HOJE
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"Aqui não há islamofobia.
Portugal é um paraíso,
devíamos orgulhar-nos"
Almoço com Abdool Vakil
"Astuto", "dono de uma habilidade exemplar
para os negócios", "um estratega nato". Não são meus os elogios. É
assim que Abdool Vakil é descrito nas inúmeras publicações
internacionais - incluindo a Euromoney e a Institutional Investor - que
lhe dedicaram artigos de páginas inteiras, fazendo até capa em algumas
delas, nas décadas de 1970 e 1980. Nessa época em que os financeiros
eram uma espécie estranha para a maioria do país, havia um português
ainda jovem e já internacionalmente reconhecido pela sua carreira. E a
quem a capacidade de fazer Portugal voltar aos mercados com condições
incríveis - uma taxa de financiamento com uma margem ou spread de 1%, só
igualada em outros 27 países de todo o mundo - depois dos instáveis
anos do 25 de Abril rendeu a alcunha de Mr. Spread.
"Sempre gostei de desafios, estou sempre à procura de novas coisas - a minha mulher não pode com isso, porque me vê sempre sob stress - e nessa altura andava a arranjar dinheiro para algumas empresas públicas." Foi então chamado a "negociar com a banca internacional as centenas de milhões em financiamentos para a República Portuguesa e fui eu que fiz a primeira operação em eurodólares", orgulha-se. "O país estava a pagar nessa altura margens de 1,75% e eu fui ter com o Dr. José Silva Lopes e disse-lhe: senhor governador, vou arranjar um spread muito mais baixo, de 1%. E ele achou impossível. Então apostámos um almoço e eu ganhei - fomos à Cervejaria Alemã, ali no Cais do Sodré." Recorda-se - e ri-se - como se tivesse acontecido tudo na véspera do nosso encontro, e não a seguir ao 25 de Abril, como há de explicar mais adiante.
À
mesa do Polícia, nas Avenidas Novas - onde é ainda cliente habitual,
como eu fui em criança -, vai contando a sua história como o faz quem
viveu muitas vidas. Traz consigo a ainda Lourenço Marques onde nasceu há
quase 78 anos, numa família de ascendência indiana, do Gujarat, chegada
a Moçambique em 1895. Conserva a paixão pelos números que o levou a
formar-se em Finanças no ISCEF (hoje ISEG), tendo na altura conhecido
dois ex-Presidentes (Cavaco Silva, colega de curso, e Jorge Sampaio que
estava na Faculdade de Direito) e Ernâni Lopes também seu colega de
curso, e a dar aulas de Matemática na faculdade em Lisboa e em Maputo.
Bem como os desígnios que lhe cabiam enquanto filho mais velho (com um
irmão médico e outro advogado) de cuidar dos negócios da família no
Ultramar. Mas a Casa Coimbra, onde chegou a estar empregado quando o pai
morreu - tinha ele 14 anos -, não seria o seu destino e nesse a mãe
viria a ter um papel fundamental ao enviá-lo para Lisboa para terminar
os estudos. Tinha então 17 e não tardaria a conhecer a mulher com quem
se casou numa mesquita de Paris há 55 anos - Rosária, portuguesa
católica, sua colega no Instituto Comercial de Lisboa, que mais tarde
viria a converter-se ao islão e com quem tem três filhos e seis netos.
É
pela família e pela religião que arrancamos a conversa, tomada a
decisão sobre a refeição, que para mim é rápida - um delicioso rim de
vitela, que é raro encontrar por aí - mas para Abdool Vakil só chega
depois de conselho avisado sobre o bacalhau à Brás. "Só como carne
halal" (de animais abatidos segundo as regras do Alcorão), diz, e
desafia-me a acompanhá-lo numas amêijoas à Bulhão Pato. A religião
também lhe veda bebidas alcoólicas, por isso não me acompanha na cerveja
- pede água. "O meu filho até é vegetariano" - é professor de História
no King"s College, em Londres. As duas filhas herdaram a veia financeira
- a mais velha vive em Nova Iorque e apenas a mais nova está por
Lisboa, onde já só vive também um dos netos.
