HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Caso da mãe em greve de fome leva
.deputados a criar nova lei
Partido Socialista promete legislação para evitar casos como o da mãe
a quem foram retiradas as filhas e entregues a pai agressor. BE também
ouviu Ana Maximiano
Ana Vilma Maximiano, a mulher que está em
greve de fome há 10 dias em luta pela guarda das filhas, ainda não
conseguiu a sua vitória pessoal mas já pôs o Parlamento a tentar evitar
casos como o seu. Uma delegação do Partido Socialista (PS), composta
pelos deputados Edite Estrela, Elza Pais e Alexandre Quintanilha,
garantiu ontem que "está a trabalhar para apresentar medidas
legislativas novas" na área da violência doméstica, para uma
"harmonização entre as decisões em processos crime e as do cível,
relativas à responsabilidade parental sobre os menores".
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ESTAMOS AO SEU LADO SEM EQUÍVOCOS |
"O grupo
parlamentar do PS estará onde houver dramas humanos. Neste caso,
parece-nos haver aparente contradição entre a decisão penal e a decisão
do tribunal de Família. O Partido Socialista, no seguimento das
recomendações da Convenção de Istambul, que insta os Estados membros a
tomar medidas para que as decisões penais sejam tidas em linha de conta
nas cíveis, vai apresentar medidas legislativas nessa área". A deputada
Edite Estrela acrescentou que são iniciativas legislativas no combate à
violência doméstica "que tinham sido chumbadas pela maioria anterior de
direita e que serão retomadas no início da próxima sessão, depois das
férias parlamentares. Visam promover um maior diálogo entre os tribunais
para que situações destas não aconteçam".
Parlamento: um ponto
Dos
três órgãos de soberania que Ana Maximiano decidiu visitar , sempre no
exterior, esta semana - Presidência da República, primeiro-ministro e
Assembleia da República - só o Parlamento "desceu" à rua para falar com
ela e apenas quatro deputados o fizeram: os três socialistas já
referidos e Sandra Cunha, do Bloco de Esquerda, que foi até a primeira a
chegar. Antes de Ana se "plantar" ontem em frente ao Parlamento, o seu
advogado, Gameiro Fernandes, enviou uma exposição do caso a todos os
grupos parlamentares e também ao Presidente da Assembleia da República,
Ferro Rodrigues.
A deputada bloquista
prometeu a Ana e ao seu advogado que vai "estudar o processo" . E
explicou ao DN: "Não deixa de ser estranha uma decisão de entregar
crianças a alguém que foi condenado por um crime de violência
doméstica". A deputada comprometeu-se ainda "a ver as lacunas que
existem no sistema de proteção das crianças por forma a alterar alguma
coisa e evitar este tipo de situações". Uma delegação da UMAR (União de
Mulheres Alternativa e Resposta), liderada pela diretora executiva,
Elizabete Brasil, esteve também no local a ouvir Ana Vilma.
Na
próxima segunda-feira, Ana estará em frente ao ministério da Justiça,
porque o gabinete do primeiro-ministro remeteu a exposição do caso para
Francisca Van Dunem.
O advogado Gameiro
Fernandes adiantou ainda que vai avançar na terça-feira com duas
participações crime: contra a juíza de menores do tribunal de Cascais,
Helena Leitão, e a procuradora Margarida Pereira da Silva, que estão no
processo da regulação das responsabilidades parentais. E também vai
avançar com um incidente de suspeição da juíza.
Pode a Justiça ter direito à boçalidade?
Pode a Justiça ter direito à boçalidade?
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