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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Protecionismo e acordo climático excluídos da declaração final do G20
Condenação do protecionismo e apoio ao Acordo de Paris excluídos devido à relutância dos EUA em relação às duas matérias
A declaração final da reunião de ministros das Finanças do G20, hoje
divulgada, exclui a tradicional condenação ao protecionismo económico e o
apoio ao Acordo de Paris sobre o clima, refletindo a relutância do
Governo norte-americano sobre os dois assuntos.
"Estamos
a trabalhar para fortalecer a contribuição do comércio para as nossas
economias", realça a declaração negociada entre os participantes, que
estão reunidos desde sexta-feira em Baden-Baden, cidade no oeste da
Alemanha.
Segundo várias fontes ouvidas
pela agência de notícias francesa AFP, a nova administração dos Estados
Unidos (EUA), liderada por Donald Trump, que já assumiu posições hostis
face ao comércio livre e à luta contra o aquecimento global, impediu o
consenso entre estes dois temas nas conversações entre os ministros e
conselheiros reunidos nesta ocasião, que marca a primeira grande reunião
multilateral do novo secretário do Tesouro norte-americano, Steven
Mnuchin.
A França, pela voz do seu ministro das Finanças, Michel Sapin, lamentou o desacordo relativamente a estas duas matérias.
"Lamento
que as nossas discussões de hoje tenham sido incapazes de chegar a uma
posição satisfatória relativamente a essas duas prioridades
absolutamente fulcrais no mundo de hoje e sobre as quais a França quer
que o G20 continue a atuar com firmeza e de forma concertada", realçou o
responsável francês.
Por seu turno, a
Alemanha, que tem a presidência do G20, admitiu que na reunião dos
ministros das Finanças não foi possível chegar a um acordo sobre o
futuro das relações comerciais, ainda que se sublinhe a sua importância.
"Estivemos
de acordo sobre a importância do comércio internacional, mas não
chegámos a um consenso sobre o futuro das relações comerciais", afirmou o
presidente do banco central alemão (Bundesbank), Jens Weidmann, na
conferência de imprensa final do fórum.
Já
o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, citado pela agência
de notícias espanhola Efe, assinalou que se chegaram a algumas
declarações que, apesar de não serem muito concretas, mostram o
compromisso comum com um comércio justo.
"Chegámos
a declarações com as quais não se avança muito, mas que mostram o nosso
compromisso com um comércio justo e contra a manipulação das taxas de
câmbio", destacou.
O governante alemão
acrescentou que, em certas reuniões, "não se pode pedir demasiado a
alguns dos parceiros", vincando que o secretário do Tesouro dos EUA não
tinha mandato para aceitar certas declarações sobre o comércio.
Já
era esperado que a política comercial do Presidente dos EUA e a tensão
nas relações internacionais devido à situação em países como a Turquia e
a Rússia deveriam interferir na agenda da presidência alemã do G20.
Ao
grupo do G20 pertencem Estados Unidos, China, Índia, UE, Indonésia,
Brasil, Rússia, México, Japão, Alemanha, Turquia, França, Reino Unido,
Itália, África do Sul, Coreia do Sul, Argentina, Canadá, Arábia Saudita e
Austrália. A Espanha assiste à reunião como convidada.
Os países do grupo representam cerca de 84% da população mundial e aproximadamente 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
Na
reunião de Baden-Baden participam ainda representantes de várias
instituições internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário
Internacional (FMI).
* Eis o terrorismo de fato e gravata, muito mais grave que o ISIS.
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