Hoje,
o banqueiro tem mais disponibilidade para a família. O tempo divide-se,
por isso mesmo, entre Lisboa, Nova Iorque e Londres, onde vai reunir no
próximo mês toda a família para os 18 anos da neta. Mas não é capaz de
deixar de fazer aquilo que melhor sabe: contactos. Alturas houve em que
fazia tantos e a vida era de tal forma dinâmica que não conseguia
mantê-los atualizados, contava ao DN nos anos 1990. Mas sobretudo desde
que lhe foi amputado o Efisa, no processo de nacionalização do BPN, tem
estado focado na atividade que desenvolve enquanto líder da Comunidade
Islâmica.
Pergunto-lhe se gostaria de voltar a ficar com o banco que criou - originalmente, uma sociedade de investimentos apoiada pelo grupo Warburg, que tinha acionistas como a Kuwait International Investment Company, o Bankinter e a Sonae. "A minha mulher divorciava-se de mim!"
Pergunto-lhe se gostaria de voltar a ficar com o banco que criou - originalmente, uma sociedade de investimentos apoiada pelo grupo Warburg, que tinha acionistas como a Kuwait International Investment Company, o Bankinter e a Sonae. "A minha mulher divorciava-se de mim!"
Ri-se.
Nota-se, porém, alguma saudade desse tempo em que fez a sociedade de
engenharia financeira, à medida do que aprendera com um banqueiro judeu
sediado em Londres. "Sir Sigmund Warburg tinha umas filosofias muito
próprias. Por exemplo, o seu banco não tinha placa cá fora porque ele
achava que não valia a pena gastar dinheiro nisso; se as pessoas
soubessem que era bom iriam lá ter.
E tinha salas para almoços de negócios em que os clientes eram convidados por turnos, às 12.00 e às 13.00 - e o segundo era melhor, porque se prolongava um bocadinho e como nem serviam vinho eu ficava satisfeito. Era stricktly business." Recorda que o seu mentor dizia sempre: "Emprestar não é o nosso negócio; o dinheiro sai de manhã e volta pela hora do chá. E eu adotei esse lema: não emprestamos o nosso dinheiro." E assim, como intermediário, liderou várias operações para empresas públicas como a RTP, a TAP ou a EDP, e até para a Região Autónoma da Madeira. "O Dr. Alberto João Jardim gostava muito de mim."
E tinha salas para almoços de negócios em que os clientes eram convidados por turnos, às 12.00 e às 13.00 - e o segundo era melhor, porque se prolongava um bocadinho e como nem serviam vinho eu ficava satisfeito. Era stricktly business." Recorda que o seu mentor dizia sempre: "Emprestar não é o nosso negócio; o dinheiro sai de manhã e volta pela hora do chá. E eu adotei esse lema: não emprestamos o nosso dinheiro." E assim, como intermediário, liderou várias operações para empresas públicas como a RTP, a TAP ou a EDP, e até para a Região Autónoma da Madeira. "O Dr. Alberto João Jardim gostava muito de mim."
O telefone interrompe-o - há de tocar meia dúzia de vezes e Vakil atenderá, mas gasta o tempo necessário para explicar que não pode falar. Demora-se apenas uns segundos mais quando encontra a filha do outro lado.
Incapaz, ainda hoje, de estar
parado - "é disto que eu gosto" - esteve há menos de um mês na Índia,
com António Costa, que propôs, a pedido da embaixadora de Nova Deli em
Lisboa, para receber uma condecoração, visto na altura ser o único
português condecorado em ambos os países (aqui é Grande--Oficial da
Ordem do Infante D. Henrique). "É um orgulho que o primeiro-ministro
português tenha sido distinguido lá", vinca, enquanto testemunha a
"empatia" que sentiu entre Costa e o primeiro-ministro indiano, Narendra
Modi, e a "ternura" com que foi recebido em Goa. Uma viagem de afetos,
portanto, mas terá retorno em negócios? "Espero que sim." Vakil deu um
contributo criando um grupo de jovens da diáspora, mas acredita que há
muito mais para tirar desta relação entre Índia e Portugal. "Há
potencialidades bilaterais em negócios, mas não podemos olhar só para
estes dois países, devemos alargar a visão a outros da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa. Os portugueses são muito bons, por exemplo,
a intermediar o relacionamento entre certos países e Angola. Fazer esse
triangulamento com países africanos seria muito importante."
O sonho de Abdool Vakil era ter conseguido fazer deste país "uma espécie de hub para a transição de fundos do Médio Oriente para África e o resto do mundo" e a Índia teria também um papel relevante. "Já estive em vários países do Médio Oriente e as pessoas de lá confiam em mim e têm interesse nisto. Mas nós falamos de simplex mas muitas vezes acaba por ser só complex. Podíamos ser um país fantástico, mas não somos muito pragmáticos, a burocracia domina."
Serve-me
generosamente de amêijoas e molho antes de as tirar também para si -
"as senhoras vêm sempre primeiro", repete várias vezes - e vai juntando frames que
revelam a sua fama de homem de bons amigos, especialista em estabelecer
contactos entre quem precisa de alguma coisa e quem tem algo para
oferecer. "Tenho uma ligação forte à Turquia desde a visita do atual
presidente Erdogan a Lisboa, em 2001" - pronuncia pausadamente: "Erdoan,
o G com aquela coisa por cima não se lê", ensina-me. "À época, ele era
primeiro-ministro e eu estava a colaborar como assessor num banco do
Bahrein que tinha uma filial em Istambul." Uns amigos turcos pediram-lhe
que mediasse um encontro e Vakil fê-lo, acabando por cair nas boas
graças do então chefe de governo e do seu tradutor, mais tarde nomeado
ministro dos Negócios Europeus da Turquia, Egemon Bagis (lê-se Bash),
que quiseram oferecer-lhe um presente. "Eu disse o que sempre digo
nestas ocasiões: para mim não quero nada, mas a mesquita precisa sempre.
E então mandaram-nos mármores da Turquia e foi muito bom."
Vai
temperando o discurso com as frases como as disse originalmente, em
inglês, e sempre com apurado sentido de humor. Gosta de conversar.
Entusiasma-se como uma criança ao recordar estes episódios - que ainda
se repetem, mesmo que o Sr. Spread apenas conte os que já sucederam há
muito. Como o papel que teve no contributo da família real saudita,
aquando da visita a Portugal do então príncipe Salman bin Abdul Aziz
Al--Saud (hoje rei), para a mesma causa e da família Al-Muhaidib, também
da Arábia Saudita, convencida a contribuir não só para a Mesquita de
Lisboa mas também para o Centro de Estudos Islâmicos da Universidade
Lusófona e para uma das causas de eleição do amigo Jorge Sampaio, os
refugiados da Síria.
"O meu forte são
os contactos", assume. E foi assim que conseguiu refazer a sua vida
várias vezes. Como quando voltou a Portugal, no final dos anos 1980,
depois de quase uma década na City. Por esta altura, já tinha percorrido
todos os lados dos mercados financeiros. Passara pela revolução em
Portugal - só não foi preso, em 1962, porque a mulher, grávida, foi
buscá-lo à Cidade Universitária às 02.00 da manhã ("as mulheres têm este
sexto sentido"), onde ouvia, por amizade ("gosto muito dele"), Jorge
Sampaio, então líder do movimento académico das esquerdas. E em
Moçambique, em cujo sistema financeiro esteve integrado ainda no tempo
colonial, como secretário provincial de Planeamento e Finanças, aos 33
anos. O regresso foi decidido depois de a mulher escapar por pouco a uma
emboscada em Maputo, em outubro de 1974, e se recusar a voltar com os
filhos para lá. E foi para ficar junto da família que Vakil acabou por
recusar um convite do novo governo moçambicano para continuar a
assessorar as finanças e a banca do país.
