HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Bastonário diz falha no São José
não foi causada por médicos
Segundo
o Centro Hospitalar de Lisboa Central, que engloba o Hospital de São
José, a prevenção aos fin-de-semana da Neurocirurgia-Vascular está
suspensa desde abril de 2014 e da Neuroradiologia de Intervenção desde
2013.
"Sendo a prevenção de regime
voluntário, existiu indisponibilidade por parte de alguns profissionais
para a fazer, o que se deve às alterações dos regimes remuneratórios.
Alguns daqueles profissionais rejeitaram os valores atualmente propostos
para o pagamento dessas horas de prevenção, o que inviabiliza o
indispensável trabalho da equipa", afirma o CHLC em comunicado.
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Segundo
José Manuel Silva, "o problema não esteve primariamente nos médicos",
porque "o problema não é de pagamento aos médicos é de pagamento às
equipas".
"Posso garantir que a escala não foi suspensa por causa
dos médicos. A escala de prevenção tem valores muito baixos e os
profissionais que recebem menos do que os médicos recebem valores ainda
mais baixos, por isso o problema não foi primariamente os médicos, mas
os médicos precisam de equipa para trabalhar", afirmou o bastonário.
Esta
informação vai ao encontro da prestada pelo CHLC, segundo a qual
existem dois neurocirurgiões em permanência no hospital de São José, só
que "a cirurgia de urgência dos aneurismas, que é altamente
especializada, carece de bloco operatório e de uma equipa de cirurgiões,
anestesista, enfermeiros e assistentes operacionais especificamente
habilitados para a realizar, não sendo possível efetuá-la com resultados
satisfatórios sem as referidas condições técnicas, logísticas e de
recursos humanos".
Os esclarecimentos foram dados na sequência do
caso de um jovem, David Duarte, de 29 anos, que foi internado no
Hospital de São José no dia 11 de dezembro, tendo-lhe sido diagnosticado
uma hemorragia cerebral provocada por um aneurisma e a precisar de uma
intervenção cirúrgica rápida.
No entanto, uma vez que nesta
instituição não existe ao fim de semana equipas completas de
neurocirurgia vascular nem de neurorradiologia de intervenção para que
as operações se possam realizar, tal como acontece no Hospital de Santa
Maria, o jovem acabou por morrer sem a intervenção recomendada para o
seu caso.
José Manuel Silva salvaguardou que nenhum dos dois
neurocirurgiões de serviço em São José realizava neurocirurgia vascular,
uma técnica muito específica.
Questionado sobre a possibilidade
de o hospital tentar contactar para casa um destes especialistas para
socorrer o jovem, o bastonário respondeu que o hospital pode tomar essa
iniciativa, mas sublinhou que é muito difícil por essa via reunir toda
uma equipa complexa, que ainda por cima não está de prevenção e pode não
estar disponível.
.
"Se [o hospital] tivesse contactado, não há
nenhum médico que não se disponibilizasse [para socorrer o jovem], mas
isso não chega. Já aconteceu no passado, mas é preciso a equipa toda. É
um bloco específico, não é o central, e é preciso uma série de
profissionais. Há pessoas que não estão imediatamente disponíveis",
explicou.
David Duarte deu primeiramente entrada no Hospital de
Santarém paralisado do lado direito, tendo sido observado e
posteriormente transferido para o Hospital de São José com a indicação
de uma hemorragia cerebral e um hematoma.
Segundo a diretora
clínica, Maria Lopes, o Hospital de Santarém seguiu os procedimentos
normais, tendo contactado o Hospital de São José - Hospital com urgência
polivalente que dá apoio ao de Santarém - e informado do estado clínico
do doente.
"O doente foi observado e foi feito o diagnóstico,
havendo indicação para ser transferido para urgência de nível superior.
Quando o doente é transferido, o hospital [que o vai receber] é
informado do seu estado clínico e ou aceita ou não aceita e explica por
que não aceita. Neste caso, São José aceitou-o e ele foi transferido",
contou.
* Em que deu a "poupança" do sr. Paulo Macedo e apaniguados do governo anterior, morrer alguém por incompetência própria não os afecta.
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