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"CORREIO DA MANHÃ"
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Padre Roberto arrasa diocese do Porto
Ex-pároco de Canelas escreveu que o queriam "queimar".
"Senti-me traído quando soube que a Cúria estava a realizar um ‘processo disciplinar’ com insinuações infundadas e suspeitas elaboradas pelo vigário-geral, padre António Coelho, e com o apoio de D. Pio [bispo auxiliar do Porto]".
As palavras são do padre Roberto Carlos Sousa, ex-pároco de Canelas (Vila Nova de Gaia), e constam da carta enviada, em setembro de 2014, ao bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, relatando que estava a ser vítima de difamação. "As acusações são de uma baixeza tal como de que seria homossexual e que viveria com um homem e também de heresias ditas por mim", escreveu.
NOTÍCIA DE 2014
Perante o que considerou ser uma "atitude difamatória ou ofensiva do padre António Coelho", o ex-pároco de Canelas pediu transparência. "Se realmente a minha vida sexual é algo de muito importante para a Cúria, então, peço à Cúria que seja coerente com todos os muitos casos da diocese", solicitou.
Referiu a existência de encontros gay de padres num ginásio de Gaia e de sacerdotes que pagaram o aborto dos próprios filhos, como o CM revelou esta sexta-feira. "Senhor bispo, não irei admitir que o padre António Coelho, movido por uma obsessão doentia, use as suas informações deturpadas e a sua malícia para sujar o meu nome e ‘queimar-me’, referia ainda o padre Roberto Sousa, que qualifica a tentativa de difamação como "atos desesperados e loucos". "A mim, que não cometi nenhum crime, querem-me punir e quem realmente cometeu crimes graves é protegido pela hierarquia eclesiástica?", questionava o padre, que deixou Canelas em 2014.
A carta foi enviada para o Ministério Público, que arquivou o processo. O Correio da Manhã contactou ontem a Diocese do Porto, mas não obteve qualquer resposta.
* É regra da igreja católica silenciar nem que seja até à morte quem é incómodo, a atitude é secular.
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