25/05/2016

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Schäuble contra adiamento 
de sanções a Portugal

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, considera que o alívio das regras de Bruxelas em relação ao cumprimento do défice orçamental em Espanha e Portugal não contribuem para a confiança nas regras europeias. 

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, considerou esta quarta-feira em Bruxelas que o alívio das regras de Bruxelas em relação ao cumprimento do défice orçamental em Espanha e Portugal, nomeadamente adiando a aplicação de sanções pela não correcção do défice, não contribuem para impulsionar a confiança no espaço comunitário.


"Dá a impressão que não se quer tomar uma decisão - provavelmente porque há eleições à porta. Não é um contributo para reforçar as regras europeias," disse Schäuble, citado pelo The Wall Street Journal.

As afirmações foram feitas depois da reunião do Ecofin, que reúne os ministros da Economia e das Finanças dos Estados-Membros da União Europeia. O ministro alemão garantiu que também o Banco Central Europeu manifestou, no encontro, as suas reservas em relação à decisão da Comissão Europeia.

A Comissão Europeia decidiu há uma semana dar dois meses para que Portugal e Espanha tomem mais medidas para corrigir o desequilíbrio das contas públicas antes de ponderar avançar com eventuais sanções por incumprimento do Pacto de Estabilidade, que podem incluir multas até 0,2% do PIB ou a suspensão do acesso a fundos comunitários.
Bruxelas voltará a avaliar a situação "no início de Julho", depois das eleições espanholas marcadas para 26 de Junho.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, alertou esta terça-feira que a hipótese de Portugal sofrer sanções é uma "possibilidade séria".

"As sanções são absolutamente uma possibilidade, estão nas nossas regras e regulamentos, e quando olhamos para a situação actual em Portugal e Espanha, há razões sérias para considerar a sua aplicação, mas iremos ouvir da Comissão [Europeia] o porquê da decisão" de adiar para Julho uma posição definitiva sobre esta questão.

Entretanto, tanto o primeiro-ministro António Costa como o ministro das Finanças Mário Centeno procuraram relativizar as afirmações de Dijsselbloem. Costa disse encarar "as preocupações da Europa com grande tranquilidade", enquanto Centeno afirmou que não ficou "de todo" preocupado com as declarações do presidente do Eurogrupo.

PS recusa "avisos sérios" 
de Schäuble e diz-se "perplexo"

João Galamba desafiou o ministro alemão a "explicar" as suas críticas ao adiamento, por Bruxelas, da aplicação de sanções pelo não cumprimento das regras em matéria de défice: "Schäuble não faz avisos sérios a países, nenhum ministro faz avisos sérios a qualquer país".
O porta-voz do PS, João Galamba, recusou esta quarta-feira, 25 de Maio, que o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, faça avisos a Portugal ou a qualquer outro país, e desafiou-o a explicar melhor as suas afirmações.

"Wolfgang Schäuble não faz avisos sérios a países, nem nenhum ministro faz avisos sérios a qualquer país. Existem instituições europeias e são essas que decidem", afirmou João Galamba aos jornalistas, no parlamento, depois de questionado sobre se as declarações do ministro alemão constituíam um aviso sério a Portugal.
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De acordo com vários órgãos de informação, que citam a agência Bloomberg, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, manifestou-se hoje contra o adiamento de sanções a Espanha e Portugal, considerando que aliviar as regras não ajuda a aumentar a confiança.

"Acho estranho que Wolfgang Schauble diga isso, porque lembro-me de Wolfgang Schäuble em Outubro dizer que este Governo não se podia desviar do caminho de sucesso do anterior. É com alguma estranheza e perplexidade que um ministro das Finanças diz uma coisa e o seu contrário com poucos meses de distância", afirmou João Galamba.

O porta-voz socialista desafiou Schäuble a "explicar essas afirmações".

"O caminho do qual não nos podíamos desviar aparentemente é agora um caminho com o qual Wolfgang Schäuble quer multar Portugal", disse.

O presidente do Eurogrupo e o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro admitiram hoje, em Bruxelas, que há "algumas preocupações" entre certos Estados-membros relativamente ao adiamento de sanções a Espanha e Portugal devido ao défice excessivo.

Na conferência de imprensa no final de uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), o presidente do Eurogrupo e também do Ecofin durante o semestre de presidência holandesa, Jeroen Dijsselbloem, questionado sobre críticas alegadamente proferidas pelo ministro das Finanças alemão durante a reunião de hoje relativamente à decisão da Comissão de adiar uma decisão sobre sanções aos dois países, escusou-se a "dizer quem disse o quê", mas admitiu que "há algumas preocupações".

"Houve uma referência à recente decisão da Comissão sobre Espanha e Portugal logo na nossa sessão da manhã (do Ecofin). Claro que não vou citar ministros, já que tal ocorreu durante o pequeno-almoço, na sessão informal, pelo que não me sinto à vontade de dizer quem disse o quê. Mas há algumas preocupações quanto à credibilidade de como usamos o pacto (de estabilidade e crescimento) para manter todos os Estados-membros no caminho acordado", declarou.

Jeroen Dijsselbloem - que também na véspera, à chegada à reunião do Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro), afirmara que a aplicação de sanções a Portugal por défice excessivo é uma "possibilidade séria devido à situação atual do país" e queria ouvir da Comissão a explicação para o adiamento de uma decisão - lembrou que o assunto dos Procedimentos por Défice Excessivo (PDE) estará sobre a mesa na próxima reunião do Ecofin, em Junho, podendo então pronunciar-se.

* Com toda a modéstia afirmamos não ter competência para comentarmos com fundamento as duas notícias. A nossa organização financeira privada rege-se pelo velhinho "deve e haver".
Não gostamos do ministro alemão que sempre que fala comporta-se como um ditador rabugento quase senil, se Merkel o escolheu lá terá  a suas razões, mas nós suspeitamos que seja um dos mordomos dos "donos do dinheiro".
De João Galamba gostamos das afirmações positivas mas temos dúvidas quanto ao futuro conforto no bolso do cidadão.
Vamos esperar pela realidade.

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