HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
Líderes celebram 60.º aniversário
já só a 27 e virados para o futuro
Os líderes europeus celebram no sábado o 60.º aniversário dos
Tratados de Roma, fundadores da União Europeia, numa cerimónia na
capital italiana, já sem Reino Unido, e na qual os 27 adotarão uma
declaração sobre o futuro da Europa.
.
.
A celebração ocorre num contexto particularmente difícil para
a UE, que se prepara para, pela primeira vez, perder um Estado-membro,
tendo lugar quatro dias antes de Londres enviar para Bruxelas a
notificação de ativação do artigo 50 do Tratado de Lisboa, que
desencadeará as negociações para a concretização do ‘Brexit’, um dos
maiores reveses da história da União.
O governo britânico confirmou na semana passada que a
primeira-ministra britânica, Theresa May, estará ausente das cerimónias
de Roma, explicando que, depois de contactos com outras capitais,
“considerou-se que seria mais acertado os 27 celebrarem este aniversário
como uma oportunidade para definir o futuro da UE sem o Reino Unido
como membro, e todos concordaram”.
Num ano chave para a Europa face à realização de eleições em
Estados-membros com “peso” – como França e Alemanha, dois dos seis
países que assinaram em 25 de março de 1957 os Tratados fundadores da
Comunidade Económica Europeia e da Comunidade da Energia Atómica, que
dariam mais tarde lugar à UE -, o desfecho das eleições na Holanda
(outro Estado-membro fundador), a 15 de março, ajudou a recuperar um
pouco o ânimo no seio da UE.
Naquele que era considerado o primeiro grande “teste” à eventual
escalada dos populismos na Europa – depois do triunfo do ‘Brexit’ no
referendo de junho de 2016 no Reino Unido e também à luz do triunfo de
Donald Trump nas presidenciais norte-americanas -, apenas 13% dos
holandeses votaram no PVV de Geert Wilders (que defendia a saída da
Holanda do bloco europeu), esperando a UE que tal signifique que os
movimentos eurocéticos estão a perder força.
É neste contexto que os 27 chefes de Estado e de Governo comemorarão
os 60 anos de projeto europeu, mas a pensar nos grandes desafios,
internos e externos, que a UE enfrenta.
Os líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro António
Costa, irão adotar a “Declaração de Roma”, ainda a ser negociada entre
as 27 capitais, que definirá o caminho a seguir e as grandes prioridades
para os próximos anos, isto numa altura em que a “Comissão Juncker” já
lançou um “livro banco” sobre o futuro da União, a ser discutido ao
longo dos próximos meses.
Por ocasião da cimeira celebrada em 10 de março em Bruxelas para
preparar Roma, o primeiro-ministro, António Costa, adiantou que Portugal
propôs que a Declaração refira “claramente” os temas da inovação e da
defesa dos direitos humanos.
“Gostaríamos de ver tratado com maior ênfase o tema da inovação,
motor essencial da economia europeia”, disse o primeiro-ministro,
acrescentando que a outra referência proposta por Lisboa para ser
registada na Declaração de Roma é “a defesa dos direitos humanos e a
promoção da igualdade de género”.
O chefe do Governo salientou ainda a necessidade de se “aprofundar e
completar a União Económica e Monetária", que considerou "uma condição
essencial" para se ter uma base sólida sobre a qual se possa construir
novos avanços do projeto europeu.
Celebra-se a 25 de março a assinatura, em 1957, em Roma, dos Tratados
fundadores pelos dirigentes de França, Alemanha Federal, Itália,
Bélgica, Holanda e Luxemburgo. A ratificação teve lugar nos meses
seguintes e entrou em vigor a 01 de janeiro de 1958.
* A utopia moribunda.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário