ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
Turismo.
O segredo do nosso sucesso
O segredo do nosso sucesso
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Os resultados são conhecidos. Nunca houve tantos turistas a visitar Portugal. Nos últimos anos bateram-se todos os recordes de dormidas, hóspedes, receitas e passageiros. O turismo é o maior exportador de serviços e afirmou-se em definitivo como um dos principais motores da economia. A ele se deve grande parte do crescimento económico alcançado no primeiro trimestre, o maior dos últimos dez anos. E só nos primeiros três meses deste ano foram criados mais de 37 mil postos de trabalho neste sector, quase tantos como em 2016.
É certo que a instabilidade gerada pelas primaveras árabes e o medo
de atentados terroristas fez com que milhões de pessoas reequacionassem
os seus destinos de férias, deixando de ir para países como Tunísia,
Egito ou Turquia. Os países mediterrânicos, como Portugal, beneficiaram
dessa mudança. Mas não é só isso que está na origem dos bons resultados
nacionais. A verdade é que, entre 2005 e 2015, o país cresceu sempre
mais do que os vizinhos. O aumento das receitas foi pelo menos o dobro
do registado em Espanha, por exemplo.
A história do sucesso
fez-se de vários momentos. Um deles aconteceu numa sala, no final de
2013, ainda o país sentia os efeitos da crise e a troika era visita
regular. O orçamento do Turismo de Portugal era curto e era preciso
gastar menos e melhor. Mas, antes de definir o novo plano, havia que
conhecer a concorrência. O então presidente do Turismo de Portugal, João
Cotrim de Figueiredo, que ocupou o cargo entre novembro de 2013 e
fevereiro de 2016, mandou afixar na parede imagens de campanhas,
outdoors, brochuras e páginas da internet dos 15 países da bacia
mediterrânica e de outros que concorriam diretamente com Portugal.
Depois pediu à equipa que se afastasse quatro ou cinco metros e lançou o
desafio: quem é que naquela sala conseguia rapidamente identificar a
Turquia. “Era impossível. Era tudo igual. Imagens de céu azul, famílias
felizes e slogans como ‘venha viver a experiência’. Se nos metêssemos
naquele mar de comunicação com meia dúzia de milhões de euros, nem se ia
notar. A primeira conclusão óbvia é que seria deitar dinheiro fora
continuar a investir nos meios tradicionais. Aquela parede mostrou-nos
que tínhamos de ter uma linguagem diferente”, recorda.
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De uma só
vez pôs-se fim a todos os cartazes promocionais e acabou-se com o
patrocínio de eventos como o Estoril Open ou o Rally de Portugal. Todo o
dinheiro foi canalizado para o marketing digital. O Facebook e o
Instagram passaram a ser tão ou mais importantes do que a presença em
qualquer feira de turismo. Afinal, é através da internet que cada vez
mais se escolhem os destinos de férias, se compram voos e marcam hotéis,
sem intermediários e à medida dos interesses de cada um. Simples, mas a
verdade é que nenhum outro país o tinha feito antes.
Para que a nova estratégia fosse bem-sucedida era preciso garantir
que Portugal não se perdia na imensidão da internet. Contrataram-se
especialistas em otimização de motor de buscas, que tinham como única
missão assegurar que as praias portuguesas, os campos de golfe, os
castelos, as vinhas do Douro ou as planícies do Alentejo apareciam no
topo das pesquisas sempre que um turista procurava viagens. Mais de
metade de todo o orçamento do Turismo de Portugal para a promoção passou
a ser entregue à Google, nomeadamente para a compra de palavras-chave
que garantiam que fosse dada prioridade a sites nacionais. “Tornámo-nos o
maior cliente da Google em Portugal”, lembra Cotrim de Figueiredo. E
para o Facebook seguia outra fatia de leão: 25% das verbas.
Mas
não bastava comprar visibilidade. Era preciso saber ao pormenor o que
queriam diferentes tipos de turistas nas mais variadas partes do mundo
para decidir que mensagem levar a cada um e em que exato momento.
