HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Lista de Montenegro critica PSD por aceitar
17 militantes com a mesma morada
17 militantes com a mesma morada
Candidatura
do líder da bancada acusa estrutura nacional de "branqueamento". Hoje é
dia de diretas e guerra distrital ganhou dimensão
A
reeleição tranquila de Passos Coelho está a tornar-se uma guerra
interna no PSD, que vai passando de regional a nacional. Hoje é dia de
diretas, mas também de eleições em três distritais, e a de Aveiro está a
dar problemas. A candidatura de Ulisses Pereira - cujo mandatário é o
líder parlamentar Luís Montenegro - está a acusar órgãos nacionais com a
confiança do líder (como é o caso do Conselho de Jurisdição Nacional)
de "branqueamento" de "práticas irregulares" que "lesam a imagem do
PSD".
.
.
Em comunicado, a candidatura
deixa também farpas à secretaria--geral (liderada por Matos Rosa, também
um cargo da confiança de Passos) dizendo que só recebeu os cadernos
eleitorais "no dia 2 de março, ao final da tarde (...) quando o
regulamento eleitoral dispõe que devem estar disponíveis até ao sétimo
dia anterior à eleição".
A situação
está a gerar desconforto junto a direção de Passos, que vê estas
acusações como uma afronta do líder parlamentar ao líder do partido. Na
base de tudo isto estão as eleições no PSD-Aveiro, a suspeita de
irregularidades e a decisão do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN),
tomada no dia 1 de março e assinada pelo presidente deste órgão, Calvão
da Silva.
Em dois meses do último verão
(junho e julho) foram inscritos 418 militantes na secção de Ovar (à
qual pertence Salvador Malheiro, o candidato que enfrenta Ulisses
Pereira), dos quais 271 pertencem à freguesia de Esmoriz e 80 tinham
residência na Rua dos Pescadores. Além disso, 17 tinham a mesma morada e
haviam 121 novos inscritos que partilham três números de telemóvel: 77
com o mesmo número, 33 com outro e 11 com outro.
Ora
o CJN decidiu considerar regulares estas situações. Na deliberação, à
qual o DN teve acesso, é relatada uma reunião entre Calvão da Silva e o
presidente da concelhia de Ovar, Pedro Coelho, onde "foram entregues, em
mão, as certidões passadas pela Junta de Freguesia de Esmoriz
relativamente aos 17 militantes inscritos na Avenida Infante D.
Henrique, n.º 79, e aos dez militantes inscritos na Rua dos Pescadores,
n.º 379".
Além disto, explica a
deliberação, os esclarecimentos foram "coadjuvados por um vídeo relativo
à "morada coletiva" [que demonstra] que o número de polícia das moradas
em causa serve um conjunto de residências autónomas em que habitavam as
pessoas indicadas, com a mesma e única entrada comum".
O
mesmo documento diz que "no tocante aos números de "telefone coletivo" o
presidente do PSD--Ovar entregou os números individuais das pessoas que
têm telefone próprio". Ora, após tudo isto, "o CJN é de parecer não
haver razões para anulação da convocatória para a eleição dos órgãos
distritais de Aveiro". Ou seja, os militantes que moravam na mesma casa e
tinham o mesmo telemóvel podem votar. Não só para a distrital de Aveiro
como no próprio líder do partido.
A
deliberação levou à ira com um comunicado da candidatura, cujo
mandatário é Luís Montenegro, acusando o CJN de ter analisado "apenas 27
[fichas] em 418", estranhando que não tenha ouvido "nenhum dos
militantes em causa".
O comunicado é
assinado pelo gabinete de comunicação da candidatura, pelo que não é o
próprio Ulisses Pereira, vinculando mais ainda o mandatário Luís
Montenegro. A situação junta-se a outras que os mais próximos de Passos
veem como marcação de território do líder parlamentar e como uma afronta
a Passos que já tem sido evidente em algumas declarações, bem como em
decisões na gestão da bancada, que foram tomadas sem a aprovação prévia
do líder do PSD.
* Esta pequena guerrilha parece um "pum" engarrafado, pressente-se o nauseabundo cheiro que vai determinar a queda de Passos Coelho a seu tempo, entrou em pré-coma.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário