HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Dívida ao Novo Banco ameaça viabilidade da Fundação Ricardo Espírito Santo
Salários de maio e junho só agora vão ser processados. Administração admite que, sem Santa Casa e Câmara de Lisboa, as portas já teriam fechado
O ano está a ser difícil para os
trabalhadores da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva. Os salários não
estão a ser pagos ao final do mês e, desde janeiro, já por duas vezes,
ficaram sem receber dois a três meses de trabalho. As encomendas,
garante a administração da fundação, estão a aumentar, mas o peso da
dívida ao Novo Banco e a falta de autonomia financeira têm ameaçado a
sustentabilidade do negócio. A dívida estava avaliada em 3 milhões de
euros em 2015, o último relatório e contas disponível para consulta,
quando a fundação revelava um prejuízo superior a um milhão de euros.
“A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem sido o parceiro essencial
para a negociação da dívida existente ao Novo Banco, situação que a
Fundação Ricardo Espírito Santo Silva jamais conseguiria resolver sem
que um grande apoio financeiro mecenático ocorresse”, garantiu a
administradora executiva Conceição Amaral.
A parceria com a Santa Casa, fechada em
2015, foi a solução encontrada para colmatar a enorme falha que a queda
do império Espírito Santo trouxe à fundação. Por sua vez, a Câmara
Municipal de Lisboa tem assegurado a integração da FRESS em projetos
municipais, garantindo que o fluxo de encomendas não cessa.
Mas o caminho para a “sustentabilidade por via das receitas próprias” ainda está por fazer. “De facto, sem parceiros institucionais como a Santa Casa a Câmara Municipal de Lisboa, o Ministério da Cultura, a Fundação já teria encerrado”, assumiu Conceição Amaral em resposta ao Dinheiro Vivo. O rosto mais visível das dificuldades são os salários em atraso, que têm gerado situações de extrema dificuldade. “Tem sido um sufoco, temos colegas a passar fome”, conta um trabalhador ao Dinheiro Vivo. “Há rendas, há contas, há filhos pequenos, tudo compromissos que temos de assumir e não temos como. Não há dinheiro. Não há dinheiro”, lamentou.
A última interrupção nos pagamentos aconteceu no arranque do verão – os vencimentos de maio só chegaram por metade, em duas tranches pequenas, e os de junho, bem como o o 13.º mês correspondente às férias, ficaram por pagar. Isto depois de terem ficado sem receber o pagamento pelo trabalho feito em fevereiro, março e abril, como o Dinheiro Vivo noticiou. O email costuma ser o portador das más notícias enviadas pela administração. “Ainda agora, em maio, nos disseram que íamos receber 250 euros do salário”. Acrescentava-se ainda que “quem precisasse com urgência de dinheiro podia ir à tesouraria levantar 60 euros para o passe”, adianta outro funcionário. “Imagine, para passe, quando há tanta gente sem ter como sustentar a casa”.
Esta sexta-feira, e já depois de o Dinheiro Vivo ter contactado Conceição Amaral, chegaram boas notícias: o valor em falta relativo a maio vai ser pago; os vencimentos de junho também irão ser processados. Tudo “muito rapidamente”, como a administradora executiva tinha já garantido em resposta às questões enviadas. “Existem, neste momento, alguns pagamentos aos funcionários e colaboradores em atraso, problemas esses que serão resolvidos nos próximos dias”, garantiu a responsável.
“A retoma está visível no aumento das encomendas e na quantidade de trabalho em curso, sinais inequívocos de uma mudança de grande significado”. E os trabalhadores são peça fundamental e “âncora” da mudança, considera Conceição Amaral.
Mas o caminho para a “sustentabilidade por via das receitas próprias” ainda está por fazer. “De facto, sem parceiros institucionais como a Santa Casa a Câmara Municipal de Lisboa, o Ministério da Cultura, a Fundação já teria encerrado”, assumiu Conceição Amaral em resposta ao Dinheiro Vivo. O rosto mais visível das dificuldades são os salários em atraso, que têm gerado situações de extrema dificuldade. “Tem sido um sufoco, temos colegas a passar fome”, conta um trabalhador ao Dinheiro Vivo. “Há rendas, há contas, há filhos pequenos, tudo compromissos que temos de assumir e não temos como. Não há dinheiro. Não há dinheiro”, lamentou.
A última interrupção nos pagamentos aconteceu no arranque do verão – os vencimentos de maio só chegaram por metade, em duas tranches pequenas, e os de junho, bem como o o 13.º mês correspondente às férias, ficaram por pagar. Isto depois de terem ficado sem receber o pagamento pelo trabalho feito em fevereiro, março e abril, como o Dinheiro Vivo noticiou. O email costuma ser o portador das más notícias enviadas pela administração. “Ainda agora, em maio, nos disseram que íamos receber 250 euros do salário”. Acrescentava-se ainda que “quem precisasse com urgência de dinheiro podia ir à tesouraria levantar 60 euros para o passe”, adianta outro funcionário. “Imagine, para passe, quando há tanta gente sem ter como sustentar a casa”.
Esta sexta-feira, e já depois de o Dinheiro Vivo ter contactado Conceição Amaral, chegaram boas notícias: o valor em falta relativo a maio vai ser pago; os vencimentos de junho também irão ser processados. Tudo “muito rapidamente”, como a administradora executiva tinha já garantido em resposta às questões enviadas. “Existem, neste momento, alguns pagamentos aos funcionários e colaboradores em atraso, problemas esses que serão resolvidos nos próximos dias”, garantiu a responsável.
“A retoma está visível no aumento das encomendas e na quantidade de trabalho em curso, sinais inequívocos de uma mudança de grande significado”. E os trabalhadores são peça fundamental e “âncora” da mudança, considera Conceição Amaral.
* O valor da Fundação é inquestionável, mas vale a pena pensar que para Ricardo Salgado, independente da oratória de pé descalço que lhe é peculiar, a FRES não era mais do que um instrumento para as suas vigarices.
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