Por
cá, já tinha sido fundamental na recuperação da reputação creditícia do
país - tendo criado e gerido a Comissão de Coordenação dos
Financiamentos Externos no Banco de Portugal e depois, ao mesmo tempo,
como consultor e negociador-chefe dos financiamentos internacionais da
República, o primeiro dos quais assinado em 1978. "Nessa altura tudo
tinha de ser aprovado ali, até uma transferenciazinha de cinco mil
escudos, e sempre que passo pela Rua do Crucifixo lembro-me de como os
amigos brincavam comigo: tu, um muçulmano, a trabalhar na Rua do
Crucifixo?!" O percurso no Banco de Portugal (onde chegou em 1976) e nas
Finanças (1978), num governo PS-CDS e a convite de Vítor Constâncio,
então ministro das Finanças, valeram-lhe dois louvores do governo e o
lamento, posto por escrito, do atual vice-presidente do Banco Central
Europeu quando decidiu largar tudo para tentar a sua sorte em Londres -
onde foi administrador do Manufacturers Hanover Limited, liderou depois o
ramo britânico do BNU e, a seguir, criou a Gemini Financial Services,
pequeno escritório com apoios de investidores da área do Golfo, tendo
trabalhado muito de perto com o grupo S.G. Warburg em montagens de
financiamentos para Portugal e outros países.
Hoje
mantém-se bem ativo, mas é a Comunidade Islâmica que mais tempo lhe
ocupa, sobretudo com a Mesquita de Lisboa em fase de acabamento e a nova
mesquita em projeto, conta-me enquanto nos dedicamos ao prato
principal. "Não entendo essas conversas um pouco polémicas que há para
aí." Refere-se ao movimento de moradores e proprietários expropriados
pela Câmara de Lisboa para construir a mesquita. A reação é-lhe
incompreensível num país onde sempre o trataram como igual. "Não há
dinheiro do Estado, apenas fundos europeus que estão disponíveis para
obras, e o sítio é histórico, é onde estiveram os muçulmanos no passado,
a Mouraria. Está a reativar-se aquela área e isso é um orgulho para
todos nós. Mas suponho que as pessoas arranjam sempre pretextos para
criticar..."
Nada que lhe dê motivos
para uma verdadeira desilusão com o seu país. "Felizmente, aqui não
temos islamofobia nem terrorismo. Eu faço parte de um think tank, o European Muslim Network, ao qual preside o professor Tariq Ramadan, e vou a reuniões semestrais onde há speakers de
todos os países. Numa delas, o tema era a islamofobia e estávamos a
ouvir descrições sobre o que se sentia na Turquia, na Alemanha, aqui e
acolá. Até que chegou a minha vez e eu disse: "Vivo em Portugal há mais
de 50 anos e ali tratam-me como amigo. Não sou o outro, sou o deles,
embora saibam que tenho uma religião diferente. Nunca senti isso a que
chamam islamofobia." E uma senhora pediu para falar e perguntou-me se eu
vivia num paraíso. E não há dúvida de que é um paraíso. Nós não
ligamos, mas devíamos mesmo ter muito orgulho nisto."
O
que nos diferencia? "Deus queira que não aconteça, mas eu estou sempre a
perguntar-me porque é que não temos problemas. E acho que é pela
constituição da nossa comunidade muçulmana: os que vêm de fora ou são
guineenses que têm nacionalidade portuguesa ou são-nos próximos e por
isso não têm reação contra os portugueses; os indianos ou têm
nacionalidade ou sentem-se iguais porque são bem tratados. A maioria
sabe que é assim." De resto, a Comunidade Islâmica está de tal forma
integrada na sociedade que todos os anos recebe a visita de cerca de 14
mil estudantes - meros curiosos ou interessados em aprender a língua e a
cultura árabes - e prepara almoços solidários regulares abertos a
pessoas carenciadas de todas as religiões. A mesquita organiza até
almoços de Natal para os que pouco ou nada têm.
