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Sociedade 2015:
Joana Marques Vidal, a figura do ano
Chegou à Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2012 e depressa
começou a mudar a estrutura. Este ano, Joana Marques Vidal esteve
debaixo de todos os holofotes.
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Desde o início que anunciou o objetivo de apertar o
cerco à criminalidade económica (e não só) mais complexa. E a verdade é
que, em 2015, a procuradora-geral – como todo o Ministério Público (MP) –
esteve no centro da atualidade mediática, na sequência dos grandes
processos judiciais e investigações iniciados desde que foi nomeada,
como a Operação Marquês, o caso BES e o dos Vistos Gold.
Ainda que a figura da primeira mulher à frente da PGR tenha sido
quase sempre consensual – conseguindo, como dizem várias fontes
judiciais, manter o «bom nome de família» (numa alusão ao pai, José
Marques Vidal, ex-diretor da Polícia Judiciária) –, 2015 não foi um ano
nada fácil.
Logo no início do ano, admitiu que existia no Estado uma teia de
corrupção instalada. Foi em declarações à Rádio Renascença e ao Público
que a PGR falou da existência de «uma rede que utiliza o aparelho do
Estado e outro tipo de aparelhos da Administração Pública para realizar
atos ilícitos», concretizando que muitos deles são de «corrupção».
Sem querer fazer «análises de regime», respondeu ainda a algumas das
críticas de que o MP estava a ser alvo: «O MP tem de atuar de acordo com
aquilo que a lei prevê. Não há os chamados timings políticos nem os
timings para as investigações»
Joana Marques Vidal, que tanto defendeu a urgência de se pôr fim às
violações de segredo de justiça, acabaria por ser colocada no banco dos
réus, nomeadamente pela defesa de José Sócrates, que já a acusou de ser
demasiado permissiva com este crime.
‘É a principal responsável’
As críticas mais duras surgiram, no entanto, na semana passada, na
entrevista que José Sócrates deu à TVI. O ex-primeiro-ministro acusou o
Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), departamento
da PGR onde decorre a Operação Marquês, de ter prejudicado o PS nas
eleições legislativas e de estar a arrastar a investigação para além dos
prazos legais. E terminou dizendo que a procuradora-geral tem o dever
de se explicar, uma vez que «é a principal responsável pelo
comportamento do MP».
* Para nós Joana Marques Vidal é um dos símbolos da decência deste país, desde 2012.
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