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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Sindicatos da Carris a favor
da municipalização abandonam
reunião com o PCP
Uma comitiva composta por elementos do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, pela Comissão de Trabalhadores da Carris e por outras duas estruturas abandonou uma reunião com o PCP ao início da tarde. Os sindicalistas recusaram reunir-se com as estruturas afectas à CGTP.
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Os sindicatos da Carris que são a favor da municipalização da
empresa, bem como a respectiva Comissão de Trabalhadores (igualmente
favorável à gestão do município) tinham uma reunião marcada com o PCP na
Assembleia da República para as 14:00 desta quinta-feira, mas
abandonaram o encontro antes mesmo de ele começar. A informação foi
avançada pelo Expresso e confirmada pelo Negócios.
"Não
chegámos sequer a reunir. O PCP queria transformar esta reunião numa
auscultação aos trabalhadores da Carris, mas devia tê-la feito antes de
pedir a apreciação parlamentar" da municipalização da empresa, justifica
ao Negócios Sérgio Monte, secretário-geral do Sindicato dos
Trabalhadores dos Transpores (SITRA), afecto à UGT e o mais
representativo na Carris.
A
comitiva, composta pelo SITRA, pela Comissão de Trabalhadores, pela
Associação Sindical dos Trabalhadores de Tráfego da Carris e pelo
Sindicato Nacional dos Motoristas, também não gostou de encontrar na
reunião os sindicatos afectos à CGTP, que defendem que a Carris volte à
esfera do Estado. "Nós tínhamos pedido uma reunião com o PCP e quando lá
chegámos estavam outros sindicatos", queixa-se Sérgio Monte.
A reunião tinha sido pedida por esta comitiva de sindicatos e trabalhadores, que ficou "preocupada" quando o PCP pediu a apreciação parlamentar da municipalização da Carris.
"Ficámos apreensivos, se fosse aprovada a cessação de vigência [do
decreto-lei do Governo] a municipalização poderia ser revertida e os
trabalhadores ficavam numa situação periclitante", explica Sérgio Monte.
Entretanto, o PCP já anunciou que não pedirá a cessação de vigência,
mas vai propor que a empresa regresse à esfera do Estado.
PCP garante que tinha sido comunicada presença de estruturas da CGTP
Num comunicado enviado às redacções pela UGT, as quatro organizações
representativas dos trabalhadores (ORT) que se deslocaram ao Parlamento
explicam que a reunião não se realizou por estar "fora do âmbito do seu
pedido". As quatro estruturas que defendem a municipalização dos
transportes garantem ter sido "surpreendidas com a presença de outras
organizações não subscritoras do pedido de reunião" e pela "tentativa do
PCP querer transformar esta reunião numa espécie de acareação entre as
ORT’s relativamente a esta apreciação parlamentar".
À Lusa, o deputado do PCP Bruno Dias garantiu que as quatro estruturas que abandonaram a reunião tinham sido informadas que estariam presentes outros sindicatos.
A propriedade e a gestão da Carris passaram
ontem, 1 de Fevereiro, para a Câmara Municipal de Lisboa. A apreciação
parlamentar pedida pelo PCP será discutida no Parlamento no dia 24 de Fevereiro e o PS já se mostrou disponível para permitir uma maior participação dos municípios vizinhos de Lisboa na gestão da empresa.
Na reunião ficaram apenas os sindicatos afectos à CGTP, entre eles a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações
(Fectrans). À saída, e à Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador
nacional da Fectrans, aplaudiu a posição assumida pelo PCP, que não vai
suscitar a cessação de vigência dos diplomas.
Sérgio Monte diz que o PCP demonstrou disponibilidade para agendar um novo encontro.
* Deambulações oníricas do PCP, são frequentes.
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