HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Transportes
DECO recebe 38 queixas por dia
O portal da Deco para queixas sobre os transportes públicos recebe,
em média, 38 reclamações por dia, a maioria relacionada com atrasos e
com a diminuição ou supressão de linhas, percursos e horários.
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Desde 11 de Fevereiro, dia em que foi lançada a Carta dos Direitos dos Passageiros de Transporte Público Colectivo e o portal Queixas dos Transportes,
a associação de defesa do consumidor já recebeu 1.580 queixas de
passageiros, disse à agência Lusa Ana Sofia Ferreira, jurista da Deco.
Relativamente à carta dos direitos dos passageiros, a jurista
adiantou que já foi subscrita por 6.077 pessoas, “o que significa que os
consumidores estão interessados sobre esta matéria”.
Destas, 1.580 apresentaram queixa no portal, a maioria devido a
atrasos (22%) e a diminuição ou supressão de linhas ou percursos e
horários (20%).
“O testemunho que estes consumidores nos fazem chegar diariamente” é
que estes atrasos “já fazem parte” do seu quotidiano, uma situação que
“é necessário verificar e melhorar” porque significa “tempo perdido”
para os passageiros, disse a jurista.
Os preços elevados dos títulos de transporte e a aquisição de passes
mensais com percursos superiores aos que os consumidores vão utilizar
também motivaram queixas (8%).
Perante esta situação, a Deco defende que os consumidores devem ter
“mais opções” em termos de títulos de transporte e passes mensais mais
adequados às necessidades dos consumidores.
Houve ainda utentes que reclamaram sobre questões de falta de higiene
e conforto (8%) nos autocarros, nas carruagens e nos locais onde
aguardam pelo transporte.
Os principais alvos das queixas foram os transportes rodoviários e ferroviário, com 948 e 321 reclamações, respectivamente.
O Metropolitano recebeu 229 reclamações, o transporte marítimo/fluvial 47) e o transporte aéreo 36.
O que a Deco tem verificado é que “existe um descontentamento por
parte dos passageiros, mas depois não existe a formalização da
reclamação”, disse a jurista.
Isto acontece porque os passageiros encaram estes problemas como
“meros constrangimentos e um descontentamento que vão conversando, mas
não dão conhecimento aos prestadores de serviços e às entidades
competentes”, uma situação que “é necessário alterar para que possam ser
feitas melhorias no serviço que é prestado”.
A Deco já encetou mediações com as entidades reclamadas e deu
conhecimento às entidades reguladoras das queixas apresentadas pelos
utentes, exigindo “uma intervenção mais eficaz neste sector e a melhoria
da qualidade deste serviço”.
Também tem apresentado a carta dos direitos aos operadores,
procurando “reforçar os direitos já implementados e a introdução de
novos” para responder às exigências e necessidades dos consumidores.
“É essencial que esta carta seja debatida por todos os operadores e
que seja verificada a possibilidade da sua aplicação”, defendeu a
jurista.
Para debater os direitos e interesses dos passageiros, a associação
realiza na quinta-feira, na Estação do Rossio, em Lisboa, um debate para
discutir os problemas relatados pelos consumidores e encontrar soluções
.
* Uma notável herança do governo Passos/Portas.
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