ESTE MÊS NA
"BLITZ"
Os últimos dias de Prince:
o que se sabe
A morte de Prince foi um choque e uma
surpresa para o mundo inteiro. Mas, uma semana antes, o músico já vinha
dando indícios de que o seu estado de saúde não era o melhor.
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À
medida que se vão obtendo mais informações por parte daqueles que lhe
eram próximos, descobrem-se pequenos detalhes que provam que o músico
atravessava uma fase complicada. Um deles, por exemplo, foi o facto de
Prince não ter organizado uma festa após o seu concerto em Atlanta, que
viria a ser a sua última apresentação ao vivo de sempre.
"Ele não
se estava a sentir bem quando chegou. Mas os concertos foram
fenomenais", contou ao jornal britânico The Guardian a promotora Lucy
Lawler-Freas. "A prova de que ele não se sentia bem é que normalmente
ele organiza uma after party após os concertos. Aqui não o fez - quis entrar imediatamente no avião e ir para casa".
Foi
nessa viagem de avião que o mundo se começou a inteirar do estado de
saúde de Prince. Por volta da 1h da madrugada de sexta-feira, 15 de
abril, o músico forçou o aparelho a aterrar de emergência. 20 minutos
depois, Prince foi transportado, inconsciente, por um guarda-costas, até
aos paramédicos que o aguardavam na pista.
Nesse mesmo dia, os
representantes do músico culpariam uma gripe, mas era muito mais
complicado - e grave - do que isso. Ainda no aeroporto, Prince levou uma
injecção de Narcan, substância utilizada para bloquear a ação de
agentes opiáceos. Dez horas depois, o avião privado do músico voltaria a
levantar voo, rumo a Minneapolis.
Os investigadores acreditam,
agora, que a morte de Prince se deveu a uma overdose. Há anos que o
músico tomava um medicamento que visava tratar as suas dores crónicas na
anca, por causa de uma artrite. A sua religião (Prince era testemunha
de Jeová) impedia-o de procurar tratamento médico para a mesma.
No
dia seguinte à injecção que lhe adiou a morte por uma semana, Prince
foi até à loja de discos Electric Fetus, em honra do Record Store Day.
Nessa mesma tarde, foi fotografado a andar de bicicleta perto dos seus
estúdios-casa, Paisley Park, onde organizou uma festa nessa mesma noite.
"Guardem as vossas orações para daqui a alguns dias", disse então ao
público.
Uma das suas últimas aparições em público data de
terça-feira, 18 de abril, dois dias antes da sua morte, quando esteve no
Dakota Jazz Club, em Minneapolis, a ver um concerto da cantora Lizz
Wright. Escondido por uma cortina, o músico saiu sem percalços, ele que
era um cliente habitual do espaço.
No dia seguinte, o seu estado
de saúde deteriorou-se. Depois de ter sido visto por um médico no
hospital de Twin Cities, Prince foi "apanhado" numa farmácia local, de
onde seguiu para casa. Foi a última vez que foi visto vivo. Seria
encontrado na manhã seguinte, num dos elevadores, por um funcionário de
Paisley Park.
Segundo fontes próximas das autoridades, o seu corpo já se encontraria em estado de rigor mortis.
Os resultados dos exames toxicológicos poderão em breve confirmar se a
morte de Prince se deveu à ingestão de uma quantidade abusiva de drogas.
O seu corpo foi cremado no sábado, numa cerimónia privada que juntou os
amigos mais chegados de Prince e a sua família. A sua publicista contou
que foi uma cerimónia "bela e privada, para um adeus carinhoso", antes
de anunciar que será organizada uma "celebração musical" de Prince, no
futuro.
* Uma lamentável partida.
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