HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Assunção Cristas:
a mulher que se inspirou em
Jesus para entrar na política
Conquistou a atenção de Paulo Portas através
de uma intervenção num programa televisivo e daí até à vice-presidência
do CDS-PP foi um salto. Conheça o percurso de Assunção Cristas, agora
candidata à liderança do partido.
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NOSSA SENHORA DE CALDAS |
Em
apenas nove anos, Assunção Cristas passou de uma professora
universitária sem qualquer experiência política para se apresentar agora
enquanto candidata à liderança do CDS-PP. Mais, a ser eleita, Assunção
Cristas, de 41 anos, sucederá a Paulo Portas, que liderou o partido durante quase 16 anos. O anúncio da sua candidatura aconteceu na sua página do Facebook, pelas 16 horas desta quarta-feira, 14 de Janeiro.
Maria
de Assunção Oliveira Cristas Machado da Graça nasceu em Luanda, em
1974, mas cresceu em Lisboa, cidade onde seguiu carreira académica e na
qual se tornou professora na Universidade Nova de Lisboa. "A política
foi uma descoberta tardia. Entrei para a política com 32 anos [embora já
antes trabalhara como adjunta de ministros], professora, mãe de três
filhos. Fui um bocadinho à experiencia, mas gosto muito e não tenho
problema em dizê-lo. Acho que é um tempo muito bem empregue", partilhava
em entrevista à Visão, a 7 de Janeiro deste ano aquela que foi a
primeira ministra grávida durante o exercício das suas funções.
Na
mesma entrevista respondia que quando lhe perguntam a profissão diz
sempre "professora universitária". "É como me continuo a definir",
esclarece a actual deputada e vice-presidente do CDS-PP.
A agora candidata à presidência dos centristas, assumidamente cristã, dizia em Outubro passado que se inspirou em Jesus Cristo para entrar na política, no seu exemplo e no seu discernimento e garantiu "que nunca teve medo de se meter com gente pouco recomendável".
Protagonizou algumas decisões polémicas, como a autoria de um
despacho que dispensava os funcionários do Ministério de usar gravatas e
diminuir o consumo de ar condicionado, duas medidas que moldariam a sua
imagem mediática ligada à tutela das pastas do Ambiente e Agricultura.
Doutorada
em Direito Privado, foi na área da Justiça que começou a dar os
primeiros passos a caminho da carreira política. A entrada deu-se em
2002, tinha então 27 anos, a convite de Celeste Cardona, à data ministra
da Justiça do Governo PSD/CDS-PP, liderado por Durão Barroso. Assunção
Cristas assumia o cargo de assessora, mas rapidamente passou para a
direcção do Gabinete de Política Legislativa e Planeamento.
Cinco anos depois de entrar no mundo da política, Cristas torna-se militante do CDS-PP. Estamos em 2007 e é por esta altura que Assunção Cristas atrai a atenção do secretário-geral do seu partido, Paulo Portas. A causa? Uma intervenção no programa "Prós e Contras" da RTP, em plena campanha para o referendo de 2007 à descriminalização do aborto. Portas, que procurava um novo quadro para o partido, viu em Assunção Cristas os requisitos para integrar a Comissão Política dos centristas.
Dois anos volvidos, Cristas concorre
como cabeça de lista pelo círculo de Leiria, distrito pelo qual sempre
se tem candidatado, e é eleita deputada à Assembleia da República.
Em 2011, após as legislativas e a coligação PSD/CDS, é
convidada por Portas a ocupar o lugar de ministra da Agricultura, Mar,
Ambiente e Ordenamento do Território, depois de integrar a equipa de
negociações do CDS-PP com vista à redução da pasta de Agricultura e Mar
na remodelação governamental, após a crise do irrevogável.
* Se a sra. Cristas assumir a presidência do CDS, e dada a sua anunciada inspiração, hipotéticamente poderemos observá-la numa cerimónia de lava pés aos deputados do partido na quinta-feira santa, quem a crucificará na sexta(?), ou de igual modo à representação dum presépio vivo no largo do Caldas pelo natal em que Nuno Melo poderá fazer de pastor, Mota Soares de burrinho, de vaca não indicamos, José, o inevitável Ribeiro e Castro, Maria, a própria Assunção e de menino embora comprido, Nobre Guedes, estando em Jerusalém a perseguir criancinhas o Paulo Herodes de Portas.
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