ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
Ministério Público recebe contas
secretas de Granadeiro na Suíça
Já só falta a resposta de uma carta rogatória da Suíça para fechar a investigação ao caso Sócrates. Banco de Portugal confirmou que Granadeiro não aderiu ao RERT
O Tribunal Federal Penal da Suíça decidiu que devem ser remetidos para
as autoridades portuguesas todos os dados relativos às duas contas que
Henrique Granadeiro, ex-chairman da Portugal Telecom (PT), tem no banco
Pictet, onde entraram, entre 2010 e 2012, cinco transferências que
somam, no total, 18 milhões de euros. O fim da investigação a Sócrates
está apenas preso pela última de três cartas rogatórias remetidas para a
Suíça.
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OXALÁ DANCEM |
Segundo o semanário Expresso, que consultou o despacho
do tribunal suíço, o Ministério Público de Genebra foi autorizado em
Abril a entregar a informação bancária ao procurador do Departamento
Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Rosário Teixeira, que
coordena a Operação Marquês, o inquérito-crime sobre corrupção que tem
como protagonistas o antigo primeiro-ministro José Sócrates e Ricardo
Salgado, ex-líder do Grupo Espírito Santo. O banqueiro é também suspeito
de ter subornado Sócrates a propósito da PT.
Lembre-se que foi, tal como a SÁBADO avançou, o antigo presidente do
BES, Ricardo Salgado, que associou Henrique Granadeiro a esta conta.
Contudo, o advogado suíço de Henrique Granadeiro opôs-se ao envio de
todos os dados relativos às contas existentes no banco Pictet. Sete
meses depois da objecção do advogado de Granadeiro, o Tribunal Federal
Penal helvético considerou que os movimentos bancários das contas do
antigo chairman da PT deveriam chegar às autoridades
portuguesas, que já realizaram cinco buscas e seis inquirições a
testemunhas nas últimas semanas.
Nessa altura, estipulou-se que a
contar da recepção da última resposta às cartas rogatórias, os
procuradores tinham mais 90 dias para concluir o inquérito-crime. "O
terceiro pedido pendente junto das autoridades da Suíça, para obtenção
de dados bancários, foi objecto de oposição por parte de um dos arguidos
[Granadeiro] e decorre ainda prazo para eventual recurso para outra
instância. Assim, neste momento, não é possível prever a data sua
devolução", indicava a Procuradoria no comunicado enviado em Abril, em
que considerava que o inquérito permitia um calendário flexível.
Segundo o Jornal de Negócios,
Granadeiro não aderiu a nenhum dos três perdões fiscais, o chamado
Regime Excepcional de Regularização Tributária (RERT), que lhe
permitiriam transferir rendimentos do exterior para Portugal. A
confirmação foi dada pelo Banco de Portugal em Fevereiro. O Ministério
Público desconfia que 24 milhões de euros, que estavam na Suíça, estão
relacionados com pagamentos suspeitos do Grupo Espírito Santo ao então
presidente da Portugal Telecom.
Já só falta o Departamento
Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) receber a resposta da
última carta de três cartas rogatórias remetidas para a Suíça. Desta
maneira, o DCIAP deverá terminar o inquérito-crime na altura das
eleições autárquicas.
Além dos crimes de corrupção, fraude fiscal
qualificada e branqueamento de capitais, Sócrates pode ter de responder
por de tráfico de influências, falsificação e recebimento indevido de
vantagem, segundo um despacho do Ministério Público. A acusação pode ser
conhecida na mesma altura das eleições autárquicas.
* Parecia uma pessoa acima de qualquer suspeita, afinal é mais nódoa que pano.
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