Passou-se então a monitorizar todas as pesquisas que os estrangeiros
faziam sobre Portugal, a partir do IP dos seus computadores. “Sabíamos
quando as pessoas estavam quase a decidir o destino de férias porque o
padrão de visitas a sites é diferente em relação a quando se está à
procura. E 48 a 72 horas antes da decisão conseguíamos mandar outra
mensagem mais incisiva. Se fosse uma sueca de 35 anos, golfista, por
exemplo, fazíamos com que aparecesse no seu Facebook e no site que
estava a consultar umas imagens fantásticas de mulheres a jogar golfe em
Portugal, que pareciam mesmo feitas à sua medida. Isso pode fazer a
diferença”, explica o ex-responsável.
Luís Araújo, que lhe sucedeu no cargo, reforçou esta aposta. “Não
damos tiros no escuro nem lançamos o isco ao calhas para ver que peixe
morde. Toda a promoção é tailor-made [feita à medida].” Mesmo que muita
da informação ainda seja obtida nos meios tradicionais. Foi através de
um encontro com o principal operador de viagens na China — considerado
um dos novos mercados de aposta — que se ficou a saber que os chineses
associavam Portugal a um destino romântico. Logo, as campanhas dirigidas
àquele país deixaram de ter imagens da praia e do sol e passaram a ser
feitas de fotografias do Palácio da Pena (Sintra) e jantares ao luar,
exemplifica Luís Araújo. O futebol é outro dos chamarizes. E às vezes
não é preciso complicar. A distribuição de camisolas da seleção
autografadas por Cristiano Ronaldo nas feiras de turismo na China
revelou-se um remate certeiro — e capaz de levar às lágrimas muitos
chineses. Já no Brasil, habituado a grandes feitos futebolísticos, a
bola não é o melhor cartão de visita. Mais eficaz é mostrar imagens de
gastronomia e fotografias de castelos e outros monumentos que
testemunham quase mil anos da história. Nas terras frias do Norte da
Europa, nada funciona melhor em termos de promoção do que a clássica
trilogia praia, sol e mar.
A crise como oportunidade
A
história do turismo em Portugal leva mais de 100 anos. Começou no meio
do Atlântico com a vinda de ingleses para explorar o negócio do vinho da
Madeira e que se renderam aos encantos da ilha. Anos mais tarde,
durante a I Guerra Mundial, eram as estâncias termais do centro do país
que atraíam visitantes. A descoberta do Algarve enquanto destino
turístico só ocorreu nos anos 60, mais uma vez explorada por operadores
britânicos. Mais tarde vieram os charters, os pacotes e os hotéis de
massas. Mas nos anos 80, com o país sob intervenção do FMI, perdeu-se
uma importante vaga de industrialização do turismo, então muito
capitalizada por Espanha.
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A falta de desenvolvimento nessa altura
acabou por funcionar, anos mais tarde, a favor de Portugal, protegendo
da massificação uma parte importante do território nacional. “Foi uma
espécie de bênção. Isso permitiu que já neste século se pudesse apostar
num modelo mais diversificado, orientado para nichos, mais moderno e
especializado, por oposição à lógica de massas e das grandes cadeias”,
considera João Cotrim de Figueiredo. É a qualidade da oferta que faz com
que o país esteja à altura das expectativas dos visitantes. Sem isso, o
crescimento sustentado ao longo dos últimos anos nunca seria possível,
por melhores que fossem as campanhas.
Já nesta década, o FMI
haveria de voltar a Portugal e, mais uma vez, a crise económica acabou
por se revelar uma oportunidade para o sector. Nos anos negros da
recessão, milhares de portugueses fizeram as malas e partiram. Muitos
dos que ficaram foram forçados, pelo desemprego e pela falta de
perspetivas, a mudar de vida. Apostar no turismo, que já estava em
franco crescimento, foi a saída para muitos deles. Fizeram-se
empreendedores e gerou-se uma dinâmica a que o país não estava habituado
a assistir.
