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"EXPRESSO"
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Impressão 3D: faça você mesmo
As impressoras 3D já começaram a aparecer nas lojas de eletrónica, mas ainda têm uma utilização real limitada para a maioria dos utilizadores. Por outro lado, podem fazer toda a diferença para quem tem o espírito maker
Já são várias as impressoras 3D de secretária disponíveis no mercado.
Desde as máquinas fornecidas em kit, que deixam para o utilizador a
responsabilidade da montagem e da configuração, até aos modelos “chave
na mão”, prontas a utilizar. Um pouco como aconteceu nos primórdios dos
computadores pessoais, onde os kits do tipo “faça você mesmo” competiam
com os primeiros computadores pessoais para o mercado de consumo.
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PARA QUE SERVEM?
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Quando se fala em impressão 3D é natural deixarmo-nos levar pela
imaginação. Mas ainda não é possível imprimir, por exemplo, um drone
completo ou um teclado para o nosso tablet. Aliás, apesar da impressão
3D já estar a celebrar as três décadas, a verdade é que está ainda no
início. Mas isto não significa que não tenha utilidade real, muito pelo
contrário. Há um grande leque de utilizadores que têm vantagens óbvias
na compra de uma máquina deste tipo: os arquitetos podem imprimir
maquetas dos projetos; os designers e engenheiros podem criar
rapidamente modelos das peças; os makers podem produzir elementos à
medida das suas invenções. Voltado aos dois exemplos iniciais, não é
possível imprimir um drone ou um teclado, mas é possível imprimir peças
para construir ou reparar estes aparelhos.
Mesmo numa utilização
mais “doméstica”, as impressoras 3D já permitem criar objetos úteis.
Aliás, após meses de utilização de diferentes impressoras 3D no nosso
laboratório, já criámos e imprimimos de tudo um pouco: várias capas para
telemóveis, uma peça para uma máquina de lavar loiça, adaptadores para
tripés, vários bonecos, um candeeiro invulgar, caixas organizadoras,
carrinhos de todo o tipo e dezenas de elementos para as nossas
construções… Provas irrevogáveis que as impressoras 3D são úteis.
DIFÍCIL?
A resposta depende sempre do perfil do utilizador e, é claro, da
máquina. Se usarmos uma BeeTheFirst ou uma Cel Robox 3D, as duas
impressoras 3D mais fáceis de utilizar que já testámos, para fabricar
modelos descarregados da Internet, então qualquer utilizador pode
fazê-lo. É tão simples quando descarregar o ficheiro de um dos vários
sites que disponibilizam os modelos 3D e usar o software da máquina para
imprimir. Só temos de escolher parâmetros tão simples quanto a
qualidade e a densidade (define se o modelo é “mais ou menos sólido”).
Pouco mais difícil do que mandar imprimir um documento de texto num
multifuncional jato de tinta.
Por outro lado, as exigências são
bem maiores se quisermos usar uma impressora em kit e desenhar os nossos
próprios modelos. Para começar, a montagem de uma impressora 3D é uma
tarefa apenas ao alcance de quem já tem alguma experiência nestas
coisas. E o resultado final pode desiludir, sobretudo no que diz
respeito à qualidade de impressão e à fiabilidade do processo – regra
geral, estas máquinas exigem configurações e ajustes de pormenor, pouco
compatíveis com os utilizadores comuns. O processo de desenhar a 3D
também pode ser complexo, dependendo do tipo de modelo criado e do
software escolhido. Modelos cheios de pormenores e de grande
complexidade podem exigir programas (CAD) avançados, caros e que exigem
formação específica. Mas, cada vez mais, há alternativas mais simples e
grátis, como o Tinkercad.
Quanto custa?
No mercado nacional já é possível encontrar impressoras 3D fornecidas
em kit por menos de 500 euros. Mas os modelos de utilização mais
simples e que oferecem melhor qualidade de impressão têm normalmente
valores acima dos 1500 euros. É o caso da nossa preferida para ter em
casa, a BeeTheFirst, portuguesa.
Mas
mais importante que o preço da máquina é o custo total de aquisição,
onde o custo de impressão tem, naturalmente, um papel preponderante. A
forma mais simples de obter este valor é calcular primeiro o custo por
grama do filamento – o consumível que estas impressoras usam – e depois
pesar a peça impressa. Por exemplo, se a bobina de filamento custar 30
euros e pesar 1 kg, cada grama custa 3 cêntimos. Uma capa para
telemóvel, com cerca de 30 gramas, teria, seguindo estes cálculos, um
custo aproximado de 90 cêntimos. Daqui também se conclui que a densidade
da peça influi muito neste cálculo. A mesma peça se for impressa com
maior densidade terá um custo de impressão mais elevado. Por outras
palavras, ao optar-se por dar mais solidez ao objeto estamos também a
aumentar o custo do consumível. E, é claro, há filamentos com preços
muito diferentes.
Para calcular o custo total de utilização temos
de considerar a desvalorização da máquina, a manutenção, outros
consumíveis que não o filamento, o consumo energético e até custos de
impressões falhadas. De um modo aproximado, pode considerar-se que o
custo calculado para o filamento representa cerca de 50% do custo total.
Ou seja, seguindo o mesmo exemplo, a referida capa de 30 gramas teria
um custo total de cerca de €1,8. Mas atenção, neste valor até está
incluída a desvalorização da máquina, ou seja, até leva em conta o preço
da impressora.
Em suma, o custo de impressão 3D utilizando a
tecnologia de deposição por material fundido está longe de ser elevado.
Pelo menos quando utilizar o tipo de filamento mais vulgar, o PLA (um
polímero de origem orgânica).
Materiais a utilizar
Já existem muitos tipos de filamentos disponíveis para as impressoras 3D
FDM, mas todos são termoplásticos (polímeros que se tornam moldáveis a
temperaturas elevadas e sólidos a temperaturas baixas). O primeiro
aspeto que é necessário verificar para garantir a compatibilidade é o
diâmetro do filamento. O mais comum é 1,75 mm, mas existem também
máquinas que usam filamentos de 3 mm. Mas o diâmetro não é o único
parâmetro a considerar, já que as propriedades físicas e químicas dos
filamentos influem muito no processo, a começar pela temperatura
adequada a ser utilizada no extrusor para “derreter” o filamento. Por
vezes, a simples mudança de cor do filamento é suficiente para que uma
impressão corra ou não bem. Ou seja, ao escolher uma impressora 3D
verifique que tipo de filamentos são suportados e prefira adquirir
filamentos recomendados pelo fabricante da impressora. Os tipos mais
populares são o PLA e o ABS, mas estão a surgir muitos materiais
diferentes.
PLA
De origem orgânica, este material permite, em regra, obter modelos com
bons acabamentos. Tem a grande vantagem de não precisar de impressoras
com cama aquecida. É considerado o filamento mais fácil de trabalhar.
ABS
Derivado do petróleo, em regra permite criar objetos mais resistentes e
precisa de uma temperatura mais elevada que o PLA para ficar moldável.
Deve ser usado em impressoras com cama aquecida para melhores
resultados. O cheiro pode ser incomodativo.
Nylon, Filaflex, TPA… Há já várias opções de filamentos que permitem
criar objetos flexíveis. No entanto, estes filamentos podem criar
problemas em algumas impressoras.
Materiais exóticos
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São cada vez mais comuns. Uns assemelham-se a madeira (na imagem),
outros são condutores, outros têm mistura de carbono, para dureza extra,
outros parecem vidro… Uma vez mais, podem exigir impressoras com
características técnicas especiais.
Imprimir plástico
Há muitas tecnologias de fabricação aditiva, uma terminologia mais
abrangente e mais antiga do que impressão 3D. Todas têm o mesmo
princípio básico: produzir objetos sólidos 3D a partir de modelos
digitais. Muitas destas tecnologias só estão disponíveis a nível
industrial e exigem investimentos avultados. A impressão 3D de que
normalmente se fala no mercado de consumo utiliza a tecnologia Fused
Deposition Modeling (FDM). Estas máquinas utilizam como consumível
filamento termoplástico, normalmente com diâmetro de 1,75 mm, que é
fundido por aquecimento numa cabeça de extrusão e depositado, camada a
camada, até formar-se o sólido final.
Os melhores projetos do Thingiverse
O thingiverse.com é o maior repositório de modelos 3D de descarga
grátis. Há de tudo um pouco, desde ferramentas úteis até modelos
altamente complexos. Aqui ficam três bons exemplos
3D-printed Watch with Tourbillon
Um drone para makers. Todos os elementos estruturais são criados numa
impressora e há informações completas sobre o material necessário e
instruções pormenorizadas.
Paris Lamp
Um candeeiro original que mostra como a impressão 3D pode ser usada de um modo mais artístico.
* Sem palavras.
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