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ONU insiste que solução de dois
Estados é a única para o conflito
israelo-palestiniano
A solução de dois Estados continua a ser "a única forma" de concretizar as aspirações de palestinianos e israelitas, defendeu o enviado da ONU para a paz no Médio Oriente
A solução de dois Estados continua a ser “a única forma” de
concretizar as aspirações de palestinianos e israelitas, defendeu, esta
quinta-feira, o enviado da ONU para a paz no Médio Oriente perante o
Conselho de Segurança da organização.
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O Conselho de Segurança
reuniu-se para discutir o conflito israelo-palestiniano um dia depois de
o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter recuado no empenho
norte-americano em alcançar uma solução de coexistência de dois Estados
como parte de um acordo de paz definitivo.
A solução de dois Estados continua a ser a única forma de concretizar as legítimas aspirações nacionais de ambos os povos”, disse Nickolay Mladenov ao Conselho de Segurança.
“Alguns podem ter a ilusão de que o conflito pode ser ‘gerido’ indefinidamente, de que a ausência de uma estratégia clara para alcançar a paz é uma estratégia em si mesma”, prosseguiu Mladenov.
O
enviado instou os líderes israelitas e palestinianos a “refletirem
prudentemente sobre o futuro”, que, advertiu, pode ser um futuro
“assente em perpétuo conflito, ascensão do extremismo e ocupação”.
Trump
anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos não continuarão a
insistir numa solução de dois Estados para o conflito, cortando
radicalmente com a política seguida há décadas por Washington — desde a
Presidência do democrata Bill Clinton — e com o consenso internacional
sobre o processo de paz.
“Estou a ponderar as [soluções] de dois
Estados e de um Estado e gosto daquela de que ambas as partes gostarem.
Fico muito satisfeito com aquela que as duas partes escolherem. Eu posso
viver com qualquer uma delas”, disse o chefe de Estado norte-americano
na quarta-feira, numa conferência de imprensa conjunta com o
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ao recebê-lo na Casa
Branca.
Pensei durante algum tempo que a [solução] de dois Estados parecia ser a mais fácil das duas, mas honestamente, se o Bibi e os palestinianos — se Israel e os palestinianos estiverem satisfeitos, eu fico satisfeito com aquela que eles preferirem”, observou.
As declarações de Trump foram saudadas pelo
Governo de direita de Israel, mas os palestinianos ficaram alarmados. O
Reino Unido, a França e a Suécia reafirmaram o seu apoio à solução da
coexistência de dois Estados.
“É muito perigoso afastarmo-nos da ideia de uma solução de dois
Estados, especialmente antes de termos alguma coisa viável para propor
em alternativa”, disse o embaixador sueco na ONU, Olof Skoog.
“E
não vemos nenhuma alternativa viável agora”, acrescentou, antes da
reunião do Conselho de Segurança, o diplomata sueco, cujo país
reconheceu o Estado palestiniano.
O embaixador britânico Matthew
Rycroft disse que o seu Governo “continua a acreditar que a melhor
solução para a paz no Médio Oriente é a solução de dois Estados”.
Por
sua vez, o embaixador francês François Delattre fez eco dos comentários
de Mladenov, afirmando: “Se a perspetiva de um Estado palestiniano
desaparecer, tal abrirá a porta para mais extremismo e mais terrorismo”.
* Tão óbvio!
.
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