16/03/2017

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HOJE NO
 "AÇORIANO ORIENTAL"


Empresário cria pranchas de surf a partir
.da madeira criptoméria dos Açores

Um empresário vai lançar em abril no mercado uma prancha de surf ecológica denominada "Breklim", produzida com base em madeira criptoméria da ilha de São Miguel.
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“Naturalmente fui encontrar a criptoméria [a espécie mais comum da fileira florestal no arquipélago] e a partir daí foi um percurso que nunca mais acabou”, declarou hoje à agência Lusa Gonçalo Belmonte, que trabalha neste projeto há seis anos.

O empresário, de 49 anos, natural de Alenquer, distrito de Lisboa, que utiliza madeira certificada e não certificada, sempre procurou produzir uma prancha em madeira, tendo começado por investir noutros materiais que assegurassem qualidade e garantissem sustentação dentro de água, tendo a criptoméria dado essas garantias.

Gonçalo Belmonte explicou que a sua preocupação passou por criar uma prancha de surf que “pudesse ser compatível com as necessidades de performance que hoje em dia se exigem”, colocando-se, assim, o problema na necessidade de diminuir o peso.

“Quando se pensa numa prancha de madeira pensa-se num surf diferente, mais clássico, com menos performance. O que está a acontecer com a nossa produção nesta altura é que chegámos a um processo que nos permite criar pranchas com um nível de performance muitíssimo razoável e com pequenas diferenças de peso relativamente a pranchas normais”, disse o promotor.

Gonçalo Belmonte explicou que estas pranchas têm uma “durabilidade superior”, mantendo a sua característica principal”, que é a criptoméria, encontrando-se o projeto numa fase de produção “menos artesanal e semi-industrial”.

O empresário declarou que as resinas usadas na prancha “são muito ecológicas comparadas com as normais”, podendo as pranchas ser adquiridas ‘on-line’ e em lojas da especialidade, mas o objetivo passa, também, por internacionalizar o negócio e chegar a mercados, além do nacional, como França, Espanha ou países nórdicos.

“A viragem da indústria para a ecologia é uma tendência que está a acontecer e que é muito mais compreensível em mercados internacionais”, considerou.

Segundo Gonçalo Belmonte, a prancha “Breklim”, nome de um veleiro de madeira fabricado pelo pai na década de 60, nasceu de uma “paixão que cruza dois mundos, o amor de transformar a madeira em objetos de culto e o prazer de entrar no mar e surfar as ondas”.

De sexta-feira a domingo, no âmbito da presença dos Açores na Bolsa de Turismo de Lisboa, o empresário vai fazer a demonstração das pranchas em criptoméria no Centro Comercial Vasco da Gama.

Atualmente nos Açores assiste-se a um "boom" na prática de surf.
O concelho da Ribeira Grande, cujo município avançou com o registo da marca “Ribeira Grande – Capital do Surf” junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, acolheu em setembro do ano passado cerca de 600 atletas que participaram em três provas internacionais de surf.

*  Aproveitar a madeira da criptoméria é uma boa ideia.

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