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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Aprovada resolução para eliminar
rendas excessivas no setor elétrico
O parlamento aprovou esta quarta-feira, com a abstenção do PSD, o projeto de resolução do BE que recomenda ao Governo que elimine as rendas excessivas no setor elétrico, em particular, nos chamados Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual.
Com a abstenção do PSD e os votos a favor de todos os restantes partidos, o projeto de resolução dos bloquistas foi aprovado esta quarta-feira em plenário da Assembleia da República, no qual foi chumbado - com os votos contra de socialistas e sociais-democratas - o projeto de lei do PCP que determina a eliminação CMEC e dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) com a EDP e outras empresas do setor eletroprodutor.
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"O BE propõe que a Assembleia da República recomende ao Governo que tome as iniciativas necessárias à eliminação das rendas excessivas no setor elétrico, em particular, nos chamados Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), e que essa eliminação - seja por renegociação direta no âmbito do processo de revisibilidade final dos CMEC, seja mediante tributação específica do produtor - se reflita na formação das tarifas para o ano 2018 e seguintes", refere o texto aprovado.
No final do plenário, o deputado do BE Jorge Costa destacou aos jornalistas que "quase todos os partidos votaram a favor do corte e da eliminação destas rendas excessivas na energia, cobradas indevidamente aos consumidores".
Para o deputado bloquista, "é uma mudança
política importante e é uma posição forte da Assembleia da República que
mandata o Governo para uma renegociação consequente e para o corte das
rendas excessivas na energia", ficando o executivo socialista "com um
mandato mais forte e com o compromisso político maior" nesta matéria.
"Por
proposta do BE é recomendado que esses custos sejam devolvidos aos
consumidores e que sejam eliminados da fatura elétrica nos próximos
anos, seja por renegociação direta conduzida pelo Governo, seja por
imposição de um tributo sobre a EDP que faça reconduzir aos consumidores
os ganhos desta cobrança indevida", explicou.
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Jorge
Costa sublinhou que "o Governo tem tido o compromisso de reabrir o
dossiê das rendas excessivas" e com esta proposta fica claro qual é o
alcance e o objetivo que o deve cumprir, que é a sua eliminação.
Na
resolução aprovada, os bloquistas explicam que "os CMEC são parte
significativa daquelas rendas excessivas, tendo representado 2500
milhões de euros a cargo dos consumidores de eletricidade ao longo dos
últimos 10 anos" e que este ano "pesarão 300 milhões de euros na fatura
elétrica".
De acordo com o texto do BE,
"a natureza excessiva da remuneração assegurada pelos CMEC está bem
identificada desde a sua origem", remetendo a uma informação de um
parecer da ERSE de 2004.
"O peso das
rendas garantidas no sistema elétrico português não tem paralelo noutros
países europeus. No caso espanhol, estes custos foram eliminados por
decreto do governo Zapatero logo em 2006", comparam.
Segundo
o texto do BE, "o objetivo da redução dos custos da eletricidade no
orçamento das famílias e das empresas não se compagina com a permanência
de rendas excessivas no setor eletroprodutor".
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"Durante
o ano de 2017, o Governo procederá ao ajustamento final dos CMEC para o
período 2018-2027. Para determinar esse ajustamento final, foi aprovada
com o Orçamento do Estado para 2017 a constituição de um grupo de
trabalho a ERSE, cujo estudo deve ser apresentado até ao final do
primeiro semestre", recordam.
* Finalmente, depois de longos anos de Catroga e Mexia nos tratarem com electro choques todos os meses, eis que há a possibilidade de desligar a cadeira eléctrica.
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