Abriram-se negócios, multiplicaram-se alojamentos
locais e criaram-se atividades de animação turística. Os números falam
por si. Se em 2008 havia 285 empresas de animação turística registadas
no Turismo de Portugal, em 2012 já eram mais de mil. Em 2015
ultrapassou-se as 2500. E só em 2016 foram criadas mais 1500. Afinal, os
portugueses não eram tão avessos ao risco como se acreditava.
Foi
também em plena crise que se viveu outro dos capítulos mais importantes
desta história de sucesso. A instalação de bases de companhias aéreas
low cost, como a RyanAir e a EasyJet no Porto, em Faro e em Lisboa, a
partir de 2009, permitiu um aumento sem precedentes do número de
passageiros a aterrar em Portugal. No caso da capital, foi uma vitória
suada que levou Lisboa a ganhar, em 2010, a competição a Barcelona e
Copenhaga, que também disputavam a instalação de uma base da EasyJet. Na
altura, já com o capital de eventos bem-sucedidos, como a Expo-98 e o
Euro-2004, se percebia o potencial da cidade como destino turístico.
Acabaram por vencer os argumentos nacionais, sobretudo o empenho do
Governo e da Câmara, que garantiram que iam investir fortemente no
turismo para assegurar a atratividade das rotas.
Era fácil para
qualquer pessoa perceber a importância decisiva que o aumento do número
de voos a baixo custo teria para o país. Mas era ainda mais evidente
para o madeirense Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo
entre 2005 e 2011, que conduziu as negociações para a vinda das low-cost
para Portugal. “Como ilhéu, sempre vi o transporte aéreo como uma
prioridade”, diz o responsável, hoje administrador da cadeia de hotéis
PortoBay e há poucos meses nomeado presidente da estrutura de missão
criada pelo atual Governo para captar investimento estrangeiro.
“Em seis anos, abriram 300 novas rotas aéreas para Portugal. Hoje há
muito poucos aeroportos no Reino Unido que não estejam ligados ao nosso
país”, salienta Bernardo Trindade. O país situado no extremo ocidental
da Europa ganhou uma nova centralidade e reposicionou-se no mapa das
deslocações.
De nada a número 1
Foi também no final da
primeira década deste século que se avançou com a revisão da lei dos
empreendimentos turísticos, para simplificar a legislação e a criação de
novas unidades. “Foi aí que nasceu a figura do alojamento local, hoje
tão falada”, recorda o ex-secretário de Estado. O próprio Turismo de
Portugal enquanto instituto único que agrega promoção, formação,
regulação e o jogo, de onde provém grande parte do seu orçamento, foi
criado em 2007. E houve, claro, as apostas acertadas de agentes
privados, como aconteceu com a exploração do golfe como fator de
atração. “Foi claramente uma oportunidade identificada pelos promotores
para encontrar respostas contra a forte sazonalidade que afetava o
Algarve. A região era basicamente visitada nos meses de verão. E, sendo o
golfe um desporto que se joga nos meses de inverno, o Algarve podia ser
promovido como um local privilegiado.” Aposta feita, aposta ganha. O
país já foi considerado o melhor destino, tanto europeu como mundial,
para a prática da modalidade.
Foi com a mesma lógica de
diversificar experiências, destinos e públicos que o surf acabou por
entrar no cardápio de propostas oferecidas pelo país. Estávamos em
janeiro de 2013 quando uma foto do surfista de ondas gigantes Garrett
McNamara, um ponto minúsculo numa onda monstruosa com mais de 30 metros e
o farol da Nazaré em primeiro plano, fez capa do jornal inglês “The
Times”. A Nazaré já conhecia McNamara, o surfista norte-americano já
conhecia o potencial da região.
Mas foi a partir de então que o
mundo passou a conhecer os dois, com a imagem a tornar-se viral na
internet. “Percebemos no Turismo de Portugal o poder daquela fotografia.
Fomos ver quem era o surfista e fomos à Nazaré falar com ele. Vimos que
ele amava verdadeiramente Portugal e pagámos-lhe para promover o nosso
país, o que na altura deu alguma polémica, por se tratar de um
estrangeiro”, recorda Cotrim de Figueiredo.
