HOJE
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Juncker quer mudar código de ética
da Comissão por causa de Barroso
Atual
presidente da Comissão Europeia propõe estender até aos três anos
período que obriga a pedir autorização para ir para o privado
O
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, quer alterar o
código de ética da Comissão Europeia, na sequência da vaga de indignação
depois de Durão Barroso, seu antecessor, anunciar que iria ser
presidente não-executivo da Goldman Sachs.
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Em entrevista ao jornal belga Le Soir,
publicada este sábado, Juncker - que foi amplamente criticado pela
reação tardia ao anúncio do novo cargo de Barroso, já que só em setembro
foi conhecido que esta nomeação, ocorrida em julho, iria ser analisada
por um comité de ética da Comissão - admitiu que "é preciso alterar do
código de ética" e mexer no dever de reserva dos antigos comissários.
Em
termos de medidas concretas, o presidente do executivo europeu quer
estender até aos três anos o período pelo qual os líderes da Comissão
Europeia mantêm obrigatoriedade de solicitar uma autorização ao antigo
empregador para aceitar cargos em grupos privados.
Durão
Barroso respeitou o período de 18 meses atualmente em vigor, tendo no
final do mês de outubro o comité de ética da Comissão decidido que o
presidente entre 2004 e 2014 não tinha violado as regras ao ir para a
Goldman Sachs, mas demonstrara falta de "sensatez".
Para
Juncker, é necessário ainda aumentar este tempo de espera, até assumir
novos cargos, também para os comissários, para propõe apenas 24 meses,
já que o presidente da Comissão, por ter o dever de vigilância, deve
ficar numa "posição diferente".
"Se o
colégio [de comissários] não aceitar esta posição, direi publicamente
que não aceitarei emprego em qualquer banco ou empresa durante três
anos", frisou. Recorde-se que Juncker já tinha admitido, numa entrevista
anterior na France 2, que não teria feito o mesmo que Barroso.
A
proposta de alteração do código de conduta da Comissão, feita agora por
Juncker, vem no seguimento do relatório do comité de ética, ao qual o
presidente solicitou parecer ao abrigo do artigo n.º 245 do Tratado de
Funcionamento da União Europeia, que exige aos comissários e
ex-comissários "o total respeito pelos princípios de discrição e
integridade".
O organismo assinalou que
Barroso não violou qualquer disposição legal mas deveria ter tido noção
de que, ao aceitar o cargo, iria "provocar criticismo e arriscava
causar danos de reputação à Comissão e à União de uma forma mais geral".
A
ida de José Manuel Durão Barroso para a Goldman Sachs suscitou muitas
críticas, incluindo de líderes europeus como o presidente francês,
François Hollande, e uma petição impulsionada por funcionários das
instituições europeias, que reuniu mais de 150 mil assinaturas, a
reclamar "medidas fortes" para pôr fim à chamada "porta giratória" em
Bruxelas -a passagem de antigos comissários para cargos no setor privado
que coloquem em causa a reputação das instituições da UE.
* O que importa na notícia é a desfaçatez de Juncker. Notícia do "OBSERVADOR", (02/11), leia em baixo, o presidente da Comissão é conivente na "burla" de Hollande contra os países cumpridores da UE, que moral tem?
Fez bem Marisa Matias em perguntar-lhe um dia se não tinha vergonha do que andava a fazer.
Fez bem Marisa Matias em perguntar-lhe um dia se não tinha vergonha do que andava a fazer.
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O2/11/16
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
França fez “acordo secreto” com
a Comissão Europeia para
não cumprir o défice
Dois jornalistas investigaram durante cinco anos a presidência de Hollande e revelam agora, num livro, que o presidente francês fez um "acordo secreto" com a União Europeia para não cumprir o défice.
Dois jornalistas do Le Monde escreveram um livro sobre a presidência
de François Hollande. Na obra, já considerada “um suicídio político” do
presidente francês, revelam que Hollande fez um “acordo” com a Comissão
Europeia para não cumprir o défice.
Segundo o livro “Un président
ne devrait pas dire ça…” (“Um presidente não deveria dizer isso”),
Hollande fez um “acordo secreto” com a União Europeia para não cumprir
as metas do défice, apresentando sempre previsões orçamentais falsas. O
acordo acontece desde que Hollande foi eleito, em 2012, e segundo os
autores vigora até 2017. Foi assim que a França escapou a qualquer
processo de sanções por incumprimento do défice.
A obra é fruto de cinco anos de investigação — de dois
jornalistas do Le Monde, Gérard Davet e Fabrice Lhomme — que realizaram
61 entrevistas e recolheram mais de 100 horas de gravações de conversas
com o presidente francês.
O Presidente Hollande afirmou, citado no livro:
É o privilégio dos grandes países (…) nós dizemos: nós somos a França, nós protegemos-vos, temos umas forças armadas, uma força de dissuasão, uma diplomacia (…) Eles, os europeus, sabem que precisam de nós e portanto isso paga-se”, avança o DN.
O Expresso
leu a obra e refere que a promessa de França à Comissão Europeia de
manter o défice abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB) foi “uma mentira pura e simples, aceite por todas as partes“, tanto no período da presidência de Durão Barroso como na atual presidência de Jean-Claude Juncker.
Diversos
dirigentes dos socialistas franceses vieram já mostrar a sua indignação
para com a situação e o comportamento do seu Presidente e até o
primeiro-ministro Manuel Valls garante a “vergonha e cólera” sentidas pelos militantes socialistas.
Podemos escrever que, durante todo o quinquénio, as autoridades francesas apresentaram previsões do défice intencionalmente falsas, e isso com a aprovação das próprias autoridades europeias”, lê-se no livro citado pelo Expresso.
François Hollande não desmentiu
quaisquer das informações, nem mesmo as relativas a política interna. A
poucos meses das eleições presidenciais francesas, tais revelações podem
muito bem ditar a derrota dos socialistas.
* Este é o verdadeiro papel dos profissionais de comunicação social, desmascarar as tramóias dos grupos de poder.
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