03/07/2017

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HOJE  NO
"OBSERVADOR"
Roubo em Tancos. 
Oficiais vão depor espadas 
em Belém em protesto

O protesto contra a demissão de cinco comandantes, na sequência do roubo de armas em Tancos, foi convocado por email e está marcado para quarta-feira, às 11h30, em Belém.
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Os oficiais do Exército estão a ser convocados a depor as suas espadas à porta da Presidência da República, em sinal de protesto pela demissão de cinco comandantes na sequência do roubo em Tancos. A notícia está a ser avançada pelo Expresso, que adianta que a convocatória, marcada para quarta-feira às 11h30, está a ser feita por email.

Este protesto tem por objetivo pedir a exoneração do chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, e do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Pina Monteiro e protestar contra a demissão temporária de cinco comandantes. 

A intenção é “demonstrar a indignação, através da entrega da espada, símbolo do comando de oficiais, pela exoneração e humilhação pública, familiar, social a que foram sujeitos os nossos camaradas” e “pedir a recondução dos coronéis exonerados no comando das unidades e um pedido formal de desculpas pela Instituição aos seus familiares e camaradas de armas”, refere o email, citado pelo Expresso.

Há ainda uma série de regras que constam no email às quais os manifestantes deverão obedecer: para além de terem de levar as espadas, terão de estar fardados, com o “uniforme nº1, sem condecorações, só com os crachás de especialidade”.

A manifestação começará em frente ao Monumento aos Mortos, em Belém, e seguirá até ao Palácio de Belém em marcha silenciosa. Nessa altura, os oficiais irão depositar as suas espadas em frente à residência de Marcelo Rebelo de Sousa, comandante supremo das Forças Armadas — que, até ao momento, nada disse sobre a demissão dos comandantes.

Questionado sobre este protesto, esta segunda-feira, o Presidente da República não quis comentar.

Recorde-se que o chefe do Estado-Maior do Exército disse, este sábado, ter exonerado cinco comandantes das unidades ligadas à segurança dos paióis de Tancos “por uma questão de clareza e para não interferirem com o processo de averiguações”.

Loureiro dos Santos: “É uma manifestação muito grave”
O antigo chefe do Estado-Maior do Exército, o general Loureiro dos Santos, considera esta manifestação “muito grave”, sublinhando que este tipo de protesto só se faz “em situações extremamente graves”. “Não sei se o que se passou o justifica.”, acrescenta.

O general afirma ainda que toda esta situação “dá a impressão” que “os militares são os culpados do que está a acontecer”. Ainda assim, está na dúvida se esta é a melhor maneira de os oficiais demonstrarem o seu desagrado.

“Em boa verdade, os oficiais do Exército sentem que não estão a ser tratados da forma mais correta do ponto de vista dos seus direitos e deveres.”

E vai mais longe. “Se estivesse no ativo e me sentisse lesado, eventualmente participaria [no protesto]”, afirma Loureiro dos Santos, acrescentando que nunca participou em manifestações deste tipo quando estava no ativo. “Se eles entendem que há razões para fazer, devem fazê-lo.”

Relativamente ao atual CEME, o general considera-o “um homem sério”, “capaz”, “responsável”. “Tenho a melhor impressão do atual CEME. Não sei até que ponto merecerá posições da natureza daquelas da manifestação.”

* A ideia  não é má, mas seria preferível entregarem as espadas a quem roubou o paiol, dariam melhor uso às ferramentas.

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