Partido
Democrático
Muçulmano?
O leitor está lembrado de um livrinho, bastante
incómodo para algumas almas mais “humanistas”, chamado “Submissão”,
escrito por Michael Houellebecq? Em “Submissão”, o autor, ficcionava a
pátria da “liberdade, igualdade e fraternidade” entregue, por via
democrática, nos braços do islamismo graças à vitória presidencial de
Mohammed Ben Abbes, fundador da Fraternidade Muçulmana.
Pois bem, a passos
largos, a realidade tem vindo a aproximar-se da suposta ficção. Em 2012,
em França, surgiu o Partido Democrático Muçulmano, que, por exemplo, já
obteve mais votos que o Partido “os Verdes” e vai mesmo apresentar um
candidato à presidência da república francesa, segundo os media
franceses. Entre as suas bandeiras políticas encontra-se o ensino na
língua árabe nas escolas, a defesa do sistema bancário islâmico, a
obrigatoriedade da comida Halal nas escolas, a defesa do uso da burca em
locais públicos e a defesa da poligamia. Em caso de vitória,
“Submissão”, será afinal uma profecia do autor.
O livro de Houellebecq não contém nenhuma referência ofensiva ao
islamismo é antes uma reflexão sobre a falta de “fé”, sobre o
esgotamento religioso e espiritual da Europa, em linha com o conceito de
“liquidez moderna” apregoado por Bauman. Não posso deixar de concordar
com alguns vozes que atribuem as culpas a uma certa “ideia” de Europa
pós-nacional que rejeita laços de pertença à nação e à religião. Uma
Europa que renega a sua identidade judaico-cristã será, a breve prazo,
uma Europa incapaz de se reconhecer em si própria.
IN "i"
22/12/15
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