05/11/2016

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HOJE   
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Juncker quer mudar código de ética 
da Comissão por causa de Barroso

Atual presidente da Comissão Europeia propõe estender até aos três anos período que obriga a pedir autorização para ir para o privado

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, quer alterar o código de ética da Comissão Europeia, na sequência da vaga de indignação depois de Durão Barroso, seu antecessor, anunciar que iria ser presidente não-executivo da Goldman Sachs.
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Em entrevista ao jornal belga Le Soir, publicada este sábado, Juncker - que foi amplamente criticado pela reação tardia ao anúncio do novo cargo de Barroso, já que só em setembro foi conhecido que esta nomeação, ocorrida em julho, iria ser analisada por um comité de ética da Comissão - admitiu que "é preciso alterar do código de ética" e mexer no dever de reserva dos antigos comissários.

Em termos de medidas concretas, o presidente do executivo europeu quer estender até aos três anos o período pelo qual os líderes da Comissão Europeia mantêm obrigatoriedade de solicitar uma autorização ao antigo empregador para aceitar cargos em grupos privados.

Durão Barroso respeitou o período de 18 meses atualmente em vigor, tendo no final do mês de outubro o comité de ética da Comissão decidido que o presidente entre 2004 e 2014 não tinha violado as regras ao ir para a Goldman Sachs, mas demonstrara falta de "sensatez".

Para Juncker, é necessário ainda aumentar este tempo de espera, até assumir novos cargos, também para os comissários, para propõe apenas 24 meses, já que o presidente da Comissão, por ter o dever de vigilância, deve ficar numa "posição diferente".

"Se o colégio [de comissários] não aceitar esta posição, direi publicamente que não aceitarei emprego em qualquer banco ou empresa durante três anos", frisou. Recorde-se que Juncker já tinha admitido, numa entrevista anterior na France 2, que não teria feito o mesmo que Barroso.

A proposta de alteração do código de conduta da Comissão, feita agora por Juncker, vem no seguimento do relatório do comité de ética, ao qual o presidente solicitou parecer ao abrigo do artigo n.º 245 do Tratado de Funcionamento da União Europeia, que exige aos comissários e ex-comissários "o total respeito pelos princípios de discrição e integridade".

O organismo assinalou que Barroso não violou qualquer disposição legal mas deveria ter tido noção de que, ao aceitar o cargo, iria "provocar criticismo e arriscava causar danos de reputação à Comissão e à União de uma forma mais geral".

A ida de José Manuel Durão Barroso para a Goldman Sachs suscitou muitas críticas, incluindo de líderes europeus como o presidente francês, François Hollande, e uma petição impulsionada por funcionários das instituições europeias, que reuniu mais de 150 mil assinaturas, a reclamar "medidas fortes" para pôr fim à chamada "porta giratória" em Bruxelas -a passagem de antigos comissários para cargos no setor privado que coloquem em causa a reputação das instituições da UE.

* O que importa na notícia é a desfaçatez de Juncker. Notícia do "OBSERVADOR", (02/11), leia em baixo,  o presidente da Comissão é conivente na "burla" de Hollande contra os países cumpridores da UE, que moral tem?
Fez bem Marisa Matias em perguntar-lhe um dia se não tinha vergonha do que andava a fazer.

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O2/11/16
 "OBSERVADOR"

França fez “acordo secreto” com
 a Comissão Europeia para 
não cumprir o défice

Dois jornalistas investigaram durante cinco anos a presidência de Hollande e revelam agora, num livro, que o presidente francês fez um "acordo secreto" com a União Europeia para não cumprir o défice.

Dois jornalistas do Le Monde escreveram um livro sobre a presidência de François Hollande. Na obra, já considerada “um suicídio político” do presidente francês, revelam que Hollande fez um “acordo” com a Comissão Europeia para não cumprir o défice.
MERKEL, RENZI, JUNKER E HOLLANDE
Segundo o livro “Un président ne devrait pas dire ça…” (“Um presidente não deveria dizer isso”), Hollande fez um “acordo secreto” com a União Europeia para não cumprir as metas do défice, apresentando sempre previsões orçamentais falsas. O acordo acontece desde que Hollande foi eleito, em 2012, e segundo os autores vigora até 2017. Foi assim que a França escapou a qualquer processo de sanções por incumprimento do défice.

A obra é fruto de cinco anos de investigação — de dois jornalistas do Le Monde, Gérard Davet e Fabrice Lhomme — que realizaram 61 entrevistas e recolheram mais de 100 horas de gravações de conversas com o presidente francês.
O Presidente Hollande afirmou, citado no livro:
É o privilégio dos grandes países (…) nós dizemos: nós somos a França, nós protegemos-vos, temos umas forças armadas, uma força de dissuasão, uma diplomacia (…) Eles, os europeus, sabem que precisam de nós e portanto isso paga-se”, avança o DN.
O Expresso leu a obra e refere que a promessa de França à Comissão Europeia de manter o défice abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB) foi “uma mentira pura e simples, aceite por todas as partes“, tanto no período da presidência de Durão Barroso como na atual presidência de Jean-Claude Juncker.
Diversos dirigentes dos socialistas franceses vieram já mostrar a sua indignação para com a situação e o comportamento do seu Presidente e até o primeiro-ministro Manuel Valls garante a “vergonha e cólera” sentidas pelos militantes socialistas.
Podemos escrever que, durante todo o quinquénio, as autoridades francesas apresentaram previsões do défice intencionalmente falsas, e isso com a aprovação das próprias autoridades europeias”, lê-se no livro citado pelo Expresso.
François Hollande não desmentiu quaisquer das informações, nem mesmo as relativas a política interna. A poucos meses das eleições presidenciais francesas, tais revelações podem muito bem ditar a derrota dos socialistas.

* Este é o verdadeiro papel dos profissionais de comunicação social, desmascarar as tramóias dos grupos de poder.


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