HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
PS recusará comissão
que desrespeite Constituição e lei
O PS avisou esta sexta-feira PSD e CDS que pode recusar a criação de
uma comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) que não
respeite a Constituição, a lei e os regulamentos do parlamento.
A
posição foi expressa por Carlos César, líder parlamentar do PS, no
parlamento, confrontado pelos jornalistas com uma segunda comissão de
inquérito, hoje anunciada pelo PSD e CDS, sobre o envolvimento do
ministro das Finanças na polémica da Caixa, com a eventual divulgação de
mensagens entre Mário Centeno e o ex-presidente da CGD António
Domingues.
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Questionado por duas vezes sobre se o PS aceitaria a divulgação das sms (mensagens de telemóvel) numa eventual nova comissão de inquérito, depois de, com o PCP e o Bloco, ter recusado essa hipótese na comissão ainda em funções, César deu a mesma resposta.
Questionado por duas vezes sobre se o PS aceitaria a divulgação das sms (mensagens de telemóvel) numa eventual nova comissão de inquérito, depois de, com o PCP e o Bloco, ter recusado essa hipótese na comissão ainda em funções, César deu a mesma resposta.
"O que for
proposto no sentido do apuramento da verdade ou de qualquer
circunstância que respeite a lei e a Constituição é aceite por nós.
Aquilo que conflituar com a Constituição, a lei e os regulamentos da
Assembleia não será aceite", disse.
O
presidente do PS afirmou que os partidos da direita, PSD e CDS, "não
descansam enquanto não matarem a Caixa Geral de Depósitos", indiciando
que não aceitará que a comissão volte a discutir a troca de sms entre
Centeno e Domingues.
A nova comissão de
inquérito, requerida com caráter potestativo (obrigatório), visa,
segundo o PSD e o CDS-PP, "perceber a quem mentiu o ministro Mário
Centeno", segundo adiantaram à Lusa fontes dos dois partidos.
"O
cumprimento da lei não está condicionado às conveniências políticas. Em
primeiro lugar, está a Constituição, a lei, os regulamentos e só depois
a conveniência política ou a guerra partidária que PSD e CDS pretendem
com este processo", insistiu.
Para Carlos César, o mais importante é "defender a Caixa" e não "saber de um sms" entre Centeno e Domingues.
"Para
nós, o que é essencial não é saber de um sms, é trabalhar para salvar a
CGD, defender a CGD e evitar que PSD e CDS prossigam neste clima de
irresponsabilidade total que só pode ter como finalidade enfraquecer" o
banco público.
Na quarta-feira, o PS,
PCP e BE opuseram-se à utilização da informação trocada entre o ministro
Mário Centeno e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos António
Domingues, sobre as condições para que o último aceitasse o convite do
Governo para liderar o banco público, o que levou à demissão do
presidente da comissão de inquérito, o social-democrata José Matos
Correia.
PSD e CDS-PP anunciaram hoje
que vão propor uma nova comissão parlamentar de inquérito sobre o
envolvimento do ministro das Finanças, Mário Centeno, na polémica da
CGD.
Essa futura comissão averiguará o
período desde a negociação para a nomeação da anterior administração de
António Domingues, até à demissão do gestor, na sequência da
controvérsia com a entrega das declarações de rendimentos e património
ao Tribunal Constitucional.
César
admitiu que a comissão de inquérito ainda em funcionamento deve
continuar, para produzir o seu relatório dentro do prazo, finais de
março.
* PSD e CDS querem afundar a CGD para ser privatizada.
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