As autarquias da
Nazaré, de Peniche ou de Mafra (a Ericeira tornou-se reserva mundial de
surf) aproveitaram a onda e reforçaram o investimento. Portugal passou
de inexistente nesta área ao destino mais procurado por surfistas na
Europa. É o único país europeu a ter todas as provas da World Surf
League (WSL) e durante todo o ano é possível encontrar dentro de água
executivos da City londrina, por exemplo, que vêm surfar a Portugal ao
fim de semana. Em Peniche, a “época alta”, que dantes se resumia a julho
e agosto, começa agora em maio e só termina no final de outubro. E, num
dos restaurantes mais famosos da vila da Nazaré, o prato com mais saída
é agora o “Menu McNamara” (robalo com alho e migas, acompanhado por
salada com frutas frescas e sementes de sésamo).
O antigo
presidente do Turismo de Portugal, hoje administrador de várias
empresas, lembra que, mais do que o número de pessoas atraídas pelo
surf, era a imagem associada àquele desporto que interessava explorar
para a promoção do país. Na altura, fizeram-se análises semânticas e de
sentimentos em relação a tudo o que estava a ser dito sobre Portugal nas
redes sociais, no Booking ou no TripAdvisor. Leram-se dezenas de
milhares de comentários e posts para entrar na cabeça dos turistas, como
se estivessem deitados no divã do Turismo de Portugal. E havia uma
expressão que se repetia: em Portugal sentiam-se em casa.
O
espírito de comunidade, partilha, liberdade, descontração e juventude
associados ao surf encaixavam nessa ideia. Foi à boleia daquela
expressão que se desenhou todo um plano de marketing para apresentar o
país como um destino “caloroso, afetivo, quentinho”, onde todos se
sentissem em casa. Mas só se aposta naquilo em que Portugal é ou tem
condições para se tornar número 1.
Foi o caso dos festivais de
música. Também aqui, o Estado juntou-se aos promotores privados para
acertar calendários e apoiar a comercialização e a divulgação no
estrangeiro. Foi mais uma aposta ganha: no ano passado, quase 61 mil
turistas vieram a Portugal ver um dos oito maiores festivais. O
Primavera Sound, no Porto, é visitado, em média, por dez mil
estrangeiros por dia. E só o NOS Alive, realizado em Algés e eleito pela
CNN como um dos dez melhores eventos de música do mundo, contou com 32
mil na edição de 2016.
No final da semana passada, à porta do
gabinete do presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo,
penduravam-se quadros com imagens retiradas da última campanha. São
histórias contadas por estrangeiros — relatar as maravilhas do país por
quem vem de fora torna a mensagem mais credível —, todas filmadas em
dezembro. Poder-se-ia pensar que há outros meses do ano mais indicados.
Mas a ideia é precisamente essa: mostrar nos 20 mercados onde a campanha
está a passar que se está bem em Portugal mesmo no pico do inverno. E
nos anúncios faz-se sempre o aviso: “Estas imagens foram gravadas em
dezembro.”
Onda de prémios
A luz e a média de 259 dias
de sol por ano foram também os trunfos apresentados pela equipa de Luís
Araújo numa recente deslocação à Índia, onde se promoveu o país como
local ideal para filmagens. Antes tinha passado pela China para reforçar
a promoção de Portugal junto dos operadores turísticos locais, agilizar
a atribuição de vistos e acertar o início da primeira ligação direta
entre os dois países, operada pela China Capital Airlines e com data
marcada para julho. Não é por acaso que este foi o primeiro país
visitado por Luís Araújo pouco depois de tomar posse: o gigante asiático
é o maior emissor de turistas do mundo e Portugal quer tornar-se um dos
seus principais destinos. Até porque os chineses são os clientes que
mais gastam nas lojas de luxo da Avenida da Liberdade.
