ESTE MÊS NA
"EXAME INFORMÁTICA"
"EXAME INFORMÁTICA"
Abrunhosa, Tim, Carlos do Carmo e
David Fonseca assinam petição contra
. modelo de negócio do YouTube
Editores e músicos europeus pediram à Comissão Europeia uma alteração na legislação que leve as plataformas de partilha de conteúdos a pagarem licenciamentos similares aos do streaming. Na petição constam os nomes de mais 70 músicos portugueses.
Associações
representativas da indústria musical dos 28 estados membros da UE
acabaram de divulgar uma carta que solicita ao presidente da Comissão
Europeia Jean-Claude Juncker alterações nas diretivas do direito de
autor que permitam alterar o modelo de repartição de receitas das
plataformas de par.
.
Entre as 1100 assinaturas de músicos que constam na
missiva, encontram-se os nomes de 70 artistas portugueses, refere um
comunicado da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e da Associação
para a Gestão e Distribuição de Direitos (AUDIOGEST). As duas
associações que representam editoras e músicos nacionais pedem ao
governo português que «uma posição definitiva clara e firme quanto a
esta matéria» que contribua para uma revisão legislativa a nível
europeu.
Entre os mais de 70 artistas portugueses que
subscreveram a carta figuram vários nomes conhecidos: Tim, dos Xutos
& Pontapés, Mariza, Carlos do Carmo, David Fonseca, Sérgio Godinho,
João Pedro Pais, Jorge Palma, Pedro Abrunhosa, Luís Represas, Mafalda
Veiga, Amor Electro, Agir, Dead Combo, Samuel Uria, Tiago Bettencourt,
entre outros.
«O que está em causa é o aproveitamento de um
estatuto de neutralidade por parte de plataformas em que são os
utilizadores a efetuarem o upload de conteúdos protegidos, para
evitar a sujeição a um verdadeiro licenciamento», refere Miguel
Lourenço Carretas, diretor-geral da AUDIOGEST, num comunicado enviado às
redações, que reitera as queixas avançadas na quarta-feira pela Exame Informática.
A
AUDIOGEST e a AFP pretendem uma revisão da legislação que permita que
leve as plataformas de partilha de conteúdos escolhidos ou gerados pelos
internautas (como é o caso do YouTube) deixem de beneficiar de um
licenciamento menos oneroso que aquele que é suportado atualmente por
serviços especializados no streaming (Spotify, entre outros).
Miguel
Lourenço Carretas não tem pruridos em apontar o dedo ao portal de
vídeos da Google, que lidera o segmento: «Os efeitos estão à vista, a
maior plataforma de distribuição de conteúdos musicais à escala global –
o Youtube – remunera os criadores e artistas num valor muito menor por passagem ou stream do
que qualquer plataforma sujeita a licenciamento, mesmo levando em conta
os serviços licenciados sem custos diretos para o utilizador».
Além
dos argumentos, há mais dois fatores que contribuem para a formação de
uma nova frente de batalha entre indústria dos conteúdos e indústria
tecnológica: nos EUA, vários músicos assinaram
uma petição similar com o propósito de obrigar YouTube e serviços
alternativos a acabarem com o alegado “value gap”, pagando mais pelo
direito de reprodução de videoclips e músicas; atualmente, a Comissão
Europeia está a trabalhar em nova legislação dos direitos de autor.
Na
carta enviada a Jean-Claude Juncker, as associações dos 28
estados-membros da UE criticam o estatuto que permite que as plataformas
de partilha de conteúdos gozam na atualidade. E consideram que a
evolução do mercado já justifica uma mudança legislativa que ponha termo
à alegada neutralidade do YouTube e afins.
«Estas proteções
foram postas em prática há duas décadas para ajudar a desenvolver as
startups digitais que estavam a ser criadas, mas hoje estão ser
aplicadas indevidamente por empresas que distribuem e fazem negócio com
os nossos trabalhos. Neste preciso momento, há uma oportunidade única
para os líderes da Europa darem uma resposta a esta perda de valor
(“value gap”, no original).
A revisão da lei dos direitos de autor que
vai ser aplicada pela Comissão Europeia pode sanar esta profunda
distorção do mercado», refere a carta enviada para Bruxelas por editoras
e músicos europeus.
* É imperativo respeitar a propriedade intelectual.
.
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