EM MARÇO NA
"DELAS"
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Desafio: 30 dias de sexo
O site australiano Stay at Home Mum,
que se apresenta como uma plataforma de informações para mães reais,
concebeu o desafio que quer aumentar a libido, a autoestima e a alegria
lá em casa.
Mas deve ou não fazer-se sexo todos os dias?
Mais a sério, são múltiplos os estudos que apontam nesta direção, mas
também os há que indicam a direção contrária. Dos que advogam a
primeira teoria, ouvem-se bem longe os benefícios que apregoam:
felicidade, alivio da dor e produtividade.
A dopamina é um dos principais ingredientes deste bem-estar. O sexo
ativa a libertação deste neurotransmissor que promove a sensação de
recompensa, tal como a cafeína ou o chocolate também trazem, lembra
Timothy Fong, professor associado de psiquiatria da David Geffen School
of Medicine.
Há depois a sensação do alívio de dores. Portanto, se lhe dói a
cabeça, o melhor mesmo é… fazer sexo. De acordo com uma análise alemã de
2013, 60% dos inquiridos que diziam sofrer de enxaquecas e 30% dos que
reportavam cefaleias, garantiam a sensação de alívio após a relação
sexual.
.
A ler com mais cuidado e com todas as precauções para os que não têm
relações duradouras, uma investigação de 2002 – levada a cabo na
Universidade de Albany e que estudou 300 mulheres – concluiu que quando
fazem sexo sem preservativo têm tendencialmente menos sintomas de
depressão. Para os investigadores, a presença de estrogéneo e de
prostaglandina no sémen, e que podem ser absorvidos, têm aquelas
propriedades.
A Associação Portuguesa do Sono alertou recentemente para a
importância do sexo nas noites bem dormidas, vincando que as práticas
não geram efeitos iguais em homens e mulheres. O presidente daquela
entidade, Joaquim Moita, contou ao Delas.pt que quem
dorme melhor, tem mais apetência sexual e melhor sexo. Mas, no caso das
mulheres, nem sempre ter sexo antes de dormir favorece um sono
descansado. Leia em detalhe aqui.
Orgasmo é “encontro com Deus”
A religião não se demarca deste tema. O sacerdote polaco Ksawery
Knotz veio defender que o sexo “é um caminho para chegar a Deus”. No
livro ‘Apóstolo do Kama Sutra’, o autor defendeu que “os casais podem
demonstrar o seu amor de todas as formas possíveis, incluindo o estímulo
oral”.
Por ser também professor de educação sexual, Knotz – que dá aulas a
casais no mosteiro de Stalowa Wola, no sul da Polónia – ensina, e consta
no livro, que “todo o ato, carícia ou posição sexual que tem como
objetivo a excitação do cônjuge é permitido, e agrada a Deus. Durante o
sexo, o casal pode demonstrar seu amor de todas as formas possíveis, e
dar um ao outro as carícias mais desejadas”, defende o sacerdote no
livro. E vai mais longe, defendendo que o orgasmo é o “encontro com Deus
no Céu”, crendo que “o amor de um casal, com expressão no sexo,
aproxima o corpo humano do Paraíso”.
Conhecido como o apóstolo do Kama Sutra católico, o padre lembra que
se o criador permitiu que os casais sentissem prazer físico e
espiritual, então tal seria uma herança que deveria ser respeitada e
promovida. Estes e outros ensinamentos sobre família, amor e sexo podem
ser encontrados no site da sua autoria – apenas em polaco – e que pode
consultar a partir daqui.
Sexo uma vez por semana chega?
Apesar de a prática frequente de relações sexuais estar associada a
maior boa disposição, a ligação parece não ficar reforçada se a base com
que se parte é a de ter sexo uma vez por semana.
De acordo com o estudo levado a cabo junto de 30 mil americanos ao
longo de quatro décadas, “é importante manter uma conexão íntima com o
parceiro, mas para que tal aconteça não é preciso fazer sexo todos os
dias”, diz a coordenadora da investigação Amy Muise, psicóloga social e
pós doutorada da Universidade de Toronto-Misissauga. A análise focou-se
sobretudo em casamentos heterossexuais e relações duradouras.
Num outro estudo bianual liderado pela Universidade de Chicago – e mais
amplo do que apenas sobre sexo -, homens e mulheres falam em estilo de
vida mais feliz quando o sexo é frequente, mas reportam a existência de
uma média semanal. Esta investigação, conhecida pelo General Social
Survey (1989 to 2012) passou pelo acompanhamento de 25 mil americanos.
Curiosamente, esta mesma investigação veio deitar por terra estereótipos
como os homens gostam de fazer mais sexo do que as mulheres e que os
mais velhos têm menos relações sexuais.
* Nós pensamos o sexo como a porção mágica da vida.
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