HOJE NO
"OBSERVADOR"
Juncker criticado por dizer que França
. não foi sancionada por “ser a França”
O presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, criticou duramente Jean-Claude Juncker,
presidente da Comissão Europeia, por este ter dito no início da semana
em Paris que França gozou de maior condescendência, nas regras
orçamentais, “por ser a França“.
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O holandês Dijsselbloem diz que a Comissão Europeia deve ter um
“especial cuidado” com questões relacionadas com “credibilidade”.
A
poucas semanas do referendo britânico sobre a permanência na União
Europeia, o presidente do órgão executivo do bloco, Jean-Claude Juncker,
proferiu um comentário que está a causar controvérsia.
A Comissão Europeia deu a França mais dois anos para reduzir o
défice orçamental para menos de 3%, evitando aplicar sanções económicas
a Paris. Questionado sobre essa decisão numa entrevista a uma televisão
francesa, Juncker afirmou, tranquilamente, que essa tolerância às
infrações orçamentais francesas se explica pelo facto de “França ser a
França”, ou seja, um dos membros mais poderosos da UE.
Juncker
acrescentou, na mesma resposta, que conhece bem a França, “os seus
reflexos, as suas reações internas e as suas múltiplas facetas”, numa
indicação clara de que a Comissão Europeia terá baseado o cumprimento
das regras em considerações especiais. As regras europeias não devem ser
aplicadas de forma “cega”.
Comissão deve ter “mais cuidado” com a “credibilidade”
O presidente da Comissão Europeia foi muito criticado nos últimos
dias pelas declarações. O último a pronunciar-se sobre as declarações de
Juncker foi o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem:
“Se
a Comissão diz que as coisas são diferentes para França, isso é algo
que danifica a credibilidade da Comissão como guardiã do pacto — essa é a
minha preocupação”, afirmou Dijsselbloem, citado pelo jornal alemão Suddeutsche Zeitung.
O
holandês acrescentou que “seria sensato que a Comissão Europeia
prestasse um pouco mais de cuidado a aspetos relacionados com a
credibilidade”.
O presidente do Eurogrupo apela ainda à Comissão
Europeia para manter e proteger as regras do pacto, “seja qual for a
dimensão do Estado-membro ou a realização de eleições, seja onde for”.
A
18 de maio passado, a Comissão Europeia decidiu adiar para julho uma
decisão sobre eventuais sanções a Portugal e Espanha no quadro dos
Procedimentos por Défice Excessivo (PDE), admitindo que se tratava de
uma decisão também política, que tinha em conta, entre outros aspetos, a
realização de eleições em Espanha no corrente mês de junho.
O adiamento de eventuais (e inéditas) sanções suscitou criticas
de alguns Estados-membros em sede de Ecofin (ministros das Finanças da
União Europeia), designadamente do ministro das Finanças alemão,
Wolfgang Schauble, que considerou que “aliviar as regras não ajuda a
aumentar a confiança”.
Em resposta às críticas, o executivo
comunitário alegou que os serviços jurídicos da Comissão consideraram
que o adiamento de uma decisão sobre os PDE tinha toda a legitimidade e
validade legal, pois as regras preveem “assegurar que as especificidades
de cada situação são tidas em conta, assegurando ao mesmo tempo
igualdade de tratamento”.
A regra europeia do défice abaixo dos
3,0% do PIB já foi violada em 114 ocasiões pelos Estados-membros, sendo
Portugal um dos países com mais infrações (10), indica um estudo
divulgado a 23 de maio passado pelo Instituto de Investigação Económica
alemão Ifo.
De acordo com o instituto, que procedeu aos seus
cálculos com base em dados da Comissão Europeia entre 1999 e 2015, os
Estados-membros da UE já quebraram por 165 vezes a ‘fasquia’ para o
défice e, em apenas 51 ocasiões tal era permitido, dado os países
estarem em recessão, o que não se verificou nos restantes 114 casos, 10
dos quais protagonizados por Portugal, número apenas superado por França
(11).
Os Estados-membros com mais violações da regra do défice
inscrita no Pacto de Estabilidade e Crescimento são a França, com 11,
Grécia, Portugal e Polónia, todos com 10, Reino Unido (9), Itália (8),
Hungria (7), Irlanda e Alemanha (5, em ambos os casos).
* São as mais altas autoridades desta mistela europeia a confirmar que a U.E., é um embuste! Foi criada para que países pobres enriquecessem os já de si ricos.
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