferível deixar morrer gente do que perder dinheiro na venda de novos produtos.

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