HOJE
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Madeleine Albright a postos para
se registar como muçulmana
Antiga secretária de Estado norte-americana reage a intenção de Trump de proibir entrada de muçulmanos
Por
solidariedade, Madeleine Albright diz-se pronta para se registar como
muçulmana. A antiga secretário de estado norte-americana (durante a
presidência de Bill Clinton, entre 1997 e 2001) reagiu às primeiras
decisões de Donald Trump, que anunciou a construção de um muro na
fronteira com o México e restrições à entrada de muçulmanos no país.
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"Fui educada como católica, tornei-me
seguidora da igreja episcopal e descobri mais tarde que a minha família é
judia. Estou pronta para me registar como muçulmana por solidariedade",
escreveu no Twitter, usando a hashtag #solidarity.
Apoiante
de Hillary Clinton nas presidenciais de 2016, Madeleine Albright também
partilhou uma imagem da estátua da liberdade e defende que a América
deve permanecer a aberta a pessoas de todas religiões e origens.
Estes recados foram partilhados no mesmo
dia em que Donald Trump defendeu que o seu plano para limitar a entrada
de pessoas de diversos países muçulmanos se afigura necessário devido à
"confusão total" do mundo.
Em
entrevista à ABC, Donald Trump rejeitou tratar-se de uma interdição
contra os muçulmanos: "Não, não é uma proibição dos muçulmanos, mas dos
seus países", porque "as pessoas vão chegar e causar-nos tremendos
problemas".
"O nosso país já tem
problemas suficientes e em muitos ou em alguns casos [há pessoas] que
procuram causar tremenda destruição", adiantou.
Donald
Trump recusou dizer a que países se estava a referir, mas afirmou
acreditar que a Europa "cometeu um enorme erro ao permitir que esses
milhões de pessoas sigam para a Alemanha e outros países. Basta olhar --
é um desastre o que está a acontecer lá".
Segundo
um projeto de ordem executiva publicado pelos 'media' norte-americanos,
os refugiados da Síria vão ser banidos por tempo indefinido, o amplo
programa norte-americano de admissão de refugiados vai ser suspenso por
120 dias e todos os pedidos de visto oriundos de países considerados uma
ameaça terrorista -- Iraque, Síria, Sudão, Líbia, Somália e Iémen --
vão ser suspensos por 30 dias.
Além
disso, a administração norte-americana de Donald Trump vai passar a
publicar uma lista semanal de crimes cometidos por imigrantes, de acordo
com uma ordem executiva presidencial assinada também na quarta-feira.
A
ordem presidencial sobre imigração contém um parágrafo que ordena o
secretário da Defesa Nacional (Homeland Security) a "tornar pública uma
lista exaustiva de ações criminosas cometidas por estrangeiros [pessoa
que vive no país, mas que não tem cidadania]".
A
lista também vai incluir pormenores sobre as chamadas "cidades
santuário", localidades norte-americanas que recusam entregar imigrantes
residentes para deportação.
"Para
melhor informar o público acerca das ameaças à segurança associadas com
as jurisdições santuário, o secretário [da Defesa Nacional] deverá
(...), numa base semanal, tornar pública uma lista exaustiva de ações
criminosas cometidas por estrangeiros e as jurisdições que ignorem ou
que, de qualquer outra forma, se escusem a honrar as detenções desses
estrangeiros", indica o texto assinado por Trump.
A
ordem não especifica que da lista apenas devam constar os crimes
cometidos por imigrantes ilegais, o que levanta a possibilidade de
incluir também os delitos ou ofensas à lei cometidas por quaisquer
imigrantes, mesmo os que vivem nos Estados Unidos legalmente.
A
decisão de publicar uma lista de crimes de imigrantes faz lembrar as
listagens do 'Crime Negro [Black Crime]' publicadas pela Breitbart News,
a página 'online' de extrema-direita que era dirigida por Steve Bannon,
atualmente o estratega principal de Donald Trump.
* Corajosa senhora perante o propósito de Trump de desumanizar os EUA.
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