HOJE NO
"OBSERVADOR"
“Viva Schengen!”.
O apelo de Jacques Delors
e António Vitorino
Jacques Delors e António Vitorino defendem o Acordo de Schengen, a necessidade dos Estados se unirem no combate ao terrorismo e alertam que pode ser perigoso voltar às fronteiras nacionais.
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“Viva Schengen”, pode ler-se no artigo assinado
por Jacques Delors e António Vitorino, esta terça-feira, no Público.
Depois dos recentes atentados em Paris, também da crise dos refugiados, o
Acordo de Schengen e a política de controlo fronteiriça voltou a ser
posta em causa – com 10 países a suspender o acordo e a reforçar a
vigilância nas fronteiras.
O antigo comissário europeu e o
ex-presidente da Comissão Europeia apelam aos chefes de Estado e de
Governo para se manterem firmes e para se unirem no combate aos
terroristas, defendendo a permanência do Acordo de Schengen e
argumentando que o regresso ao controlo das fronteiras nacionais pode
ser uma tendência perigosa.
É em primeiro lugar para melhor enfrentar o desafio terrorista que é preciso utilizar plenamente o instrumento ‘Schengen’ “, defendem, acrescentando que as fronteiras abertas não são um sinal de perigo.
Mas Delors e Vitorino também
concordam com a necessidade de se ampliarem e diversificarem os
mecanismos previstos no documento de Schengen, através do reforço da
cooperação policial e judicial entre as autoridades nacionais do vários
países. Apelam aos Estados e ao Governos para que desenvolvam uma
diplomacia mais pró-ativa e que aumentem a ajuda aos países que
atualmente acolhem mais refugiados, como a Turquia, Jordânia ou o
Líbano. “Os refugiados são vítimas, não ameaças”, realçam.
“Schengen
é a condição da nossa segurança: para derrotar o terrorismo, a união
faz a força, a desunião desarma-nos”, escrevem, argumentando que é
necessário procurar a unidade em tempos de crise, reforçar o controlo
das fronteiras e dar mais meios financeiros, humanos e jurídicos aos
serviços já existentes para o combate ao terrorismo.
O antigo
comissário europeu e o ex-presidente da Comissão Europeia relembram que
foi para benefício de milhões de camionistas, trabalhadores fronteiriços
e empresas que exportam para toda a Europa que o Acordo de Schengen foi
assinado, evitando perdas de tempo e de dinheiro.
Delors e
Vitorino acreditam que um regresso ao controlo das fronteiras nacionais
prejudicaria a maioria dos europeus, já que essa mudança não
iria provocar alterações no reforço da segurança. Apelam, no final, a um
espírito de cooperação de de solidariedade.
* VIVA SCHENGEN
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