HOJE NO
"OBSERVADOR"
Enfermeiro presenciou casos de
. eutanásia num hospital público
Um enfermeiro, que iniciou a sua atividade profissional num hospital
central em 1975, disse ao Jornal de Notícias que, desde então, viu
vários pacientes a serem ajudados a morrer.
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Preferindo permanecer
sob anonimato, o enfermeiro refere que existem várias formas indolores
de ajudar os doentes a morrer, sendo que uma das técnicas que mais viu
serem usadas foi a injeção de ar nas veias. Esta prática provoca uma
morte sem dor e o resultado confunde-se com um ataque cardíaco, refere o
enfermeiro.
O tratamento da dor tem evoluído e a morfina, seja por via oral
ou endovenosa, é usada para o alívio das dores. Porém, o enfermeiro
terá acrescentado que, no caso dos doentes oncológicos terminais ou com
insuficiência respiratória, as injeções de morfina, além de confortarem o
doente, antecipam a morte.
Mas há que acrescentar, que o uso de
morfina para combater as dores dos doentes não pode ser considerada
eutanásia, esclarece ao Observador José Eduardo Oliveira, médico de
cuidados paliativos. O médico lembra que não se pode “causar alarme
social” e que os doentes não podem temer que os médicos os querem matar,
quando na verdade apenas ajustam as doses e a forma como são dadas
consoante as necessidades do doente. E isso, não é eutanásia.
Outras
das técnicas foi apontada pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana
Rita Cavaco, em declarações à Rádio Renascença: “Houve médicos que
sugeriram, por exemplo, administrar insulina àqueles doentes para lhes
provocar um coma insulínico”. A bastonária referiu depois que nunca viu
ninguém fazê-lo.
A Ordem dos Médicos, num comunicado enviado às
redações, afirmou que “desconhece concretamente qualquer caso de
‘eutanásia’ explícita ou encapotada nos Hospitais do Serviço Nacional de
Saúde (SNS) ou noutras instituições de Saúde”. O homicídio a pedido da
vítima está previsto no Código Penal português e é punido com pena de
prisão até três anos.
No mesmo comunicado, a Ordem dos Médicos
reforça que “o debate sobre a ‘eutanásia’ deve continuar para um correto
esclarecimentos das pessoas, até porque continua a verificar-se uma
grande confusão de conceitos, nomeadamente entre eutanásia e
distanásia”.
“De forma simples, a eutanásia é a ação que implica
colocar fim à vida do doente, sem dor nem sofrimento. A distanásia é o
prolongamento da vida através de tratamentos extraordinários que visam
apenas prolongar a vida biológica do doente. O número 2 do artigo 57.º
do Código Deontológico da Ordem dos Médicos estabelece que: ‘Ao médico é
vedada a ajuda ao suicídio, a eutanásia e a distanásia'”, clarificou a
Ordem dos Médicos ao Observador.
“Desligar a máquina não é para
provocar a morte, é para permitir que a pessoa morra com dignidade,
porque já é um doente em coma que só está vivo por causa das medidas
artificiais de suporte de vida”, disse o bastonário da Ordem dos
Médicos, José Manuel Silva, ao Jornal de Notícias.
* Conversa fiada, o direito de morrer com dignidade pertence a quem sofre sem remédio, as teorias fabulásticas/"ó-éticas" são próprias de gente cujo horizonte é o próprio umbigo.
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