ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
Polónia responde à UE:
“Parece que alguém vos facultou
. informação errónea e tendenciosa”
Num tom recriminatório, a Polónia responde aos apelos da União Europeia para que reconsiderasse - em nome da liberdade de expressão - a nova lei que prevê, entre outros, o controlo dos media públicos. O Governo polaco acusa a UE de fazer acusações “injustas, parciais e politicamente comprometidas”
.
Até esta quinta-feira, o Governo de Varsóvia ainda não tinha
respondido às duas cartas enviadas pelo vice-presidente da Comissão
Frans Timmermans, que pediam que a Polónia reconsiderasse a nova
legislação que previa o controlo dos media públicos e que dava ao
ministro das Finanças o poder para escolher os seus sucessores. A
resposta da Polónia chegou, primeiro, no início desta semana, com a
aprovação da lei - e depois, esta quinta-feira, através de uma resposta
'incendiada'.
Numa carta enviada a Timmermans, Varsóvia
recrimina a UE por levantar dúvidas em relação ao compromisso do Governo
polaco com a liberdade de expressão e informação, considerando-as
“injustas, parciais e politicamente comprometidas”.
“A liberdade
de informação e liberdade de expressão é totalmente apreciada e
respeitada pelo Governo polaco”, pode ler-se na carta divulgada pelo
“Financial Times”. “Parece que alguém vos facultou informação errónea e
tendenciosa em relação ao Governo polaco”, acrescenta, apontando os
riscos das instituições europeias usarem notícias como base dos
comunicados que enviam aos Estados-membros.
“Mesmo quando se
acredita que são livres e pluralistas, as notícias representam
normalmente interesses políticos e podem ser uma base inapropriada para
as comunicações oficiais com os Estados-membros”, pode ainda ler-se.
A
carta é assinada por pelo secretário de Estado-adjunto da Polónia,
Aleksander Stepkowski, e não pelos destinatários da comunicação enviada
por Timmermans no final de dezembro: os ministros dos Negócios
Estrangeiros e da Justiça, Witold Waszczykowski e Zbigniew Ziobro, ou o
ministro dos Assuntos Europeus Konrad Szymanski.
A resposta da
Polónia foi conhecida algumas horas depois do presidente da Comissão
Europeia, Jean-Claude Juncker, ter tentando “pôr água na fervura”,
sublinhando: “Não estamos a atacar a Polónia. Não vamos dramatizar, são
assuntos importantes, mas devemos ter relações boas e amigáveis.” Este é
um assunto importante.”
Na próxima quarta-feira, durante a
reunião semanal, a Comissão Europeia vai discutir se a nova legislação
sobre a comunicação social na Polónia vai contra os princípios
fundamentais do Estado de Direito.
* Nos ex-países da cortina de ferro ainda existem resquícios do leninismo/estalinismo, perigosamente.
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