Pergunto-lhe
se acredita que os movimentos populistas, extremados com os recentes
ataques terroristas na Europa e a presidência de Donald Trump nos
Estados Unidos, podem tornar mais difícil a coexistência. Foca-se em
Trump, mais a pensar alto do que a responder-me. "Não sei bem o que ele
quer, acho que ninguém sabe. Tem uns discursos incompreensíveis - amigos
meus que vivem nos EUA ainda não entenderam como foi possível ele
ganhar."
O fim do meu rim e a confirmação de Vakil da impossibilidade de dar conta da sua porção de bacalhau à Brás prenunciam o regresso da conversa ao futuro da Comunidade Islâmica de Lisboa, que reúne cerca de 50 mil membros - longe do que encontrou quando se instalou aqui e a sua família, a primeira muçulmana no país, recebia em casa os irmãos que por cá viviam, para rezarem juntos. Foi assim até a Arábia Saudita, a Líbia, a Turquia e outros beneméritos aceitarem ajudar a fazer nascer a mesquita da Praça de Espanha, inaugurada em 1984 num terreno também cedido pela câmara.
Muçulmano moderado, sábio e verdadeiramente ágil a obter consensos, tem sido difícil encontrar sucessor para os seus 28 anos de liderança, aonde chegou quando regressou de Londres, depois do afastamento de um dos 15 fundadores, Suleiman Valy Mamede, que criou a comunidade em 1968. "É demasiado tempo - é assim que se criam ditadores! Já por várias vezes afirmei o meu interesse em sair, mas têm-me pedido sempre que fique mais um bocadinho." Para o seu lugar no programa semanal da Antena 1 E Deus Criou o Mundo, onde partilhava o microfone com o representante da comunidade judaica em Portugal, Isaac Assor, e o católico Pedro Gil, já conseguiu substituto à altura - mas não sem o alertar para que "não dissesse asneiras!". "Passei há mês e meio ao jovem que trabalha comigo na comunidade, Khalid Jamal; não queria pôr lá alguém que não estivesse preparado para essa tarefa que transmite uma imagem correta do que é o islão e como se relaciona com as outras religiões, especialmente as abraâmicas. De resto, Vakil mantém-se ativo na Comissão da Liberdade Religiosa, de que é membro desde a fundação. "Também queria deixar, mas estamos a andar devagar, porque tem de ser uma pessoa esclarecida", diz, a preocupação a condizer com as suas intervenções públicas, repudiando sempre a radicalização e promovendo a liberdade e a diversidade religiosas.
Outros compromissos marcados para a tarde do nosso encontro não deixam que o almoço se prolongue, mas ainda há tempo para me convencer a partilhar um prato de papaia e manga cortadas no momento - pede limão para espremer por cima, como se faz em Moçambique - e bebermos café.
"A Comissão da Liberdade Religiosa vai ser recebida nesta tarde pelo Presidente em Belém e daqui a uns dias iremos ter uma visita sua à mesquita", explica. Também Vakil faz parte da lista de amigos de Marcelo Rebelo de Sousa - "desde que foi eleito, eu nunca lhe telefono, mas ele liga, às vezes à 01.00 da manhã. Não sei como aguenta não dormir mais de três horas por dia. Só peço a Deus que lhe dê saúde", diz, depois de reclamar vencido o pagamento do almoço. E já de pé, a despedir-se do pessoal da casa: "É sempre assim, sabe, as senhoras é que mandam."
Entrevistou JOANA PETIZ
* Para reflectir.
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