“Queremos o
cliente rico que vem gastar mais. Apostamos num segmento alto. Foi por
isso que quisemos trazer para Portugal a conferência do ‘Financial
Times’”, explica Luís Araújo. Lisboa recebeu em maio a Business Luxury
Summit, organizada pelo jornal e que reúne os CEO de várias marcas de
luxo, como a Hermés ou a Cartier.
A organização de conferências e congressos internacionais tem sido,
aliás, uma das apostas mais fortes do turismo em Portugal. O ponto alto
foi atingido em novembro do ano passado, quando a Web Summit, a maior
feira de tecnologia da Europa, se mudou de Dublin para Lisboa, atraindo
mais de 70 mil visitantes. Os números ajudaram Portugal a entrar pela
primeira vez em 2016 no top 10 dos países organizadores de eventos a
nível mundial, segundo o ranking da International Congress and
Convention Association.
Eventos como este levam a que Portugal
ande nas bocas do mundo. E a avalanche de prémios conquistados em 2016 —
“Melhor Destino de Praia na Europa — Algarve”, “Melhor Destino de Ilhas
— Madeira”, “Melhor Destino de Cruzeiro — Lisboa”, “Melhor Destino
Europeu — Porto”, “Melhor Projeto de Desenvolvimento Turístico —
Passadiços do Paiva”, só para dar alguns exemplos — também contribui
para fazer de Portugal um fenómeno turístico, ainda na semana passada
apontado pelo secretário-geral da Organização Mundial do Turismo como
exemplo a seguir.
A projeção reflete-se no número de artigos
publicados sobre o turismo em Portugal na imprensa estrangeira. Só no
ano passado foram 16.011. Uma parte resulta das chamadas press trips,
uma estratégia antiga mas que continua a ser usada sem parcimónia pelo
Turismo de Portugal, que convida jornalistas de todo o mundo para
visitarem o país. Em 2016 realizaram-se 1215 viagens destas, envolvendo
2165 jornalistas. Alemães, norte-americanos, ingleses e espanhóis foram
os mais convidados. E se Lisboa, Madeira e Algarve continuam a ser os
destinos mais incluídos, há outros que estão a ser cada vez mais
integrados nas rotas da promoção, como o Alentejo ou a região Norte.
A
ideia é alargar os destinos visitados pelos turistas: se vão ao Porto,
porque não irem depois ao Douro ou descerem até Fátima? Se vão à costa
alentejana ou ao Algarve, porque não aproveitarem, além dos mergulhos,
para fazerem outros passeios, a pé ou de bicicleta? Portuguese Trails é
uma das mais recentes marcas criadas pelo Turismo de Portugal, neste
caso para divulgar a nível internacional o turismo de Natureza.
No
mês passado foi lançada a nova campanha, mais uma vez exclusivamente
digital e pensada para os próximos dois anos. O objetivo já não é apenas
apelar aos estrangeiros para que venham visitar Portugal e se “sintam
em casa”. É que levem essa ideia à letra e façam mesmo do país a sua
residência. “Não queremos só promover Portugal como destino de férias,
mas como país para investir, estudar e viver”, resume Luís Araújo.
Se
fosse um prato, o turismo em Portugal seria uma bem tradicional
pescadinha de rabo na boca. Os eventos e os prémios geram visibilidade,
que atrai cada vez mais estrangeiros, que geram ainda mais projeção. “É
como uma bola de neve”, descreve Luís Araújo, que atribui o sucesso a um
trabalho em rede cada vez maior, dentro da Administração Pública e com
os privados. E o objetivo é que esta bola não pare de crescer nos
próximos dez anos, quando se espera que atinja os 26 mil milhões de
euros em receitas (o dobro do registado em 2016) e 80 milhões de
dormidas (mais 27 milhões do que no ano passado). Resta saber se essa
bola de neve não cresce demasiado, provocando uma avalanche que faça
abalar toda a montanha. A verdade é que nos centros históricos de Lisboa
e Porto, sujeitos a maior pressão turística, já se ouvem queixas.
* Trabalho excelente das jornalistas ISABEL LEIRIA e JOANA PEREIRA BASTOS
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